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Crônicas e Artigos

Ano 4 - N° 176 - 19 de Setembro de 2010

ÂNGELA MORAES
anjeramoraes@hotmail.com
Bauru, São Paulo (Brasil)

 

Amar ao próximo como
a si mesmo

“Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam,  pois é nisto que consistem a lei e os profetas.”  (Mateus, cap. VII, vv.12.)

“Os efeitos da lei de Amor são o melhoramento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrestre. Os mais rebeldes e os mais viciosos se reformarão quando observarem os benefícios resultantes da prática deste preceito: Não façais aos outros o que não quiserdes vos façam: fazei-lhes, ao contrário, todo o bem que vos esteja ao alcance fazer-lhes.”

(O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, pág.188.)


Jaime, o que não falava “eu te amo”

Seu Jaime era uma figura esquisita.  Não que alguém tivesse algo contra ele, muito pelo contrário: era uma ‘mosca morta’. Não era dado a falação, nem entrava em discussões de qualquer tipo. Raras pessoas ousavam imaginar, inclusive, o que se passava na cabeça grisalha de Seu Jaime. Dona Cidália, a companheira de mais 40 anos de casamento, talvez fosse a única.

Mas o fato é que esse mutismo todo do Seu Jaime acabava mesmo por incomodar. Até Dona Cidália, nos primeiros anos de casamento, julgava-se não ser amada pelo marido como deveria. Ele não dizia “eu te amo”, como os outros cavalheiros. Muito menos lhe aparecia com flores ou presentes nas datas especiais. Jantar à luz de velas só se acabasse a energia.

Os filhos também reclamavam a participação do pai em seus dramas infantis ou juvenis, queixando-se de sua ausência. Também nunca ouviram dele a frase “eu te amo”, nem se lembravam de vê-lo girando ao vento no parque com eles, ou ainda jogando-os para cima em desforrada bagunça e alegria geral. Não Jaime. Ele era sereno e quieto. 

Os pais de Jaime, agora já falecidos, também se queixavam do jeito pouco afeito a expressões sentimentais. A mãe, carinhosa, não se conformava com os modos fechados e esquivos do filho, sempre que intentava abraçá-lo ou beijá-lo, o que fazia quase à força, de modo a extravasar seu afeto.

O pai, um cavalheiro falante e bem relacionado na sociedade da época, não compreendia porque seu filho evitava os bailes e as maluquices juvenis, acabando por criticá-lo quando Jaime escolheu Cidália, seu primeiro amor, e com ela ficou por toda a sua vida.

Assim passaram-se os anos. Seu Jaime continuou o mesmo, mas a opinião de seus familiares mudou. Não mais o julgavam insensível, deixaram de esperar que ele pronunciasse as palavras ‘eu te amo’, aceitaram-no como era. Por quê?

Dona Cidália não havia recebido flores e bombons, mas sabia que o marido lhe fora o porto seguro onde pôde chorar suas dores e se aconselhar, quando se sentiu perdida. Também não podia deixar de sentir-se amada quando o marido, sabendo da preferência da esposa pelo seu velho travesseiro fofo, fazia questão de levá-lo nas viagens da família, mesmo com o carro lotado.  E também nas muitas vezes que ele lhe trazia um quitute qualquer de alguma padaria distante, por onde houvesse passado a trabalho.

A filha, por sua vez, não podia deixar de notar a preocupação austera do seu genitor em relação aos seus pretendentes. No início não gostava das caras e bocas que o velho fazia, depois, sentiu-se absolutamente segura com sua interferência. Também não podia deixar de notar que o pai lhe lavava o carro – sem que ela pedisse – toda vez que ia visitá-los.  E não raras vezes, encontrava pedacinhos de quitutes ‘guardados’ na geladeira para quando ela viesse.

Com o filho não foi diferente. Sabia que o pai nunca pronunciaria as palavras ‘eu te amo’, mas era impossível não se lembrar do seu primeiro álbum de figurinhas, presenteado pelo pai.  Ou da lágrima discreta e muda que enxugara quando passou na universidade. Pelo dinheirinho a mais que aparecia misteriosamente em sua carteira, cada vez que os genitores o visitavam no Campus.

Assim era Seu Jaime. Um homem de poucas palavras, mas que, agindo com capricho, cuidado, atenção, paciência e bondade, deixou claro a todos o quanto os havia amado em toda a sua vida. Seu Jaime entendeu a ligação entre as palavras “AMAR” e “FAZER”, ensinada pelo mestre Jesus, e que resumia toda a lei e os profetas.

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita