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Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 175 - 12 de Setembro de 2010

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1867

Allan Kardec 

(Parte 2)

Continuamos a apresentar o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1867. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado em 16 partes, com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Que sente o Espírito de uma pessoa que morre subitamente, de forma inesperada?

Foi o que ocorreu com Charles-Julien Leclerc, espírita e membro da Sociedade Espírita de Paris, morto subitamente, em seguida a um ataque de apoplexia (1) fulminante. Em comunicação dada na Sociedade, Leclerc disse ter ficado muito surpreso com sua morte, que acabou lhe causando profundo choque porque, em absoluto, não a esperava. No momento em que a morte o feriu, ele a recebeu como que uma cacetada na cabeça: um peso esmagador o derrubou, mas, de repente, sentiu-se aliviado. Seu Espírito planou então acima do seu cadáver e viu com espanto as lágrimas dos familiares, dando-se conta do que havia sucedido. (Revue Spirite de 1867, pp. 27 a 29.) 

B. Satã é um ser real?

Não. A doutrina espírita não admite poder rival ao de Deus e menos, ainda, que um ser decaído tenha recuperado bastante poder para contrabalançar os desígnios do Pai. Para o Espiritismo, Satã é apenas a personificação alegórica do mal, como entre os pagãos Saturno era a personificação do tempo, Marte a personificação da guerra e Vênus a personificação da beleza. (Obra citada, pp. 45 e 46.)

C. Como explicar a precocidade de certas crianças?

Referindo-se ao caso Eugénie Colombe, uma menina de dois anos e onze meses que sabia ler e escrever perfeitamente e tinha, ainda, conhecimentos sobre religião cristã, gramática francesa, geografia, história e as quatro operações de aritmética, Kardec escreveu na Revue o seguinte: 1) A precocidade de certas crianças para as línguas, a música e as ciências em geral não passa de lembranças. 2) A faculdade de recordar é uma aptidão inerente ao estado psicológico, isto é, ao mais fácil desprendimento da alma em certos indivíduos do que em outros. 3) O passado é como um sonho do qual a gente se lembra mais ou menos exatamente, ou do qual se perdeu totalmente a lembrança. (Obra citada, pp. 47 a 49.)  

Texto para leitura

14. Morto subitamente de um ataque de apoplexia fulminante, Charles-Julien Leclerc, que havia aprendido no Brasil as primeiras noções de Espiritismo, manifestou-se na Sociedade de Paris na primeira sessão que se seguiu ao seu sepultamento. Da comunicação de Leclerc, que integrava a equipe presidida por Kardec, destacamos as informações seguintes: I) Leclerc ficou muito surpreso com sua morte, que acabou lhe causando profundo choque porque, em absoluto, não a esperava. II) No momento em que a morte o feriu, ele a recebeu como que uma cacetada na cabeça: um peso esmagador o derrubou, mas, de repente, sentiu-se aliviado. III) Seu Espírito planou então acima do seu cadáver e viu com espanto as lágrimas dos familiares, dando-se conta do que havia sucedido. No fim da mensagem, Leclerc disse estar muito feliz, ao lado de amigos que o precederam na vida espiritual, como Sanson, Jobard, Costeau, a sra. Dozon e tantos outros. (Págs. 27 a 29.)

15. A Revue anuncia para o mês de janeiro o lançamento de uma coletânea de poesias mediúnicas recebidas pelo Sr. Vavasseur, bem como a impressão de um desenho feito pelo Sr. Bertrand, médium escrevente integrante da Sociedade Espírita de Paris, que retratou Allan Kardec. Esse desenho foi posto à venda no escritório da Revue, fato que levou o Codificador a publicar uma nota dizendo-se “completamente estranho a essa publicação, como a de retratos editados por vários fotógrafos”. (Pág. 30.)

16. Três notícias fecham o número de janeiro de 1867: I) O retorno à circulação da Union Spirite, de Bordeaux, redigida pelo Sr. A. Bez, a qual havia sido interrompida por causa de grave moléstia que acometeu seu diretor. II) A suspensão da publicação do jornal espírita italiano Voce di Dio, em razão das devastações causadas pelo cólera na cidade de Catânia. III) A divulgação de um erro cometido na publicação da obra de J.B. Roustaing, cuja retificação este pede que os leitores façam à margem da página III do 3o. volume. (Págs. 31 e 32.)

17. Na abertura do número de fevereiro, Kardec complementa artigo publicado em janeiro acerca do livre pensamento e da livre consciência. Segundo ele, os livres pensadores podiam ser divididos em duas classes distintas: os incrédulos e os crentes. Esmiuçando o assunto, Kardec diz que, se for feita a estatística de todos os que perdem a razão, se verá que o maior número está precisamente do lado dos que não creem no futuro, ou dele duvidam, e isto pela razão bem simples que a grande maioria dos casos de loucura é produzida pelo desespero e pela falta de coragem moral, coragem que faz suportar as misérias da vida, ao passo que a certeza do futuro torna menos amargas as vicissitudes do presente. (Págs. 33 e 34.)

18. Kardec relaciona, em seguida, alguns erros clamorosos cometidos por homens ligados à Ciência, o que prova que esta não pode ser tida como infalível em todas as suas afirmativas, visto que os homens podem se enganar, como se enganaram, por exemplo, ao rejeitarem o sistema de Fulton. Os que negam a existência de Deus porque não o vemos, nem podemos demonstrá-lo por uma equação algébrica, se esquecem de que a força de gravitação também não se pode ver e, no entanto, todos a aceitam por causa dos seus efeitos.(Págs. 35 e 36.)

19. Desses efeitos deduziu-se a causa, e mais: calculando a força dos efeitos, calculou-se a força da causa, que jamais foi vista. Dá-se o mesmo com o Criador e a vida espiritual, que se julgam por seus efeitos, segundo o axioma: “Todo efeito tem uma causa. Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. A força da causa inteligente está na razão da grandeza do efeito”. Crer em Deus e na vida espiritual não constitui, pois, uma crença gratuita, mas um resultado da observação, tão positivo quanto o que nos faz crer na força da gravidade. (Pág. 36.)

20. O Espiritismo não é, como pensam alguns, uma nova fé cega, que veio substituir outra fé cega, porque estabelece como princípio que antes de crer é preciso compreender, e para compreender é preciso raciocinar. A Doutrina Espírita não repousa em nenhuma teoria preconcebida ou hipotética, mas na experiência e na observação dos fatos. “Era urgente – observa Kardec – estabelecer, desde o princípio, o Espiritismo no seu verdadeiro terreno. A teoria baseada na experiência foi o freio que impediu a credulidade supersticiosa tanto quanto a malevolência de o desviar de sua rota.” (Págs. 39 e 40.)

21. Com o título de As três filhas da Bíblia o Sr. Hippolyte Rodrigues publicou uma obra em que prevê a fusão das três grandes religiões saídas da Bíblia: a judia, a católica e a maometana. Comentando artigo sobre referido livro inserido no jornal Le Pays, Kardec critica esta frase escrita pelo autor da matéria: “quando se raciocina não se crê mais”. O Espiritismo prega exatamente o contrário: quando se raciocina crê-se mais firmemente, porque se compreende. Foi isso que levou o codificador a escrever que não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade. (Pág. 41.)

22. A Revue transcreve parte de uma carta dirigida pelo padre Lacordaire à sra. Swetchine, datada de 29 de junho de 1853, na qual o notável sacerdote se refere às mesas girantes e afirma que em todos os tempos houve modos mais ou menos bizarros para se comunicar com os Espíritos; apenas se fazia mistério desses processos. “Hoje, graças à liberdade dos cultos e à publicidade universal, o que era um segredo tornou-se uma fórmula popular”, escreveu Lacordaire. (Págs. 43 e 44.)

23. O Monsenhor Freyssinous, bispo de Hermópolis, em suas Conferences sur la religion, publicadas em 1825, também entendia, como Kardec, que “um demônio que procura destruir o reino do vício para estabelecer o da virtude, seria um demônio estranho”. É por isso – escreveu o bispo – que Jesus, para repelir a absurda acusação que os judeus lhe fizeram, lhes dizia: “Se opero prodígios em nome do demônio, então o demônio está dividido consigo mesmo; então procura destruir-se”. Os espíritas dizem a mesma coisa aos que tacham as práticas e as curas espíritas de envolvimento com o demônio. (Pág. 45.)

24. A doutrina espírita, explica Kardec, não admite poder rival ao de Deus e menos, ainda, pode admitir que um ser decaído tenha recuperado bastante poder para contrabalançar os desígnios do Pai. Para o Espiritismo, Satã é apenas a personificação alegórica do mal, como entre os pagãos Saturno era a personificação do tempo, Marte a personificação da guerra e Vênus a personificação da beleza. (Pág. 46.)

25. Vários jornais franceses reproduziram notícia publicada em a Sentinelle Toulonnaise, de Toulon, sobre uma menina de dois anos e onze meses, chamada Eugénie Colombe, que sabia ler e escrever perfeitamente e tinha, ainda, conhecimentos sobre religião cristã, gramática francesa, geografia, história e as quatro operações de aritmética. Um correspondente da Revue, oficial da Marinha em Toulon, confirmou a veracidade do fato, que recebeu de Kardec as explicações que se seguem: I) A precocidade de certas crianças para as línguas, a música e as ciências em geral não passa de lembranças. II) A faculdade de recordar é uma aptidão inerente ao estado psicológico, isto é, ao mais fácil desprendimento da alma em certos indivíduos do que em outros. III) O passado é como um sonho do qual a gente se lembra mais ou menos exatamente, ou do qual se perdeu totalmente a lembrança. (Págs. 47 a 49.)

26. Concluindo o relato pertinente à menina Eugénie, a Revue  transcreve parte de uma carta enviada por um correspondente da Argélia que de passagem por Toulon também teve contato com a criança e sua mãe. “Esta criança – diz a carta – certamente é um Espírito muito adiantado, porque se vê que responde e cita sem o menor esforço de memória. Sua mãe me disse que desde os 12 ou 15 meses ela sonha à noite e parece conversar, mas numa língua que não permite compreender. É caridosa por instinto; atrai sempre a atenção de sua mãe, quando avista um pobre; não suporta que batam nos cães, nos gatos, nem em qualquer animal.” (Pág. 49.) (Continua no próximo número.)
 

(1)  Apoplexia significa afecção cerebral que se manifesta imprevistamente, acompanhada de privação dos sentidos e do movimento, determinada por lesão vascular cerebral aguda (hemorragia, embolia, trombose), bem como qualquer das afecções resultantes da formação rápida de um derrame sanguíneo. 


 


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