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Crônicas e Artigos
Ano 4 - N° 167 - 18 de Julho de 2010

SIDNEY FRANCEZ
1948@uol.com.br

Bauru, São Paulo (Brasil)

Quando é preciso dizer não!

A Hora e Vez de Madalena


“A Dureza e a Ingratidão não podem perseguir o amor puro. (...) Quando as almas reencarnadas se revelam impermeáveis ao reconhecimento e à compreensão, distanciamo-nos delas, naturalmente, ainda mesmo quando encerrem para nós valiosas joias do coração, até que se integrem no conhecimento das leis de Deus e se disponham a segui-las, em nossa companhia. (...) Se não nos sentimos com a precisa coragem para o afastamento necessário, (...) somos favorecidos com o tratamento magnético que opera em nós o esquecimento passageiro.” (André Luiz, Os Missionários da Luz, pg. 254, FEB, 22ª. Edição.)  
 

Quase 40 anos de tolerância e sacrifício. Madalena “engolira todos os sapos possíveis”. Seu marido, sempre autoritário e manipulador, não deixava de usar suas doenças – reais ou imaginárias – como meios para chantagear a pobre mulher.

Madalena era “incompetente” para abandonar o lar. E Jorge sabia disso. Se soubesse fazê-lo, talvez a respeitasse.

Chegava agora à terceira idade. E, para seu desespero, seus filhos haviam se tornado cópias do pai. Também não a respeitavam e exigiam cada vez mais seus sacrifícios.

Eis que um dia, sabe-se lá de onde surgiu a ideia, Madalena resolveu comparecer a uma reunião mediúnica da Casa Espírita que frequentava. Não era dada a consultas. Achava que os Espíritos tinham mais o que fazer do que ficar atendendo os encarnados.

Mas uma força misteriosa a compelia à consulta. Algo que era mais poderoso que sua própria vontade e princípios.

Sentou-se discretamente bem ao fundo da sala.

Inesperadamente, foi chamada à frente pelo mentor espiritual dos trabalhos. Não conhecia a médium. Nem por ela era conhecida. 

 - Quem lhe outorgou a função de mártir, Madalena? – perguntou abruptamente o Espírito.

- Mártir, eu?

- A dureza e ingratidão não podem perseguir o amor puro.

- Mas, como? Eu sempre me dediquei integralmente à minha família.

- E esqueceu-se totalmente de você mesma.

- Sabemos do seu comportamento amorável. Mas é tempo de você passar a pensar nas suas próprias necessidades.

- Estamos autorizados a ajudá-la a promover o equilíbrio da sua família. Mas você precisará fazer a sua parte.

Madalena estava totalmente confusa!

Pensava que sempre agira de maneira correta. E, agora, essa disposição da espiritualidade! Não seria talvez algum processo de mistificação?

- Não se preocupe Madalena. Sabemos que você fez todo o possível para seus familiares. É hora de eles acordarem para a vida!

Aturdida, Madalena voltou ao lar.

Naquela noite, os incompreensíveis familiares, visivelmente influenciados por entidades das sombras, haviam se desentendido. E, como sempre, ela era a apaziguadora e, ao mesmo tempo, o para-raios das lascas que sobravam.

Depois da tempestade, depois de suas orações ao leito, prometeu a si mesma refletir seriamente sobre as sugestões que havia recebido dos Espíritos.

Embalada no sono por aquelas vibrações acalentadoras, foi transportada para a espiritualidade maior, onde obteve a confirmação das orientações recebidas e, ainda mais, o estímulo que lhe faltava para rever a sua posição de encarnada.

No dia seguinte, Madalena acordou disposta a mudar de vida e, ao mesmo tempo, contribuir de maneira mais efetiva para reorganização da sua família.

Promoveu uma reunião com Jorge, seu marido, e os dois filhos. Considerando que os filhos já haviam crescido e não mais necessitavam de seus cuidados diretos, comunicou suas decisões.

Voltaria a estudar. Havia abandonado a faculdade tão logo engravidara do primeiro filho.

Iria procurar um emprego. Ansiava ser mais útil e provar a sua capacidade profissional. Se conseguira administrar uma casa e uma família (por sinal muito complicada), com certeza daria conta de novas tarefas externas.

Aos finais de semana iria ligar-se à atividade voluntária da creche-berçário do bairro em que moravam.

As decisões de Madalena caíram como um raio sobre os familiares. Egoisticamente, apresentaram argumentos, dificuldades e objeções.

Madalena não tinha mais idade para esses arroubos da juventude!

Mas, escudada pelos mentores espirituais que a acompanhavam, Madalena encheu-se de coragem e informou que suas decisões eram irreversíveis.

Era hora de pensar um pouco nela mesma.

*

A princípio foi muito difícil. Os familiares praticamente “bombardeavam” todas as suas iniciativas.

No entanto, Madalena era forte e persistente. Assim como havia sido com as coisas dos outros durante toda a vida.

Os familiares não tiveram outra alternativa senão aceitar as “ideias revolucionárias” da mulher da casa.

“O verbo edifica. Mas o exemplo arrasta sempre.” A frase de André Luiz encaixou-se perfeitamente à nova fase da vida de Madalena.

Vendo a mãe feliz e entusiasmada com o estudo, o trabalho e o trabalho voluntário, os filhos passaram a olhá-la com mais respeito e observá-la melhor.

Dali a algum tempo, tendo que fazer cada um a sua parte na casa, pararam de centralizar as culpas e obrigações em Madalena e passaram a valorizar o trabalho até então realizado só por ela.

O próprio marido, reconhecendo o valor da esposa, vencendo, não obstante a idade, as dificuldades do estudo e os obstáculos profissionais, passou a vê-la com outros olhos.

Tomou-se da mesma coragem e ingressou num programa de “desaposentadoria” que recentemente surgira em sua cidade. Se a esposa pôde, ele também poderia voltar a trabalhar.

*

Os Espíritos sempre estão dispostos a nos ajudar. Preocupam-se com a nossa vida, mas não podem operar em nosso lugar.

Se nos distanciamos do caminho certo, mesmo imbuídos de boas intenções, procuram nos alertar e corrigir nossos enganos.

Daí é por nossa conta. Rever os erros e passar a trilhar uma nova vida dependerá exclusivamente de nós mesmos.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita