WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 167 - 18 de Julho de 2010

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1866

Allan Kardec 

(Parte 10)

Continuamos a apresentar o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1866. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado em 16 partes, com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. A qualificação Espírito de Verdade diz respeito a um Espírito ou a uma coletividade, uma plêiade de Espíritos? 

Segundo Allan Kardec, essa qualificação pertence a um único Espírito e pode ser considerada como um nome próprio. Está especificada no Evangelho. Aliás, acrescenta o codificador, esse Espírito se comunica raramente e apenas em circunstâncias especiais. {N.R.: Em seu livro Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas, pág. 91 da 2a edição publicada pela Editora O Clarim, Kardec nos deu a seguinte informação sobre o Espírito de Verdade: “Tendo eu interrogado esse Espírito, ele se deu a conhecer sob um nome alegórico (eu soube, depois, por outros Espíritos, que fora o de um ilustre filósofo da Antiguidade)”.} (Revue Spirite de 1866, pp. 221.)

B. Os Espíritos podem ver seu passado?

Sim. Mas um leitor questionou o fato de ter sido o Espírito do Dr. Cailleux posto em estado magnético para ver desenrolar-se à sua frente o quadro de suas existências passadas. O fato, segundo o leitor, parecia contradizer o item 243 d’ O Livro dos Espíritos. Kardec disse-lhe que não, pois, ao contrário, vem confirmar a possibilidade, para o Espírito, de conhecer suas existências passadas. “O Livro dos Espíritos não é um tratado completo do Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação”, asseverou Kardec. Ele ensina que a alma vê suas migrações passadas, mas não diz quando nem como isto se dá. (Obra citada, pp. 221 e 222.)  

C. Quando Maomé teve a primeira visão do anjo Gabriel?

Foi aos 40 anos de idade que teve ele a primeira visão durante o sono:  o anjo Gabriel lhe apareceu mostrando-lhe um livro que o aconselhou a ler. Três vezes resistiu a essa ordem e só para escapar ao constrangimento sobre ele exercido é que consentiu em o ler. Ao despertar, disse ter sentido “que um livro tinha sido escrito em seu coração”, frase posteriormente tomada ao pé da letra por seus seguidores. (Obra citada, pp. 231 e 232.)  

Texto para leitura

117. Poucos dias após seu falecimento, o Sr. Méry comunicou-se na Sociedade Espírita de Paris, quando revelou que a morte foi para ele de uma doçura inefável e confirmou ter sido, sim, espírita de coração e de espírito, embora não houvesse se engajado na tarefa espírita. (Págs. 214 a 216.)

118. Tratando do tema identidade dos Espíritos, Kardec reitera que a identidade não pode ser constatada com certeza senão para os Espíritos partidos recentemente. Quanto aos que deixaram a Terra há mais tempo, ela não pode ser atestada de maneira absoluta. (Págs. 216 e 217.)

119. Além disso, há na faculdade mediúnica uma infinita variedade de nuanças que tornam o médium apto ou impróprio à obtenção de determinados efeitos que, à primeira vista, parecem idênticos e, no entanto, dependem de influências fluídicas diferentes. “O médium é como um instrumento de cordas múltiplas: não pode dar pelas cordas que faltam”, explica Kardec, que menciona a respeito um fato muito interessante.  (Págs. 217 e 218.)

120. As provas de identidade quase sempre vêm espontaneamente, quando menos se espera, ao passo que são dadas raramente quando pedidas. Capricho da parte do Espírito? Não. Ocorre aí como na fotografia, onde uma simples variação na intensidade ou na direção da luz basta para impedir a reprodução da imagem. (Págs. 218 e 219.)

121. As relações fluídicas que devem existir entre o Espírito e o médium jamais se estabelecem completamente no primeiro contato; a assimilação só se faz com o tempo e gradualmente. Quando seus fluidos estão identificados, as comunicações se dão naturalmente. (Pág. 219.)

122. Um Espírito, mesmo canonizado em vida, pode dar-se a qualificação de santo, sem faltar à humildade? Kardec explica: “A canonização não implica a santidade, no sentido absoluto, mas simplesmente um certo grau de perfeição. Para alguns a qualificação de santo tornou-se uma espécie de título banal, fazendo parte integrante do nome, para distinguir de seus homônimos, ou se lhes dá por hábito”.  Dito isto, o codificador não via nada de mais em Santo Agostinho e São Luís assinarem dessa forma suas comunicações. (Págs. 220 e 221.)

123. Referindo-se no mesmo comentário ao Espírito de Verdade, Kardec diz que essa qualificação pertence a um único Espírito e pode ser considerada como um nome próprio. Está especificada no Evangelho. Aliás, acrescenta o codificador, esse Espírito se comunica raramente e apenas em circunstâncias especiais. (Pág. 221.)

124. Um leitor questiona o fato de ter sido o Espírito do Dr. Cailleux posto em estado magnético para ver desenrolar-se à sua frente o quadro de suas existências passadas. O fato não parece contradizer o item 243 d’ O Livro dos Espíritos? Kardec diz que não, pois, ao contrário, vem confirmar a possibilidade, para o Espírito, de conhecer suas existências passadas. “O Livro dos Espíritos não é um tratado completo do Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação”, asseverou Kardec. Ele ensina que a alma vê suas migrações passadas, mas não diz quando nem como isto se dá. Nos Espíritos atrasados, a visão é limitada ao presente e se desenvolve com a inteligência e à medida que adquirem consciência de sua situação. (Págs. 221 e 222.)

125. O número de julho de 1866 se encerra com uma poesia – “A prece pelos Espíritos” – de Casimir Delavigne. (Pág. 223.)

126. Maomé e o Islamismo constituem o tema do artigo de abertura do número de agosto, no qual Kardec apresenta um conjunto de informações que nos permitem conhecer em sua essência a vida e a obra do autor do Alcorão. Ei-las, de forma sintética: I) Desde muito tempo a Arábia era povoada por várias tribos, quase todas nômades e perpetuamente em guerra umas contra as outras. II) Os rebanhos eram sua principal fonte, mas algumas se davam ao comércio, realizado por caravanas que partiam anualmente do Sul com destino à Síria ou à Mesopotâmia. III) As caravanas pouco se afastavam das bordas do mar e as principais seguiam o Hidjaz, região que forma, às margens do Mar Vermelho, uma faixa estreita, numa extensão de quinhentas léguas (o vocábulo Hidjaz significa barreira e se dizia da cadeia de montanhas que borda essa região e a separa do resto da Arábia). IV) Os pontos de estação das caravanas, que paravam nos lugares onde havia água e árvores, tornaram-se centros onde, pouco a pouco, se formaram cidades, das quais as principais, no Hidjaz, são Meca e Medina. V) A maior parte dessas tribos pretendia descender de Abraão, que era tido, por isso, em grande honra entre eles. VI) Entre eles havia uma crença de que a famosa fonte de Zemzem, no vale de Meca, era a que Gabriel tinha feito jorrar quando Agar, perdida no deserto, ia morrer de sede com seu filho Ismael. VII) A tradição dizia ainda que Abraão, tendo vindo ver seu filho exilado, havia construído com as próprias mãos, perto dessa fonte, a Caaba, uma casa de nove côvados de altura por 32 de comprimento e 22 de largura, a qual, religiosamente conservada, tornou-se um lugar de grande devoção, sendo um dever visitá-la. VIII) As caravanas paravam ali naturalmente e os peregrinos aproveitavam sua companhia para viajar com mais segurança. IX) A peregrinação a Meca existia desde tempos imemoriais. Maomé apenas conservou e tornou obrigatório o costume. A Caaba é hoje rodeada por uma mesquita. X) No princípio a religião dos árabes consistia na adoração de um Deus único, a cuja vontade o homem deve ser completamente submisso. XI) Essa religião, que era a de Abraão, chamava-se Islam e os que a professavam diziam-se Muçulmanos, isto é, submetidos à vontade de Deus; mas, pouco a pouco, o puro Islam degenerou em grosseira idolatria. Cada tribo tinha seus deuses e seus ídolos e isso foi a causa de muitas e longas guerras entre elas. XII) Havia, porém, em certas tribos homens piedosos que adoravam a Deus único e repeliam o culto dos ídolos. Chamados Hanyfas, eram eles os verdadeiros muçulmanos, que conservavam a fé pura do Islam, embora fossem pouco numerosos e com escassa influência sobre as massas. XIII) Maomé nasceu em Meca a 27 de agosto de 570 da Era Cristã. Pertencia a uma família poderosa e considerada, da tribo dos Coraychitas, uma das mais importantes da Arábia e supostamente descendente em linha reta de Ismael. XIV) Seu pai morreu dois meses antes de seu nascimento, e sua mãe o deixou órfão com a idade de seis anos. Seu avô Abd-el-Mutalib, que o estimava muito, morreu também dois anos depois, de tal forma que, apesar da posição que sua família havia ocupado, Maomé passou a infância e a juventude num estado próximo ao da miséria. XV) Com a morte do avô, ele foi recolhido pelos tios, cujos rebanhos pastoreou até a idade de vinte anos. (Págs. 225 a 230.)

127. Maomé tinha o espírito meditativo e sonhador e um caráter de uma solidez e maturidade tão precoces, que seus companheiros o designavam pelo sobrenome de El-Amin, “o homem seguro, o homem fiel”. Mesmo quando jovem e pobre, convocavam-no às assembleias da tribo para os negócios mais importantes. Fazia parte, então, de uma associação formada entre as principais famílias coraychitas, cujo objetivo era prevenir as desordens da guerra, proteger os fracos e lhes fazer justiça. (Págs. 230.)

128. Aos vinte e cinco anos casou-se com sua prima Khadidja, viúva e rica, quinze anos mais velha do que ele. Essa união, que foi sempre feliz, durou 24 anos e só terminou com a morte da esposa, aos 64 anos. (Pág. 231.)

129. Depois da morte de Khadidja seus costumes mudaram e Maomé desposou várias mulheres: teve doze ou treze em casamentos legítimos e deixou, ao morrer, nove viúvas. (Pág. 231.)

130. Até os quarenta e nove anos, quando morreu Khadidja, sua vida pacífica nada apresentara de saliente. Apenas um fato o tirou um instante da obscuridade. Foi quando, estando Maomé com 35 anos, os coraychitas resolveram reconstruir a Caaba, que ameaçava ruína. Sua intervenção numa polêmica suscitada na época satisfez a todos. Aos 40 anos, no monte Hira, teve ele uma visão durante o sono:  o anjo Gabriel lhe apareceu mostrando-lhe um livro que o aconselhou a ler. Três vezes resistiu a essa ordem e só para escapar ao constrangimento sobre ele exercido é que consentiu em o ler. Ao despertar, disse ter sentido “que um livro tinha sido escrito em seu coração”, frase posteriormente tomada ao pé da letra por seus seguidores. (Págs. 231 e 232.)(Continua no próximo número.)

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita