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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 4 - N° 164 - 27 de Junho de 2010

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo (Brasil)

 

Arnaldo Costeira:

“Portugal tem possibilidades inegáveis de levar as caravelas da Luz espírita pela
Europa afora”

O presidente da Federação Espírita Portuguesa fala da realidade espírita em seu país e das dificuldades de penetração do Espiritismo nos demais países da Europa

 

Arnaldo Carvalhais da Silveira Costeira é espírita desde 1976 e preside a Federação Espírita de Portugal (FEP). Coronel do Exército Português, com Licenciatura em Ciências Militares, tem dois livros publicados, sendo um deles sobre temática espírita. O confrade nasceu em Lamego e reside atualmente em Viseu.

Além de presidir a Federativa nacional, é presidente da Associação Social Cultural Espiritualista de Viseu e diretor do Jornal Espírita, editado pela FEP. Vincula-se ainda à Instituição Espírita e Instituição Particular de Solidariedade Social, reconhecida como tal pelo Governo Português.


Na presente entrevista, ele fala sobre sua iniciação no Espiritismo e nos diz como anda o movimento espírita português.

O Consolador: Como foi seu primeiro contato com o Espiritismo?

Foi em 1970, durante uma Comissão de Serviço militar, na Guiné Bissau, durante a Guerra Colonial. Minha esposa era espírita e médium, assim como sua mãe, tendo sido esclarecidas e educadas mediunicamente pelo Comandante Isidoro Duarte Santos. A propósito da minha participação na Guerra e o que iria acontecer, revelaram-me a proteção e ajuda de meu pai desencarnado, relatando-me conversa pessoal que havia tido com ele oito dias antes do seu desenlace.

O Consolador: Qual o aspecto doutrinário do Espiritismo que mais lhe chama a atenção e por quê?

Sem dúvida que me prendeu desde o início o aspecto fenomênico, porquanto, tendo sido despertado pelas revelações atrás referidas, apenas entrei deliberadamente após o desencadear de fenômeno mediúnico ocorrido com minha própria filha mais velha que, com ano e meio de idade, manifestava perturbação impressionante de realidade então para mim inexplicável, ainda que a transferência mediúnica do agente me tenha empurrado definitivamente para o estudo da Doutrina.

O Consolador: Como é presidir a Federação Espírita Portuguesa?

A Federação Espírita Portuguesa é uma Entidade que passou por atribulações tremendas não só durante a primeira República, entre os anos de 1910 e 1917, como principalmente a partir de 1949, desta feita na chamada II República ou regime salazarista. Desta forma a reconstituição após o 25 de Abril foi marcada por grande agitação e discordâncias entre os seguidores do tempo da clandestinidade, marcas que permanecem ainda hoje dificultando sobremaneira a condução das atividades federativas. Todavia os desafios sempre nos motivaram, pelo que se me afigura apaixonante a tarefa, extremamente difícil, de contribuir simultaneamente para uma participação intensa e ativa na difusão pela Europa da Cultura tão distante da espiritualidade.

O Consolador: Quantos centros espíritas existem no país?

Federados, contamos hoje com 64 Centros Espíritas havendo, todavia, notícia de que cerca de 80 outros estão formados, mas não acederam à condição de federados.

O Consolador: O contato com o Brasil tem sido muito positivo para Portugal com vistas à divulgação espírita?

Certamente que os contatos têm sido muito importantes, especialmente através de Divaldo Pereira Franco – que ocorrem desde 1967 –, quando visitou pela primeira vez Portugal num período em que era o Espiritismo proibido na nossa terra, como mais recentemente através de José Raul Teixeira. Mas muitos outros palestrantes do país irmão por aqui vão deixando marcas importantes de divulgação doutrinária.

Paralelamente tem sido importante a expansão da Doutrina através dos livros, especialmente psicografados por Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco, tendo papel importante a FEB (Federação Espírita Brasileira) e o Centro Espírita Caminho da Redenção, de Salvador-BA.

O Consolador: A Federação Espírita Portuguesa também mantém Editora?

Não. De momento não se dedica à edição de livros de uma forma sistematizada. Há cinco anos, e sob autorização da FEP, publicamos uma edição das três obras básicas da Codificação. Publicamos recentemente, para o VII Congresso Nacional de Espiritismo, o livro “Almas Errantes”, psicografado por Isidoro Duarte Santos, de autoria espiritual de Maria Gonçalves Duarte Santos, a conhecida dirigente espírita portuguesa “Lia”.

Sem dúvida que tentamos, há alguns anos, publicar livros de André Luiz, mas compreendemos as dificuldades levantadas pela FEB, de quem precisávamos de licenciamento para a sua efetivação.      

O Consolador: Quais as principais atividades espíritas em Lisboa e também no país?

Durante o ano ocorrem diversos seminários, palestras, conferências, Encontros Doutrinários de Juventudes Espíritas, Convívios da Criança Espírita, além das atividades das Casas Espíritas, quer no Estudo Sistematizado, quer na promoção de Cursos Básicos e outros. Claro que o Atendimento Fraterno, a Fluidoterapia e o Trabalho Mediúnico são atividades prosseguidas pelas Casas Espíritas.

O Consolador: Os livros espíritas editados no Brasil têm sido divulgados também em Portugal?

Sim, de uma forma generalizada. As instituições espíritas recorrem frequentemente à importação de obras espíritas de diversas editoras do Brasil. Junto da Federação Espírita Portuguesa funciona a Livraria Espírita Editora que promove a importação de numerosas obras espíritas do Brasil, procedendo à sua distribuição pelas casas espíritas em Portugal.

O Consolador: Quais as maiores dificuldades encontradas pelo movimento espírita português?

Ainda hoje há imensas dificuldades na divulgação espírita, quer em relação à Comunicação Social em geral, quer por dificuldades levantadas ao nível da Religião Tradicional majoritária no país, a Igreja Católica. Mantemos uma ação judicial contra o Estado Português e a Casa Pia de Lisboa, a propósito do encerramento da FEP nos anos cinquenta do século passado pelo Governo de Salazar, processo cuja conclusão poderá abrir as portas à credibilidade pública da FEP e do Movimento Espírita Português.

O Consolador: E as maiores conquistas?

Sem dúvida que conseguimos algumas. Já pudemos realizar seis Congressos que, na sua maioria, tiveram tratamento nos grandes meios de Comunicação Televisiva, embora apenas localizados no tempo e conseguidos com inexcedível trabalho particular. Mas podemos dizer que conseguir em Portugal o nome de Allan Kardec numa Rua, exatamente na cidade de Viseu, e conseguir que o Governo da República aprovasse uma Instituição Espírita como Instituição Particular de Solidariedade Social, também em Viseu, são duas portas abertas a iniciativas do mesmo teor por outras instituições espíritas.

O Consolador: Pelo perfil próprio da Europa, na integração entre as diferentes nações, a cultura espírita tem atingido outros países?

Apesar do grande trabalho levado a cabo por Divaldo Franco, e mais recentemente por José Raul Teixeira, a cultura espírita apenas se espraia, quase totalmente, nos segmentos de população emigrante quer de Portugal quer do Brasil. Os nacionais desses países estão ainda muito distantes da Doutrina, mesmo em França, a Pátria de Kardec. Verifica-se a pouca divulgação doutrinária na língua desses países pelo que tudo está bastante atrasado nesse particular.

O Consolador: Qual a população da capital e do país? E quantas instituições espíritas na capital?

A população de Lisboa e zonas limítrofes da grande Metrópole deverá andar hoje entre os 2,5 e os 3 milhões, sendo que para esta população deveremos ter doze Casas Espíritas. O País tem pouco mais de 10 milhões de habitantes.

O Consolador: Algo mais a acrescentar?

Verifica-se que as maiores Instituições espíritas se localizam na Região Centro. A maior é, sem dúvida, a Associação de Viseu, que dispõe de um salão para 650 pessoas e que normalmente esgota a capacidade às 2ªs e 6ªs feiras à noite. Depois, segue-se a Associação Espírita de Leiria, que tem salão para cerca de 450 pessoas, Braga com capacidade idêntica, e outra meia dúzia de instituições com capacidade para 200/300 pessoas. Viseu dispõe ainda da TV-Espírita (www.tv-espirita.com - www.ascev-ipss.org) que está em fase de expansão e de desenvolvimento de programas. Aliás, essa instituição dispõe ainda de material e instalações para gravação em Áudio e Vídeo, Tipografia, além de um Centro de Acolhimento para Vítimas de Violência no Lar, outro para acolhimento de Jovens Grávidas, além de um Lar para Idosos, os três Departamentos em fase de construção e implementação.

O Consolador: Suas palavras finais.

Gostaria de agradecer a oportunidade que me foi dada de dar a conhecer um pouco da realidade do Movimento Espírita Português. Reconheço como é difícil concitar a solidariedade das organizações espíritas internacionais, em tempo de derrubada de fronteiras, que de todo não deveriam existir quando de Movimento Espírita se trate.

Portugal tem possibilidades inegáveis de levar as caravelas da Luz espírita por essa Europa afora, precisa apenas de que aqueles que abraçam a Doutrina com amor reconheçam esse papel, que não pretende substituir a importância de ninguém no contexto da Doutrina, mas tão-somente participar na difusão e expansão da Verdade que precisa estar disponível para todos para que se dê a libertação.

Nós estamos na Europa e conhecemos a sua realidade. Tivéssemos nós a ajuda declarada e positiva daqueles que o podem fazer melhor que ninguém e certamente tudo poderia ser bem diferente, a bem da Mensagem do Cristo. Acreditamos que o Mundo espiritual está atento e Portugal, certamente com a ajuda do Brasil, bem poderá ter um papel mais interventivo. Saúdo os Irmãos e Companheiros do Brasil, a quem envio um abraço muito fraternal em nome do Movimento Espírita Português.
 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita