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Crônicas e Artigos
Ano 4 - N° 164 - 27 de Junho de 2010

CHRISTINA NUNES
cfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 

O que fica...


Quando alguém conhecido parte, é comum observar pessoas apelando contra o que denominam sentimentalismo barato, e a tendência observável, nalguns casos, de se santificar quem reputam mero ser humano comum, distanciado da perfeição, e que apenas partiu, não se achando mais entre nós.

Convido os leitores e amigos a um ângulo da situação diferente. O ângulo facilmente acessível quando, para com quem foi, guardamos no íntimo cálido sentimento de ternura, de amor ou de amizade.

Falo com base no fato de que o amor faz diferença na percepção das coisas e situações. É, pois, perigosa a comparação muito em voga entre as expressões dos sentimentos genuínos com o que se convencionou denominar "sentimentalismo barato". Há algo a se enfatizar aí, porque, na ausência da nobreza dos nossos melhores sentimentos - e não de algo que, antes de ser sentimento, encobre demagogia, falsidade, dissimulação -, o mundo, está visto, não chegará a lugar nenhum digno, e nem a nada de bom.

As recordações evocam ocasiões várias, em que tive meu marido doente sob suspeita de moléstia grave, e graças a Deus não confirmada. Despedidas de amigos do meio profissional, que se foram por este ou aquele motivo, ou em busca de novos rumos, deixando saudades quanto sincera melancolia. E, recentemente, o episódio de outra amiga de trabalho que, em nos deixando cedo demais sob a nossa ótica distanciada da devida compreensão dos misteriosos desígnios de Deus, lançou-nos a todos, que lhe eram próximos no dia-a-dia, em abrupto estado de consternação e tristeza.

É a partir disso tudo que lhes asseguro, amigos: nenhum dos sentimentos experimentados nestas variadas ocasiões refletia o tal "sentimentalismo crasso". Sem embargo, o que expressamos em tais momentos, do nosso ângulo particular de percepção, fora autêntico, fora sincero! E nada teve a ver com qualquer intenção de "santificar quem nada mais era do que um ser humano que se afastou, ou esteve a ponto disso". De modo algum!

Em todos estes casos, e noutros mais, semelhantes, o que significou para as nossas considerações foi o que de bom ficou de cada uma destas pessoas queridas. Porque assomaram à tona sobre tudo mais, cristalinas, insuperáveis em importância, as boas lembranças de cada momento vivido com cada um deles. As eventuais alegrias; instantes descontraídos; troca de ideias e de aprendizado. Horas de labor mútuo, do compartilhamento de importantes vivências e de impressões sobre a vida. Autêntica quão deliciosa terapia!

Os lances pitorescos do cotidiano de cada um. Novidades, episódios ríspidos, e, a partir deles, a impagável troca de solidariedade. Palavras de incentivo. Piadas, atitudes carinhosas. Festejos, passeios compartilhados. Vida em comum. A Vida comum - a eles, a nós, a tudo e a todos os que nos cercam!...

E evocar e valorizar estes repertórios únicos, particularizados, como justo pretexto das boas lembranças de cada qual que nos deixa, caros, não é, de forma alguma, "santificar quem está longe da perfeição". É – por amor, carinho ou amizade – colocar, acima de tudo o mais, apenas o que vale a pena. O que ficou para nós, de belo, de valioso, de cada um destes personagens com que Deus presenteia a nossa trajetória.

A alegria e o bom humor de um; o sorriso largo, o otimismo de outra; o perfil terno, os gestos generosos, a integridade e dignidade na lide com as minúcias rotineiras. Simples, prazeroso, enternecedor assim! É, pois, o que arranca lágrimas de nossos olhos e palavras enaltecedoras para aqueles que nos deixaram, pelo menos transitoriamente. As expressões justas de saudades de quem vai, da parte de quem fica.

Saudades daquilo de muito bom que, nascido de cada um deles, passou a habitar para sempre os nossos corações e sentimentos. E gratidão, por toda esta preciosa herança que, e na maior parte das vezes sem plena consciência disso, nos legaram, para a nossa melhoria íntima, para o nosso enriquecimento como seres em trajetória - acrescidos, aqui e ali, com a lição dos sorrisos de um, da abnegação de outros, da ternura de tantos mais..., como sementes germinando nas terras férteis de nossos jardins pessoais do futuro!

De resto, são estas nuances, muita vez despercebidas, tudo quanto trazemos para oferecer a este mundo, onde estagiamos em permanência fugaz. E de onde partiremos em dia insuspeitado, levando conosco, como saldo positivo, justo, este algo a mais adquirido no aprendizado com tantos que compartilharam a nossa trajetória; e que, adicionado à nossa essência a conta de inestimável tesouro nascido destes a quem muito estimamos, em nós mesmos germina, viceja e floresce, presenteando de futuro os incessantes caminhos da Vida!

E isto é, mesmo, e a qualquer tempo, tudo o que fica!... 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita