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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 4 - N° 162 - 13 de Junho de 2010

ANTONIO AUGUSTO NASCIMENTO
acnascimento@terra.com.br
Santo Ângelo, Rio Grande do Sul (Brasil)

 

Paulo Afonso Eberhardt:

“O bom livro espírita é um dos melhores instrumentos para a divulgação do Espiritismo”
 

 

Paulo Afonso Eberhardt (foto), economista de formação, desenvolve dedicada atividade junto ao Centro Espírita de Caridade Dias da Cruz, em Passo Fundo (RS), onde se destaca sua experiência com a divulgação do livro espírita. Nesta entrevista, concedida gentilmente à revista O Consolador, ele fala sobre vivência na divulgação do livro em uma casa espírita.  

O Consolador: Como se tornou espírita? 

Aos 25 anos comecei a registrar de uma forma intensa a presença dos Espíritos de várias maneiras como audição, vidência, registros através dos sonhos, premonições

frequentes que se concretizavam etc. Não conhecia a Doutrina Espírita e, então, através de uma colega de trabalho, cheguei a uma Casa Espírita e nunca mais saí. 

O Consolador: Em quais atividades atua no Centro Espírita?  

Em 1986 iniciei-me na evangelização no Centro Espírita de Caridade Dias da Cruz, de Passo Fundo (RS). Atualmente, além da direção da Instituição, colaboro no setor de Palestras, Livraria, Estudos de O Livro dos Médiuns e ESDE e Setor de Divulgação, através do site www.diasdacruz.org.br  

O Consolador: Você está muito envolvido com as atividades de divulgação da Doutrina Espírita através de livros, na livraria e em feiras de livros. Como iniciou e qual a importância que verifica nessas atividades?   

Tínhamos um ponto de venda de livros por mais de vinte anos, mas não atendia aos nossos anseios e então fundamos, no ano de 2002, a LEAX – Livraria Espírita Antonina Xavier. A livraria já sofreu duas ampliações e hoje possuímos mais ou menos 1.700 títulos entre livros, CDs e DVDs e os controles e as vendas são todos automatizados. Quanto à importância, sabemos que o mundo espiritual nos envia frequentemente obras para nos auxiliar em nosso progresso moral e intelectual. O bom livro espírita é um dos melhores instrumentos para a divulgação da Doutrina Espírita, principalmente junto aos simpatizantes. Através de amigos, parentes e de colegas de trabalho, o Espiritismo também tem se espalhado através dos livros. Poderíamos dizer que num dia “n” pessoas vão às Casas Espíritas enquanto que milhares de livros são lidos na intimidade dos lares. 

O Consolador: Algum momento em especial que gostaria de relatar-nos? 

No ano de 2008, graças ao trabalho que realizávamos na Livraria, fomos convidado para ir a Angola, na África, especificamente à cidade de Luanda, para implantarmos livrarias nas universidades particulares daquela cidade. Foi uma experiência excepcional e, como sou apaixonado pelos livros, os treinamentos que recebi via Fundação Getúlio Vargas para a atividade me serviram em muito para ampliação e modernização de nossa LEAX. Outro momento especial foi nossa participação na Feira do Livro de Passo Fundo. Além de a procura ter sido muito boa, comercializamos mais de 1.100 unidades. Distribuímos mais de 300 exemplares do Evangelho, largando-os nos bancos da praça onde acontecia a feira, com um bilhetinho que dizia: “Este livro é seu”. Dos que pegavam, a maioria saía na rua folheando ou lendo o livro. 

O Consolador: Relate-nos a experiência diária com a Livraria Espírita Antonina Xavier. 

O livro espírita tem uma aceitação muito grande. Atualmente a livraria tem sido aberta nos horários de atividades, no entanto, a campainha toca a todo o momento por pessoas interessadas em adquirir livros. Nota-se, naqueles que chegam pela primeira vez, que ficam maravilhados com a quantidade de livros oferecidos. Em breve estaremos abrindo das 9h às 21h. Temos tido uma boa procura, principalmente por espíritas de cidades próximas a Passo Fundo. A procura tem sido principalmente por obras básicas. Temos realizado pedidos quase que semanalmente para repor nossos estoques. Em breve, estaremos implantando o e-commerce, isto é, a venda pela internet. Atualmente no Brasil, o livro ocupa um dos primeiros lugares nas vendas pela internet. Esse é um caminho sem volta. É a oportunidade dos moradores das cidades da região, que não possuem livrarias com livros espíritas, poderem adquirir obras espíritas. 

O Consolador: Qual é sua avaliação dos preços dos livros diante do poder aquisitivo da população?  Estão adequados? 

Acreditamos que as obras básicas estão com bom preço, pois as mais caras estão custando aproximadamente R$ 12,00. Procuramos adquirir grandes quantidades para conseguirmos preços menores. Temos então obras básicas, em tamanho normal, até por R$ 2,50. A maioria dos lançamentos custa em torno de R$ 30,00. Já os romances são mais caros, o que não nos preocupa. Comparando os preços nas livrarias convencionais, diríamos que o livro espírita, em média, está um pouco caro, embora devamos considerar que em sua maioria sustentam obras sociais e isso deve ser levado em conta. 

O Consolador: Na vivência com o atendimento ao público nas feiras e na livraria, qual a maior dificuldade que eles relatam acerca das lutas do cotidiano? O que procuram nos livros? 

Nas feiras, além daqueles que trazem sua lista de compra, muitas das vendas acontecem por impulso. O cliente vê a capa, o título, o autor e acaba comprando. Outras são geradas pelas necessidades. As dificuldades são as mais diversas, como o sofrimento físico ocasionado pelas doenças, o emocional, problemas de relacionamento no lar, no trabalho; filhos difíceis, depressão, culpas etc. No livro espírita buscam, em geral, um esclarecimento, uma saída, um conforto espiritual. Em se tratando de vendas nas feiras, a procura se faz por novidades, preços bons, saldos etc. Alguns procuram, devido à indicação de amigos, livros de autoajuda. Já na instituição, encontramos os que procuram livros que lhes esclareçam a situação pela qual estejam enfrentando. Então, O Livro dos Espíritos e O Evangelho segundo o Espiritismo são os que mais indicamos.  

O Consolador: Como a livraria espírita pode auxiliar no consolo e no esclarecimento dos que buscam o Centro Espírita?   

Oferecendo obras confiáveis de qualidade, mediúnicas ou não, mas que sejam esclarecedoras, confortadoras e – por que não? - com preços acessíveis. Damos preferência às obras básicas. Em nosso caso temos uma biblioteca com as mesmas obras para empréstimo gratuito, uma vez que procuramos não vincular o Atendimento Fraterno à venda de livros. 

O Consolador: Quais suas sugestões aos dirigentes espíritas para auxiliar os que desejam iniciar um posto de venda de livros ou uma livraria? 

Primeiramente ver o espaço disponível, pois este desempenhará uma função muito importante na relação com o cliente. Que este espaço seja, de preferência, na entrada da Casa Espírita. O livro geralmente é adquirido por impulso (deve ser visto, pois o que não é visto não é lembrado). Quanto maior o espaço e mais iluminado, maior será o número de vendas. Adquirir ou construir móveis para exposição dos livros (quando não se tem como adquirir, usar então suportes de madeira ou de ferro com um tampo tipo mesa, com os livros soltos por cima. Este tipo de exposição vende bem...). Visitar livrarias espíritas para ver a disposição dos móveis, os títulos como são expostos, e os modelos de móveis, é importante. Efetuar contato com agentes distribuidores e verificar a lista de produtos. No caso de abrir uma livraria, deve-se procurar um contador para a documentação legal. O livro é isento de impostos, mas o CD e o DVD não. As distribuidoras chegam a disponibilizar mais de 7.000 títulos em seus catálogos, mas temos que ter muita prudência porque há muitos livros ruins ou sem qualidade doutrinária. Ter cuidado nas quantidades a serem adquiridas, pois o livro é perecível (amarela, desbota a capa e suja as bordas). Livros com aparência de velhos ou usados é uma péssima imagem para o cliente. Numa livraria convencional, deve-se ter 3 obras de cada título disponíveis. Num ponto de vendas, disponibilizar 1 ou 2 volumes de cada título. Neste caso, as obras básicas devem ser adquiridas em quantidades maiores. Livros que tradicionalmente têm um volume de procura maior, como Nosso Lar, deve-se disponibilizar em quantidade maior. Na atualidade, todas as Casas Espíritas deveriam disponibilizar livros tanto para venda quanto para empréstimos. A desculpa de que a Casa é pequena ou que temos poucos trabalhadores não deve existir. Toda a dinâmica da administração da instituição vai depender da figura dos dirigentes. 

O Consolador: Como é a rotina para o empréstimo de obras espíritas no C. E. Dias da Cruz? Qual o resultado deste setor que pode perceber?        

Para empréstimos temos à disposição aproximadamente 2.500 títulos. Os horários de funcionamento são os mesmos da livraria. Nosso sistema é todo automatizado. O cliente se associa apresentando um documento de identidade e um comprovante de endereço. Tudo é gratuito. Os empréstimos são por 21 dias, podendo ser renovado por mais 21 dias. No caso de atraso, nos dois ou três primeiros dias, não acontece nada. Numa semana de atraso, o sócio recebe uma multa de R$ 1,00; para duas, R$ 2,00; para três, R$ 4,00 e assim sucessivamente. Quando o atraso é muito grande, solicitamos somente a devolução. Crianças também podem se associar. Por ano, efetuamos aproximadamente cinco mil empréstimos. Quanto à procura, muitos são participantes do ESDE. Quanto ao tipo de livros mais procurados, são os romances, embora esse não seja o nosso desejo. Vemos como extremamente importante às casas espíritas oferecer empréstimos gratuitos de livros. Perdemos em média 200 ou mais obras por ano e, ao mesmo tempo, recebemos muitas outras em doação. As multas geram valores que dão para usar na reforma ou aquisição de outras obras. 

O Consolador: Relate-nos como procura selecionar os livros para venda na livraria ou para empréstimo perante a fidelidade doutrinária? Isso é realmente importante para o dirigente responsável pelo setor?        

É dever dos dirigentes espíritas igualmente submeter à análise literária e doutrinária os livros publicados pelas editoras, uma vez que muitas têm no Movimento Espírita apenas um nicho de mercado, de onde podem retirar lucros, mas sem nenhuma preocupação de ordem doutrinária. Assim, devemos dobrar nossa atenção, nossos critérios para a compra e venda de livros. Procurar adquirir através das Federativas, embora estas possam vender obras com as quais não concordamos. Evitamos, também, livros que sabemos que não têm desvios doutrinários, mas o “médium” vende o fruto da mediunidade, ficando com os valores para si. Cuidamos também da produção de cada médium. Quando numa obra percebemos algum desvio ou texto estranho, evitamos a venda. Para os empréstimos gratuitos usamos dos mesmos critérios usados na livraria.  

O Consolador: Com sua experiência de alguns anos como divulgador de livros, como avalia o aumento dos lançamentos de obras? São todas oportunas e adequadas?        

Realmente vimos uma enxurrada de livros. Aqueles que se acostumaram com a confiável mediunidade de Chico Xavier, de Divaldo Franco, de Raul Teixeira têm hoje dificuldade, pois precisam avaliar cuidadosamente e, ao mesmo tempo, compreender que muitos outros médiuns têm surgido com trabalhos de excelente qualidade. No entanto, vimos também obras que são verdadeiros lixos espirituais (se é que são mediúnicos). Obras com erros doutrinários gritantes. Também erros de linguagem, de concordância, repetições, palavras escritas erradas, parágrafos confusos, mal elaborados etc. Isto pode acontecer por vários motivos que vão desde as deficiências de filtragem do médium, como a pressa em publicar sem uma avaliação e revisão mais séria, profunda.  

O Consolador: Como o amigo percebe o conhecimento e a procura de obras clássicas do Espiritismo de autores como Léon Denis e Gabriel Delanne, entre outros?   

São obras belíssimas que contribuem muito no entendimento da Doutrina Espírita e até mesmo de sua história, de seu surgimento. Percebemos que o interesse pelos clássicos depende em muito do trabalho realizado pelos trabalhadores do Estudo Sistematizado e dos palestrantes. Quando o coordenador de um grupo lê, automaticamente os participantes começam a demonstrar interesse por essas leituras. Na comercialização, a disposição dessas obras em lugar de destaque é um instrumento motivador para o conhecimento de sua existência e para a leitura. Vimos que muitos nem sabem da existência dessas obras. O Movimento Espírita pode contribuir muito ao divulgar nas palestras, nos estudos e em seus postos de venda. Falamos anteriormente que “quem não é visto não é lembrado” e isto se aplica aos autores clássicos.  

O Consolador: Suas palavras finais. 

Certa vez em uma atividade mediúnica um Espírito, falando sobre o livro, disse-nos: “O livro espírita é o pão, o alimento que sustenta a alma nas lutas do dia-a-dia”. Isso é uma grande verdade. Por outro lado, dizem que o livro vai acabar, ou melhor, que será substituído pelo livro eletrônico. Se isto acontecer, levará ainda algum tempo. Se fizer parte do progresso, chegará a hora que nos renderemos a ele. O Kindle (livro eletrônico) da Amazon já possui mais de cem mil títulos. Quem sabe um dia não abriremos mais um livro e sim o ligaremos. No entanto, cobiçar um livro, tê-lo na mão, viajar em suas histórias, no conhecimento, é uma satisfação indescritível. Ler, reler, rabiscar e estudar é um prazer, uma satisfação para a alma. Há um ditado popular que diz: “Quem tem um livro, tem um tesouro”. Tenha muitos tesouros, carregue sempre um e verá que o tempo e as oportunidades de leitura surgem a todo o momento, na fila do banco, no consultório, no ônibus etc. Na vida existem aqueles que escrevem e, ao mesmo tempo, milhares aguardando para lê-los. Seja um destes.
 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita