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Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 161 - 6 de Junho de 2010

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1866

Allan Kardec 

(Parte 4)

Continuamos a apresentar o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1866. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado em 16 partes, com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Por que os exorcismos são impotentes?

Duas causas – lembra Kardec – explicam a impotência dos exorcismos: 1a – Eles são dirigidos aos demônios; contudo os obsessores e perturbadores não são demônios, mas seres humanos. 2a – O exorcismo não é uma prece, mas um anátema, uma ameaça, que irrita o agente invisível e não concorre para o conduzir ao bem. (Revue Spirite de 1866, pág. 57.) 

B. Há diferença entre alma e Espírito?

Sim, uma diferença sutil. A natureza íntima da alma escapa completamente às investigações humanas, mas sabemos que ela é revestida de um envoltório ou corpo fluídico, constituindo, assim, com esse envoltório o ser que chamamos Espírito. A alma seria, portanto, um ser simples e o Espírito, um ser duplo. O envoltório que reveste a alma, que chamamos de perispírito, embora de uma natureza etérea e sutil, não é menos matéria, e a reveste não só durante a encarnação, mas também na erraticidade. Laço que une a alma ao corpo material, o perispírito não é uma criação imaginária e sua existência é um fato comprovado pela observação. Todas as teogonias atribuem aos seres invisíveis um corpo fluídico e São Paulo o define claramente em sua 1a Epístola aos Coríntios (XV:35-50). (Obra citada, pp. 67 a 74.)  

C. Pode o exercício da mediunidade constituir um ofício?

Não. A mediunidade não pode constituir um ofício, nem ser um meio de adivinhação ou de descoberta de tesouros. O médium, segundo os desígnios da Providência e sob as vistas do Espiritismo, seja artífice ou seja príncipe, recebeu um mandato que deve cumprir religiosamente e com dignidade. (Obra citada, pp. 80 e 81.)  

Texto para leitura 

40. Kardec aproveita a oportunidade para mostrar a incoerência dos exorcistas no caso. Ora, se eles entendiam que na alma do falecido poderia estar a causa dos fenômenos, por que o exorcismo? É preciso ser coerente. Duas causas – lembra Kardec – explicam a impotência dos exorcismos: 1a – Eles são dirigidos aos demônios; contudo os obsessores e perturbadores não são demônios, mas seres humanos. 2a – O exorcismo não é uma prece, mas um anátema, uma ameaça, que irrita o agente invisível e não concorre para o conduzir ao bem. (Pág. 57.)

41. Os adversários do Espiritismo não perderam tempo e exploraram ao máximo as peloticas dos irmãos Davenport, os dois jovens americanos que foram pegos fraudando em Paris. Os críticos imaginavam, talvez, que Kardec fosse defender os irmãos, mas se enganaram inteiramente porque o Codificador deixou claro que as exibições teatrais e a exploração da mediunidade nada têm a ver com o verdadeiro espírito da doutrina. “Que a crítica bata quanto queira nestes abusos; desmascare os truques e os cordões dos charlatães, e o Espiritismo, que não usa qualquer processo secreto e cuja doutrina é toda moral, não poderá senão ganhar em ser desembaraçado dos parasitas que dele fazem um degrau e dos que lhe desnaturam o caráter.” (Págs. 59 a 61.)

42. Notícia publicada na França diz que os irmãos Davenport, de volta a Nova York, foram publicamente desmentidos por um antigo comparsa, o Sr. Fay, na presença de numerosa assistência. O Sr. Fay teria desvendado tudo, todas as charlatanices, o segredo das cordas e o dos nós, que haviam tornado famosos os irmãos. Kardec, embora reiterando sua condenação às exibições dos Davenport, contestou a notícia, informando que ambos ainda se encontravam na Inglaterra. William Fay, o cunhado dos Davenport, que os acompanhava, era outra pessoa. O autor dos fatos divulgados pelos jornais era um tal H. Melleville Fay, seu concorrente e não amigo. (Págs. 61 a 63.)

43. A crítica – observa Kardec – desceu o braço sobre os Davenport, julgando que assim estaria matando o Espiritismo. Ora, o que ela matou foi precisamente o que o Espiritismo condena e desaprova: a exploração, as exibições públicas, o charlatanismo, as manobras fraudulentas, as imitações grosseiras de fenômenos naturais, o abuso de um nome que representa uma doutrina toda moral, de amor e de caridade. (Pág. 64.)

44. Um longo estudo sobre os fluidos espirituais abre a Revue de março de 1866. Eis, de forma resumida, os ensinamentos que nele se contêm: I – Os fluidos espirituais representam um importante papel em todos os fenômenos espíritas, ou melhor, são o princípio mesmo desses fenômenos. II – Não existe uma única ciência que seja, em todas as suas peças, obra de um só homem. Assim se dá com a ciência espírita, que requer para se constituir o esforço dos Espíritos e dos encarnados. III – Os corpos formam na obra da criação uma cadeia ininterrupta, de tal sorte que os três reinos não subsistem, na realidade, senão por seus caracteres gerais mais marcantes, visto que nos seus limites eles se confundem. IV – O homem pode operar artificialmente as composições e decomposições que se operam espontaneamente na natureza, mas é impotente para reconstituir o menor corpo organizado, ainda que seja uma folha morta. V – Ele não pode reconstituí-la, nem lhe dar vida, o que mostra que seu poder para na matéria inerte e que o princípio da vida está na mão de Deus. VI – A ciência caminha para a admissão de que os corpos chamados simples não passam de modificações de um elemento único, princípio universal, designado sob os nomes de éter, fluido cósmico ou fluido universal. VII – A química faz-nos penetrar na constituição íntima dos corpos, mas, experimentalmente, não vai além dos corpos considerados simples. Ora, entre esse elemento em sua pureza absoluta e o ponto onde param as investigações da ciência, o intervalo é imenso. VIII – Raciocinando-se por analogia, chega-se à conclusão de que, entre esses dois pontos extremos, esse elemento primordial deve sofrer modificações que escapam aos instrumentos e sentidos materiais. IX – A natureza íntima da alma escapa completamente às investigações humanas, mas sabemos que ela é revestida de um envoltório ou corpo fluídico, constituindo, assim, com esse envoltório o ser que chamamos Espírito. X – Esse envoltório, que chamamos de perispírito, posto que de uma natureza etérea e sutil, não é menos matéria, e reveste a alma, não só durante a encarnação, mas também na erraticidade. XI – Sendo o laço que une a alma ao corpo material, o perispírito não é uma criação imaginária, e sua existência é um fato comprovado pela observação. XII – Todas as teogonias atribuem aos seres invisíveis um corpo fluídico e São Paulo o define claramente em sua 1a Epístola aos Coríntios (XV:35-50). (Págs. 67 a 74.)

45. Na sequência do estudo, o Codificador, depois de afirmar que o perispírito é o traço de união que liga o mundo espiritual ao mundo corporal, acrescenta: I – É sabido que todos os animais têm como princípios constituintes o oxigênio, o hidrogênio, o nitrogênio e o carbono, combinados em diferentes proporções. II – Esses corpos simples derivam, por sua vez, de um princípio único, que é o fluido cósmico universal, que é também a fonte da formação do corpo fluídico ou perispírito. III – O perispírito é, segundo os Espíritos, uma condensação do fluido cósmico em torno do foco de inteligência, ou alma. A transformação molecular aqui opera-se de modo diferente, comparativamente com a formação dos corpos peculiares ao mundo físico, porque o fluido perispiritual conserva sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas. IV – O corpo perispiritual e o corpo humano têm, pois, sua fonte no mesmo fluido, e um e outro são matéria, embora sob dois estados diferentes. V – No estado normal, o perispírito é invisível aos nossos olhos e impalpável ao nosso tato, como se dá com uma infinidade de fluidos e de gases, mas essa invisibilidade e mesmo a imponderabilidade não são absolutas. VI – Algumas pessoas criticaram a qualificação de semimaterial dada ao perispírito, dizendo que uma coisa é matéria ou não o é. Admitindo seja essa expressão imprópria, ainda assim seria preciso adotá-la, em falta de um termo especial para exprimir esse estado particular da matéria. Ora, o perispírito é matéria; ninguém o contesta. Mas não tem as propriedades da matéria tangível e não pode, por isso, ser submetido à análise química. É por isso que se diz semimaterial, palavra que não é mais ridícula do que semiduplo e tantas outras. VII – O fluido cósmico oferece dois estados distintos: o da eterização ou imponderabilidade, que pode ser considerado seu estado normal primitivo, e o de materialização ou ponderabilidade, que lhe é consecutivo. VIII – Cada um desses dois estados dá necessariamente lugar a fenômenos especiais. Ao segundo pertencem os do mundo visível, e ao primeiro, os do mundo invisível. IX – Uns, chamados fenômenos materiais, são do campo da ciência propriamente dita; os outros, qualificados de fenômenos espirituais, são da atribuição do Espiritismo. (Págs. 74 a 77.)

46. Falando sobre as perseguições que se multiplicavam contra o Espiritismo em diversos lugares, Kardec diz que a maior parte dessas ocorrências tinha por objeto o exercício ilegal da medicina, ou acusações de charlatanice, peloticas ou trapaças. O Espiritismo – adverte o Codificador – não podia, contudo, ser responsável por indivíduos que indevidamente tomavam a qualidade de médium, assim como a verdadeira ciência não responde pelos escamoteadores que se dizem físicos, quando ele próprio condena a exploração da mediunidade e a considera contrária aos princípios da doutrina. (Págs. 78 a 80.)

47. Depois de reafirmar que a mediunidade não pode constituir um ofício, nem ser um meio de adivinhação ou de descoberta de tesouros, Kardec lembra que a mediunidade curadora existe, mas se subordina a tantas condições restritivas, que isso exclui a possibilidade de alguém manter um consultório aberto, sem a suspeita de charlatanismo. A mediunidade curadora é uma “obra de devotamento e de sacrifício e não de especulação”. “Exercida com desinteresse, prudência e discernimento, e contida nos limites traçados pela doutrina, não pode cair sob os golpes da lei.” (Pág. 80.)

48. O médium, segundo os desígnios da Providência e sob as vistas do Espiritismo, seja artífice ou seja príncipe, recebeu um mandato que deve cumprir religiosamente e com dignidade. Ele não vê na sua faculdade senão um meio de glorificar a Deus e servir ao próximo, e se faz estimar e respeitar por sua simplicidade, modéstia e abnegação, o que não se dá com os que fazem da mediunidade um trampolim, um instrumento, para servir aos seus interesses e satisfazer a sua vaidade. (Págs. 80 e 81.)

49. Na sequência, Kardec transcreve uma carta datada de 24/11/1865, que lhe foi enviada pelo Sr. Bonnamy, juiz de instrução, que se tornou espírita tão-somente com a leitura d’ O Livro dos Espíritos. (Págs. 82 a 84.)

50. Posteriormente, o pai do Sr. Bonnamy manifestou-se na Sociedade Espírita de Paris, valendo-se da mediunidade do Sr. Desliens, ocasião em que examinou a progressividade da legislação humana, que, como todas as coisas deste mundo, está submetida ao progresso, progresso lento, insensível, mas constante (Págs. 85 a 87.)

51. Em sua comunicação o pai do Sr. Bonnamy faz uma observação muito interessante que, às vezes, nos escapa. “Por mais admiráveis que sejam, para certas pessoas, as legislações antigas dos Gregos e dos Romanos – disse ele –, elas são muito inferiores às que governam as populações adiantadas de vossa época!” A lei terrena será ainda por muito tempo repressiva e castigará os culpados, mas a pena de morte desaparecerá  no futuro, pela força das coisas. (Págs. 85 a 87.)

52. Um dos correspondentes da Revue, escrevendo de Milianah, Argélia, refere-se à sua faculdade de desprendimento espiritual durante a vigília, ocasião em que seu Espírito viaja longe, visita as pessoas e os lugares de que gosta e depois retorna sem esforço. Kardec, ao registrar o fato, dá a essa faculdade o nome de mediunidade mental, afirmando ser considerável o número de pessoas que, em vigília, sofrem a influência dos Espíritos e recebem a inspiração de pensamentos que não são seus. (Págs. 87 e 88.) (Continua no próximo número.)

 


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