WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Brasil
Ano 4 - N° 160 - 30 de Maio de 2010

PAULO DE TARSO LYRA
brasiliaespirita@uol.com.br
Brasília, DF (Brasil)
 

 

“Os jovens representam a esperança”, diz Divaldo Franco

Citando as palavras de um poeta argentino, o conhecido confrade afirmou que jovem “é todo aquele que pode olhar para trás sem ter amarras com o passado”
 

Diante de aproximadamente 250 jovens inscritos no 3º Congresso Espírita Brasileiro, Divaldo Pereira Franco destacou o papel da juventude no trabalho espírita. Lembrou que a atuação dos jovens nos trabalhos cristãos e religiosos não é algo propriamente novo. “Ser jovem nos grandes ideais de humanidade não é notícia nova. Vamos encontrar Jesus, nos

Evangelhos, abençoando as criancinhas e a juventude, com seus espíritos novos.”

Completamente à vontade diante da plateia, Divaldo afirmou que estava vivendo ali o encontro de duas gerações, aquela “que retorna á Pátria Espiritual e a outra que vai conduzir a divulgação do Espiritismo no porvir da Humanidade”. Lembrou que o apóstolo Paulo dedicou três de suas famosas epístolas aos jovens, como Tiago e Timóteo, estimulando-os ao trabalho e demonstrando toda a ternura que sentia por eles. “Os jovens representam a esperança. É preciso enfrentar a tarefa da transição que se desenvolve no Planeta Terra, que deixará de ser de provas e expiações para ser regeneração”, reforçando que o próprio Espiritismo nasceu com uma contribuição inestimável dos jovens, por intermédio das irmãs Fox e os fenômenos de Hydesville.

Tentando minimizar o tom professoral pelo qual muitos jovens encaram as palavras alheias, Divaldo disse que “nunca olvides que nós, que aconselhamos os outros, já trilhamos os caminhos do sofrimento e da dificuldade”. “E a juventude é um período preparatório para as grandes dificuldades.”
 

É possível, na opinião de Divaldo, viver o Evangelho cristão sem deixar de viver
integralmente o período glorioso da juventude. “Ser jovem não é apenas ter alguns anos, é ter alma aberta às grandes construções do futuro.” O expositor admitiu que o mundo experimenta dias tumultuosos, de “tantas licenças morais, desequilíbrios éticos, desrespeito a si mesmo e ao próximo, culto à sexolatria, à embriaguez, ao tabagismo, à vulgaridade” que parece difícil para os jovens conciliar os diversos valores com a prática doutrinária.
 

Citando as palavras de um poeta argentino, Divaldo afirmou que jovem “é todo aquele que pode olhar para trás sem ter amarras com o passado”. Para ele, a adolescência é o momento de afirmação da personalidade, quando surgem velhos hábitos, conflitos, que precisam ser disciplinados pela pedagogia do Espiritismo. “Podemos viver de maneira  saudável  sem nos corromper-

permos, mantermos postura saudável sem nos comprometermos com esses vícios para atender ao status quo, gerando novos valores.”

Repetindo as palavras de Emmanuel, mentor espiritual de Chico Xavier, Divaldo declarou que “os jovens têm força, mas não têm experiência; têm idealismo, mas ainda não vivenciaram as estranhezas do cotidiano; mantêm o espírito aberto a todas as coisas novas, mas não sabem discernir as que são positivas das que são perniciosas”, declarou.

Em seguida, após a pequena introdução, Divaldo abriu a palavra para as perguntas dos jovens presentes. Os interessados escreveram seus questionamentos em um papel e os encaminharam para os organizadores do evento.

Seguem as perguntas com as respostas dadas pelo médium, divididas por temas:


Os jovens e a unificação

Como a juventude pode auxiliar no trabalho de unificação do Espiritismo?

A unificação dos espíritas é algo essencial. Estarmos reunidos em torno da mesma bandeira é importante para a boa divulgação dos postulados espíritas. A melhor maneira é amar, para que haja a real unificação, como asseverou Bezerra de Menezes. A palavra do jovem deve ser voltada para manter as balizas da doutrina espírita irretocáveis, sem os modismos e novidades comuns à humanidade. Além disso, ser disciplinado, participar das atividades do Centro, e amar, sem se deixar envolver pelas condições negativas que sempre nos cercam.

Aborto

O que dizer da legalização do aborto de anencéfalos? A descriminalização pode ajudar as mulheres?

O anencéfalo é um ser com vida.  Não tem cérebro, mas o Espírito está no processo doloroso de reencarnação. Trata-se de alguém que atentou contra a vida, que se atirou das montanhas, pontes, esfacelou a caixa craniana, destruiu não apenas a massa encefálica, mas o perispírito. Programaram, então, uma reencarnação sem cérebro para vida breve. Não é lícito matar em circunstância nenhuma. Não somos autores da vida, não temos o direito de destruir. Aborto, pena de morte, eutanásia são crimes. Existem vários exemplos de anencéfalos que chegaram a prolongar seus dias de vida amados pelos seus pais, vindo a desencarnar de forma natural.

No caso da mulher que abortou por várias razões, não temos o direito de criminalizá-la, porque muitos de nós poderíamos praticar o aborto na mesma situação. A hipocrisia e o preconceito sempre pesaram muito sobre a mulher. Mas ela pode refazer-se do crime praticado pelo bem que fizer. A lei divina não é punitiva. Socorram as crianças desvalidas, ajudem a criança que caiu. Estaremos conquistando pontos que anulam aquele débito. Nós somos responsáveis por tudo que fizermos de positivo ou negativo. Fazer com que a mulher pague o ônus, com prisão e julgamento, daquilo que já está em sua alma é fazer com que sofra duas vezes.

Mediunidade

Qual o momento para começar a educação da mediunidade?

O jovem deve dedicar-se quando tiver lido a codificação. Nascemos médiuns, ostensivos ou não. Vamos ampliar a faculdade através do exercício da meditação. Hora própria é quando tiver condições de lutar contra as ciladas dos adversários. Se a mediunidade acontecer na infância, deve ser acompanhada do tratamento  espiritual, com passe e água fluidificada, e da psicoterapia.

Não há pressa para apresentar mediunidade. Através da educação, reflexão, desenvolvimento de um comportamento moral, atrairemos os Espíritos nobres e respeitáveis e não nos transformaremos em joguetes de Espíritos frívolos.

Os jovens podem e devem estudar, para exercer a mediunidade quando tiverem condições de exercê-la com Jesus, no bem, tendo uma vida ética e evitando os vícios sociais.

Sexo e homossexualidade

Como o jovem pode trabalhar suas energias genésicas, que são muitas vezes mal utilizadas? Qual é a visão do Espiritismo sobre homossexualidade? Como tratar o sexo com base na doutrina?

Sexo como departamento do corpo é algo tão importante, que é nosso dever atender-lhe as funções com o mesmo respeito que atendemos o estômago, o fígado, os rins. O problema do sexo não é do aparelho, é do Espírito reencarnado. Devemos ter profundo respeito e higiene moral para termos uma vida saudável.

O sexo é uma função biológica voltada para a reprodução. Mas, para que ele seja dignificado, foi concebido para envolver sensações e emoções. Por isso é que o intercurso sexual deve ser feito com amor, para que as sensações sejam prazerosas e agradáveis, proporcionando o bem-estar e o desejo de repetição.

O Espiritismo respeita toda e qualquer opção sexual. O indivíduo tem o direito, sim, de procurar alguém com a mesma função anatômica, desde que haja amor ou respeito. Não se permite nem ao hetero nem ao homo a vulgaridade do sexo, ter mais de um parceiro, desrespeitar o indivíduo. Se o indivíduo não lhe corresponde, separe-se e parta para um novo relacionamento. Não podemos agir para agredir os outros.

A vida sexual deve ser iniciada quando a pessoa tiver maturidade para exercer o sexo com responsabilidade. Quando possamos assumir as consequências de nossos atos e ser capaz de controlar nossos impulsos. Vivemos a época da libido sexual, mas o sexo merece o nosso maior carinho, respeito e responsabilidade para assumirmos o nosso papel diante da vida.

Guia espiritual

Como seu deu a descoberta do seu mentor espiritual?

Foi um dos meus pontos nevrálgicos desde que comecei a estudar o Espiritismo. Sempre via um ser ao meu  lado como se fosse uma claridade. Na primeira noite que dormi na casa de Chico Xavier, minha ânsia era perguntar quem era meu guia. Ele me respondeu, mineiramente, que via uma claridade e não identificou quem era.

Um dia exigi e ele (o Espírito) me disse: Seu guia é JESUS. “Eu não quero, ele é guia de todos.” O Espírito sorriu.

Recebemos, já em Salvador, uma visita de uma pessoa do Rio de Janeiro que apareceu do nada.  Mal chegou, levou as crianças à praia. Ficamos aterrados, não pudemos dizer nada. Uma das crianças  nos disse: “Essa senhora é tão alegre que colocamos o nome dela de Lambretinha”.

A mesma mulher me perguntou: Divaldo,  você é médium? Quem é o seu guia? Eu não sabia, ela disse que eu era atrasado. Ela me falou que tinha como guia São Francisco, Santa Rita de Cássia e onze mil virgens. Perguntei para o Espírito: Eu sou tão bom, não fumo, não bebo, e não tenho guia. E essa mulher louca tem São Francisco, Santa Rita de Cássia e onze mil virgens.

O Espírito sorriu e disse: “Para poder conduzir um trem desses descarrilado, é preciso mais de um guia. Você não, basta seguir a locomotiva”. Eu me conformei, mas não me convenci.

Na década de 60, me disse que era Joana. Decepção. Mulher! Queria um guia com nome europeu. Ela disse que se chamava Joanna de Ângelis. “Melhorou!” Se Emmanuel recomendou disciplina a Chico, Joanna me colocou na clausura. Mas até hoje agradeço a presença desse anjo tutelar ao meu lado.

Personalismo

Quais as práticas indispensáveis para que os personalismos sejam devidamente afastados?

A primeira emoção que temos é o medo, depois somos acoimados por  uma segunda emoção, que é a ira e, mais tarde, pelo amor. Nesse processo de evolução, chega o momento que a psique humana se divide e surgem o ego e o self; é o momento em que surge o discernimento. O homem primitivo era sensação. O Espírito passa a utilizar-se das paixões primárias. Depois surgem as variantes do ego, vem o egocentrismo, a pessoa se acredita o sol de primeira grandeza, e o egoísmo como faculdade soberana.

Para poder sobreviver em sociedade, o homem mascara esse ego e a essa máscara, que os gregos chamam de persona e nós denominamos personalidade. Ocultamos nossos defeitos para disfarçar quem somos a fim de conquistarmos a quem nos interessa.

Temos que trabalhar o ego, dar-nos conta de que somos animais gregários, que ninguém é tão completo que não precise de outro.

Jesus reunia todos os arquétipos da perfeição. Nós temos nossos defeitos, fruto de nossas paixões soberanas, de nosso medo, disfarçado em angústia, timidez, ressentimento, desejo de vingança.

Devemos dispor das armas extraordinárias que Jesus nos deu: Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. Estar atentos às nossas deficiências, nosso pontos nevrálgicos, nosso calcanhar de Aquiles e trabalhar sem desânimo, sem cessar de aprimorar-nos, e cultivar as lições preciosas da oração e da fraternidade. Lutar contra a nossa natureza animal. O Livro dos Espíritos é claro: Por que existe a guerra? “Pela predominância da natureza animal e das paixões humanas.”

 

Nota do autor:

Colaborou nesta reportagem Larissa Nascimento. O autor das fotos é Eiji Iwamoto. Ambos integram a equipe do Jornal Brasília Espírita.
 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita