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Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 159 - 23 de Maio de 2010

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1866

Allan Kardec 

(Parte 2)

Continuamos a apresentar o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1866. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado em 16 partes, com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Como explicar as visões da jovem Luísa B... quando em sono cataléptico?

Nesse estado, a jovem adquiria o dom da segunda vista e o da segunda audição, ouvindo palavras proferidas perto ou longe dela. Cada objeto apresentava para ela uma imagem dupla. Ela podia ver, assim, não apenas o exterior, mas a representação de seu interior. Transportada a um cemitério, Luísa via e descrevia as pessoas cujos despojos tinham sido ali sepultados. Comentando o fato, Kardec disse que nada nele existia de excepcional. Tratava-se de um fenômeno bastante comum e explicável pelos atributos da alma, em que se encontra a sede de todas as percepções e de todas as sensações. Durante a sua união com o corpo, a alma percebe por meio dos sentidos e transmite o pensamento com a ajuda do cérebro. Separada do corpo, ela percebe diretamente e pensa livremente. (Revue Spirite de 1866, pp. 17 a 21.)  

B. A emancipação da alma não se dá apenas durante o sono corpóreo?

Não. A emancipação da alma ocorre normal e periodicamente durante o sono, quando o corpo repousa, para recuperar as perdas materiais, mas pode ocorrer também todas as vezes que uma causa patológica ou simplesmente fisiológica produz a inatividade total ou parcial dos órgãos da sensação ou da locomoção, como se dá na catalepsia, na letargia e no sonambulismo. O desprendimento da alma é tanto maior quanto mais absoluta a inércia do corpo. Nesse estado, a alma não mais percebe pelos sentidos materiais, mas, se assim podemos dizer, pelo sentido psíquico; eis por que suas percepções ultrapassam nesses casos os limites ordinários. Essa é a causa da segunda vista, da visão a distância e da lucidez sonambúlica. (Obra citada, pp. 22 e 23.)  

C. Como o Espiritismo era visto na Bélgica, no final de 1865?

Segundo o semanário La Discussion, impresso em Bruxelas, edição de 31/12/1865, os vocábulos Espírita e Espiritismo se tornaram muito conhecidos e estavam sendo frequentemente empregados, embora muitas pessoas não soubessem o que eles exatamente significavam. O articulista transcreve, então, diversas referências colhidas junto a um amigo seu, partidário das ideias espíritas, iniciando por definir o Espiritismo como sendo uma ciência ou, melhor dito, uma filosofia espiritualista, que ensina a moral. O ensinamento moral que prega – diz o artigo –  não é senão a moral cristã, a moral que está escrita no coração de todo ser humano. (Obra citada, pp. 33 a 36.)  

Texto para leitura 

14. A Revue transcreve carta do Sr. T. Jaubert, vice-presidente do Tribunal de Carcassone, em que o missivista destaca as inúmeras realizações que o ano de 1865 havia trazido ao Espiritismo. Quatro livros foram então mencionados pelo Sr. Jaubert: Pluralidade dos mundos habitados, de Camille Flammarion; Pluralidade das existências da alma, de André Pezzani; O Céu e o Inferno, de Kardec, e a novela Espírita, de Théophile Gautier.  (Págs. 14 a 16.)

15. Jaubert refere-se também em sua carta ao caso Davenport, que ele considerava menos causa do que pretexto para a cruzada instaurada naquele ano contra a doutrina espírita e os espiritistas. E apoia, por fim, a definição posta por Kardec no último número da Revue: “Quem quer que creia na existência e na sobrevivência das almas, e na possibilidade de relação entre os homens e o mundo espiritual, é espírita”. (Pág. 16.)

16. Com dezesseis anos e meio, Luísa B... morava com seus pais no lugar chamado le Bondru (Seine-et-Marne). Em consequência de violento pesar causado pela morte de uma irmã, Luísa caíra num sono letárgico, que durara 56 horas, após o que despertou para uma existência estranha. Durante o dia inteiro, ela ficava imóvel numa cadeira. Chegada a noite, entrava num estado cataléptico, caracterizado pela rigidez dos membros e pela fixidez do olhar. A jovem adquiria então o dom da segunda vista e o da segunda audição, ouvindo palavras proferidas perto ou longe dela. (Pág. 17.)

17. Nas mãos da cataléptica cada objeto apresentava para ela uma imagem dupla. Ela podia ver, assim, não apenas o exterior, mas a representação de seu interior. Transportada a um cemitério, Luísa via e descrevia as pessoas cujos despojos tinham sido ali sepultados. (Págs. 17 a 20.)

18. Comentando o fato, Kardec diz que nada nele existe de excepcional. Trata-se de um fenômeno bastante comum e explicável pelos atributos da alma, em que se encontra a sede de todas as percepções e de todas as sensações. Durante a sua união com o corpo, a alma percebe por meio dos sentidos e transmite o pensamento com a ajuda do cérebro. Separada do corpo, ela percebe diretamente e pensa livremente. (Págs. 20 e 21.)

19. Esse estado, que chamamos emancipação da alma, ocorre normal e periodicamente durante o sono, quando o corpo repousa, para recuperar as perdas materiais. Mas pode ocorrer também todas as vezes que uma causa patológica ou simplesmente fisiológica produz a inatividade total ou parcial dos órgãos da sensação ou da locomoção, como se dá na catalepsia, na letargia e no sonambulismo.  (Pág. 22.)

20. O desprendimento da alma é tanto maior quanto mais absoluta a inércia do corpo. Nesse estado, a alma não mais percebe pelos sentidos materiais, mas, se assim podemos dizer, pelo sentido psíquico; eis por que suas percepções ultrapassam nesses casos os limites ordinários. Essa é a causa da segunda vista, da visão a distância, da lucidez sonambúlica etc. A forma corpórea que Luísa via nas pessoas mortas é o que na doutrina espírita se chama perispírito, envoltório fluídico que reveste a alma de todos os seres humanos. (Págs. 22 e 23.)

21. Concluindo suas explicações, Kardec adverte que casos como o da jovem Luísa B... exigem muito tato e prudência, pois, nesse estado de excessiva suscetibilidade, a menor comoção pode ser funesta. É que a alma, feliz por estar desprendida do corpo, a este se liga por um fio, que um nada pode romper irremediavelmente. “Em casos semelhantes – assevera Kardec –, experiências feitas sem cuidado podem matar.” (Pág. 23.)

22. De Alfred de Musset (Espírito) a Revue transcreve dois poemas, que a crítica considerou dignos de um poeta de primeira ordem, como o indigitado autor espiritual. “É a maneira de Musset, sua linguagem encantadora, sua desenvoltura de cavalheiro, seu encanto e sua graciosa atitude”, escreveu um dos redatores do jornal Monde Illustré, Sr. Júnior, que não era espírita. (Págs. 24 a 28.)

23. A Revue comenta o surgimento em Paris do Novo Dicionário Universal, uma nova enciclopédia ilustrada por Maurice Lachâtre, que contava com o concurso de cientistas, artistas e escritores, encabeçados por Allan Kardec. Segundo o prospecto de divulgação da enciclopédia, esta era fruto da análise de mais de 400.000 obras e podia ser considerada como o mais vasto repertório de conhecimentos humanos até então publicado. Todos os termos especiais do vocabulário espírita, refere Kardec, ali se achavam, não com uma simples definição, mas com todos os desenvolvimentos que comportam. A transcrição do texto pertinente ao verbete ALMA – feita pela Revue – dá uma boa mostra da profundeza da publicação e do respeito que seus editores revelavam pela doutrina espírita, que conquistava desse modo relevante posição entre as doutrinas filosóficas da época. (Págs. 28 a 32.)

24. Sob o título “O Espiritismo segundo os espíritas”, o semanário La Discussion, impresso em Bruxelas, edição de 31/12/1865, publicou um artigo em que o autor diz que os vocábulos Espíritas e Espiritismo se tornaram muito conhecidos e estavam sendo frequentemente empregados, embora muitas pessoas não soubessem o que eles exatamente significavam. O articulista transcreve, então, diversas referências colhidas junto a um amigo seu, partidário das ideias espíritas, adiante resumidas: I – O Espiritismo é uma ciência ou, melhor dito, uma filosofia espiritualista, que ensina a moral. II – Os médiuns são dotados de uma faculdade natural que os torna aptos a servir de intermediários aos Espíritos e a produzir com eles os fenômenos que passam por milagres ou por prestidigitação aos olhos de quem ignore a sua explicação. III – Os Espíritos não se comunicam com o único objetivo de provar aos vivos a sua existência: eles ditaram e desenvolvem diariamente a filosofia espiritualista. IV – É assim que o Espiritismo demonstra, entre outras coisas, a natureza da alma, seu destino, a causa de nossa existência aqui, e desvenda o mistério da morte e o porquê dos vícios e das virtudes do homem. V – Esse sistema repousa em provas lógicas e irrefutáveis, que têm como base fatos palpáveis e a mais pura razão. VI – Em todas as teorias que expõe, ele age como a ciência e não adianta um ponto senão quando o precedente esteja completamente certificado. VII – O ensinamento moral que prega não é senão a moral cristã, a moral que está escrita no coração de todo ser humano. VIII – A moral espírita ensina-nos a suportar a desgraça sem a desprezar, a gozar a felicidade sem a ela nos apegarmos, e nos explica que todas as vantagens com que somos favorecidos são outras tantas forças que nos são confiadas e de que deveremos prestar contas. (Págs. 33 a 36.)

25. A 28 de janeiro de 1866, o semanário – que não é especializado em assuntos filosóficos ou religiosos, mas políticos e financeiros – voltou ao assunto para dizer que o artigo precedente havia provocado numerosas perguntas e ilações descabidas, como a que sugeriu tivesse o periódico se transformado em um órgão espírita. Em face disso, seu editor tornou bem claro que o jornal estava aberto a todas as ideias progressivas, o que é coisa diferente de assumir a paternidade dessa ou daquela doutrina. “Pomos a ideia em evidência em toda a sua verdade. Se for boa, fará o seu caminho e nós lhe teremos aberto a porta; se for má, teremos fornecido o meio de ser julgada com conhecimento de causa”, explicou o editor. (Pág. 37.)

26. Na sequência, ele foi taxativo: “É assim que procederemos em relação ao Espiritismo. Seja qual for a maneira de ver a seu respeito, ninguém pode dissimular a extensão que tomou em poucos anos. Pelo número e pela qualidade de seus partidários, conquistou uma posição entre as opiniões aceitas”. Concluindo, após explicar que as questões sobre Espiritismo seriam ali tratadas por espíritas, o editor afirmou: “Em suma, La Discussion  não se apresenta como órgão nem apóstolo do Espiritismo; abre-lhe as suas colunas, como a todas as ideias novas, sem pretender impor essa opinião aos seus leitores, sempre livres de a controlar, de a aceitar ou de a rejeitar”. (Págs. 37 e 38.) (Continua no próximo número.)


 


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