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O Espiritismo responde
Ano 4 - N° 158 - 16 de Maio de 2010
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)


 
 
A leitora Jaqueline Bampi, de Caxias do Sul (RS), enviou-nos a seguinte pergunta: “Em Os Mensageiros há a seguinte frase de Aniceto: Se o homem conseguisse fixar dez gramas, aproximadamente, dos mil litros de nitrogênio que respira diariamente, a Crosta estaria transformada no paraíso verdadeiramente espiritual’. O que isso quer dizer? Como proceder para aproveitar mais o nitrogênio na respiração? Qual a relação entre a respiração e o nitrogênio e um planeta mais espiritualizado?”

É importante esclarecer que Aniceto, no mesmo livro (Os Mensageiros, cap. 42, pág. 222), informou que mesmo na colônia "Nosso Lar" os que ali habitam estavam distantes da grande conquista do alimento espontâneo pelas forças atmosféricas, em caráter absoluto, o que somente ocorreria mais tarde, com o progresso moral do homem. Quando isso acontecer, o matadouro será convertido em local de cooperação, onde o homem atenderá aos seres inferiores e estes atenderão às necessidades do homem. O Senhor permitir-nos-á, então, pelo menos em parte, a solução do problema técnico de fixação do nitrogênio da atmosfera.

Dada a complexidade do assunto, ouvimos a opinião de vários colaboradores de nossa revista e aqui publicamos as informações prestadas pelo confrade Leonardo Marmo Moreira, as quais, além de confirmar o que outros confrades nos disseram, parecem-nos atender de modo mais completo ao que a leitora indagou.

Leonardo Marmo Moreira possui graduação em Farmácia-Bioquímica pela Universidade Federal de Alfenas (1998), mestrado em Química Analítica (Grupo de Química Inorgânica e Analítica) pelo Instituto de Química de São Carlos /Universidade de São Paulo (USP) (2001), doutorado em Química Analítica (Grupo de Biofísica Molecular) pelo IQSC-USP (2005) e pós-doutorado (Grupo de Biofísica Molecular) pelo IQSC-USP (2005-2007). Tem experiência na área de Química, com ênfase em Química Inorgânica, Biofísica Molecular, Química Analítica e Engenharia Biomédica atuando principalmente nos seguintes temas: Estudos espectroscópicos envolvendo sistemas hemoproteicos, especialmente hemoglobinas extracelulares gigantes e complexos  tetraazamacrocíclicos de ferro porfirínicos e não porfirínicos. É revisor dos periódicos "Australian Journal of Chemistry" e "Journal of Electromagnetic Waves and Applications", além de pesquisador credenciado pelo CNPq.

Eis o que Leonardo Marmo escreveu-nos, em resposta à questão acima transcrita:

“Muito provavelmente, o mentor espiritual Aniceto, ao mencionar a fixação de nitrogênio pelo nosso corpo, está mencionando indiretamente nossa necessidade nutricional de proteínas e aminoácidos, os quais constituem a unidade fundamental das cadeias proteicas. Isso ocorre, pois as proteínas obtidas através da alimentação são a principal fonte de nitrogênio do nosso organismo, que, por sua vez, é um elemento fundamental à síntese endógena de vários compostos orgânicos muito importantes fisiologicamente, tais como as próprias proteínas.  Apesar da aparente redundância, em verdade, tal afirmação é pertinente, pois o organismo hidrolisa (quebra) as cadeias polipeptídicas das proteínas ingeridas na alimentação para, posteriormente, sintetizar outras proteínas e peptídeos, que são próprios do nosso organismo. Portanto, o organismo humano não aproveita diretamente as proteínas ingeridas através da alimentação, mas quebra suas ligações para aproveitar suas unidades formadoras como matéria-prima para outras reações químicas que sintetizam moléculas e macromoléculas importantes para a nossa vida.

Dentro do contexto da afirmação de Aniceto, o mentor espiritual quer dizer que, se a Providência Divina desejasse, nós poderíamos fixar o nitrogênio diretamente através da respiração, uma vez que 70% aproximadamente do ar que respiramos (ar atmosférico) é constituído por gás nitrogênio, ou seja, nitrogênio molecular (N2). Se isso ocorresse, grande parte da nossa necessidade de alimentação seria atenuada. Vale registrar que determinados seres vivos, em nível mais primário de evolução do que os mamíferos, realizam a fixação de nitrogênio e que esse fato é fundamental para a manutenção da vida no planeta Terra, pois outros seres aproveitem de suas proteínas, formadas a partir dessa fixação de nitrogênio, através da cadeia alimentar. O próprio mentor espiritual Aniceto afirma que deveríamos agradecer muito a Deus por obtermos o oxigênio molecular (O2) ‘gratuitamente’, através da respiração, uma vez que a molécula de oxigênio é imprescindível à vida física, conforme nós a conhecemos aqui na Terra. Entretanto, a Providência Divina não permite ainda tal facilidade porque somos, em grande maioria, Espíritos muito preguiçosos, ou seja, sem amor ao trabalho, ainda sem virtudes consolidadas e esforço sistemático no bem. Desta forma, o fato de nos virmos ‘forçados’ a trabalhar para ‘comer’, isto é, trabalhar para conseguir o próprio sustento físico, é de fundamental importância para que nossos Espíritos não fiquem estacionados e possam aproveitar minimamente a experiência carnal para evoluir significativamente a cada oportunidade terrena.

Em relação a uma das questões levantadas pela nossa amiga Jaqueline (‘Como proceder para aproveitar mais o nitrogênio na respiração?’) é importante dizer que isso é impraticável na atualidade, pois tal possibilidade não é permitida pelas características fisiológicas de nosso organismo humano, em seu atual estágio de evolução através da seleção natural. Portanto, no atual momento, enquanto seres humanos encarnados, não tem como aproveitarmos o nitrogênio através da respiração, em função das características fisiológicas de nosso organismo, as quais foram ratificadas pela seleção natural, que não deixa, obviamente, de representar a vontade de Deus, como tudo em a Natureza. Neste contexto, um mundo habitado por Espíritos mais evoluídos moralmente necessitaria bem menos de imposições deste tipo para que os indivíduos se inspirassem para o trabalho. Assim sendo, quando chegarmos a esse nível, provavelmente muitas necessidades deste tipo estarão atenuadas. Podemos lembrar-nos dos próprios Espíritos desencarnados evoluídos que sentem menos necessidade de nutrição para os seus perispíritos enquanto que os Espíritos desencarnados mais atrasados sentem muito mais necessidades nesse sentido. Talvez haja alguma relação, pois André Luiz afirma em Evolução em Dois Mundos que o nosso Perispírito é quase idêntico fisiologicamente ao nosso corpo físico, exceto por pequenas mudanças relacionadas à nutrição e ao sexo. Emmanuel chegou a dizer que os Espíritos Superiores permitiram o advento dos anestésicos no fim do século XIX porque a Providência Divina identificou que, em função de avanços espirituais desenvolvidos, a humanidade terrena já não necessitava das dores mais acerbas para despertar em si mesma valores espirituais positivos. A questão da alimentação poderia ser algo semelhante. Quando já amarmos o trabalho e a solidariedade, necessitaremos menos das imposições dessa natureza para  que nos decidamos por realizar algo de útil com o nosso tempo.”

 

 

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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita