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Crônicas e Artigos
Ano 4 - N° 156 - 2 de Maio de 2010

RICARDO BAESSO DE OLIVEIRA
kargabrl@uol.com.br

Juiz de Fora, Minas Gerais (Brasil)
 

Emmanuel e a política


Nos primeiros anos de suas atividades mediúnicas, Chico Xavier abria espaço para interpelações aos Benfeitores Espirituais sobre temas de assunto geral, em reuniões íntimas, acontecidas na cidade de Pedro Leopoldo. Questões eram apresentadas para reflexão e Espíritos diversos opinavam de maneira esclarecedora. Nesses encontros produtivos, predominavam com frequência as comunicações de Emmanuel, em virtude, talvez, do maior compromisso assumido junto ao medianeiro de Minas Gerais.

Nos meses de maio, junho e julho de 1935 surgiram temas de cunho político e Emmanuel, chamado a opinar, apresentou seu pensamento de forma sincera e lúcida.

A atualidade das perguntas e, sobretudo, das respostas é comovente, embora estejamos distante delas 75 anos.

Apresentamos uma síntese didática de seu pensamento.

COMPROMISSO COM O EVANGELHO

O Benfeitor confessa que sua área de interesse não é bem a política, mas não se recusa a opinar, esclarecendo não ser o dono da verdade: “Avesso à política, me sentiria mais à vontade se fosse inquirido acerca do evangelho. Todavia, opiniões são coisas que pouco se custa a fornecer; contudo os meus pareceres são igualmente pessoais como os vossos, sem o caráter da infalibilidade”.  

NACIONALISMO 

Faz uma critica ao nacionalismo exagerado, mostrando que somos cidadãos do Universo com responsabilidades amplas diante de todos os homens de todas as nacionalidades: “Fazer a apologia desses movimentos nacionalistas que, a pretexto de unificação e energia administrativa, operam a revivescência das autocracias de outrora, incentivando as guerras, provocando revoltas, coibindo o pensamento, é desconhecer as leis da solidariedade humana”.

GLOBALIZAÇÃO 

Fala de globalização muito antes de ela tornar-se realidade: “Os homens não podem fugir aos dispositivos do código da fraternidade universal. Cada individualidade dá o que possui, no problema das possibilidades e das vocações, no edifício do progresso coletivo. Uma traz a ciência, outra a arte, outra uma nova modalidade evolutiva. Um país, pretendendo isolar-se no mundo, lavra a sua própria condenação”. 

PARTIDOS POLITICOS 

Fala da necessidade de partidos políticos com ideias e propostas bem definidas e sólidas, ao invés do que se via naquela época e ainda hoje, onde os partidos existem em função de interesses transitórios, assumindo posturas diferentes segundo os interesses pessoais ou, o que é pior, alugando a própria legenda a situações momentâneas: “A República Brasileira necessita de forças vitalícias, no terreno político-administrativo, que predominem sobre suas instituições de caráter temporário. Contrariando o facciosismo, as lutas de clã, existiam no Brasil Império os grandes poderes centralizados. É na formação de um poder como esses que a república necessita, a fim de corrigir os baldões, os defeitos, a instabilidade da política administrativa”.  

CORONÉIS DA POLITICA 

Apresenta critica contundente a políticos profissionais que se enriqueceram de forma desonesta, corrompendo, desviando recursos e iludindo as mentes simplórias: “Infelizmente, a ambição, o personalismo infestam os bastidores da política brasileira, eminentemente prejudicada pela sua visão mesquinha, concernente aos problemas da coletividade. Os interesses dos chefes nunca são prejudicados. Sob o despotismo de sua vontade pessoalíssima estão os interesses da nação e das coletividades”. 

A MÁ POLITICA 

Parece que estamos ainda em 1935: “Evite-se a expansão do interesse pessoal, as competições mesquinhas, a ambição de ganhos e domínios, os assaltos ao Tesouro Público, o exibicionismo e cultive-se, acima de tudo, o interesse da coletividade. Basta isso. A coletividade é a nação e não se compreende o patriotismo fora dessas normas”. 

LEIS SIMPLESMENTE NÃO RESOLVEM 

O velho costume brasileiro de acreditar que criando leis resolvem-se os problemas é criticado pelo Benfeitor: “A questão é de homens e não de leis. Os grandes desequilíbrios econômicos e o ceticismo de quantos vivem a esperar melhores dias para a nação são oriundos dessa odiosa campanha personalista que infelicita as correntes políticas do país”. 

REGIME POLITICO 

O Benfeitor garante que o socialismo prevalecerá no futuro, mas é preciso que ele aconteça primeiro dentro do homem, para que possa dar certo fora dele: “A Rússia atual representa a experiência realizada à custa de muito sangue, os primórdios dos novos sistemas políticos e sociais, que hão de futuramente vigorar no planeta. Porém, mesmo lá, o que se observa por enquanto, ao lado dos excessos demagógicos, é a inversão dos papéis dentro das classes sociais. Os oprimidos de ontem são os senhores de hoje. A fraternidade ainda significa um mito, porquanto o terreno social está cheio das mesmas diferenças de sempre. Comunismo significa equilíbrio dos sacrifícios do povo, holocausto do homem à coletividade, interesse geral, eliminação da personalidade. Os brasileiros estão preparados para isso? A afirmativa poderia, ao que parece, ser contestada. Para o estado  não se enquadra outro regime fora da democracia liberal, até que o povo se eduque convenientemente para as grandes iniciativas do porvir”. 

PRIORIDADES POLITICAS 

Uma aula de política pública: “O Brasil necessita, antes de tudo, combater o magno problema do analfabetismo. É necessário que se solucione o enigma pedagógico que implica toda essa mocidade sem entusiasmo e sem energia para o estudo. Que o supérfluo das suntuosidades do Estado seja empregado com o necessário. Intensifique-se a higiene e a escola. A educação necessita ser difundida sob todos os seus aspectos”. 

PROBLEMA NOSSO 

A solução dos problemas políticos do nosso país passa pela atuação de cada um de nós. Os Espíritos não resolverão problemas que são dos homens: “O trabalho é dos homens e a eles compete a realização do progresso necessário. Longe do cenário do mundo não nos é lícito influenciar sobre questões distantes da nossa esfera de ação. A nossa atividade unicamente se circunscreve ao esclarecimento das almas, pugnando para que as construções da crença sejam novamente reedificadas no templo dos corações humanos”.


Fonte
:

Palavras do Infinito, de Emmanuel, publicado pela LAKE.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita