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Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 155 – 25 de Abril de 2010

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1865

Allan Kardec 

(Parte 18)

Damos prosseguimento ao estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1865. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado em 20 partes, com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Que é que os Espíritos dizem a respeito do futuro do Espiritismo?

Várias foram as mensagens recebidas na Sociedade Espírita de Paris a respeito do assunto. Eis alguns tópicos extraídos dessas mensagens: A) O Espiritismo continuará sua marcha através dos embustes e dos escolhos, inabalável como tudo o que está na vontade de Deus, porque se apoia nas leis da natureza. B) Pela luz que lança sobre os pontos obscuros e controvertidos das Escrituras, ele conduzirá os homens à unidade de crença e fundará o reino da verdadeira caridade cristã, que é o reino de Deus sobre a Terra, predito por Jesus. C) Muitos ainda o repelem porque não o conhecem ou não o compreendem. Mas quando reconhecerem que ele realiza as mais caras esperanças do futuro da humanidade, aclamá-lo-ão e, da mesma maneira que o Cristianismo encontrou um suporte em Paulo de Tarso, ele também encontrará defensores entre os adversários da véspera. (Revue Spirite de 1865, pp. 299 e 300.) 

B. Que fato inabitual ocorreu durante as exéquias do Sr. Nant?

Nas exéquias do referido confrade, companheiro de Kardec na Sociedade Espírita de Paris, o Codificador pronunciou breves palavras, transcritas, a pedido da família, pela Revue.  No momento em que fechou os olhos, um dos seus netos, de dez anos, tomado de violenta emoção, foi subitamente adormecido pelos Espíritos e, no seu êxtase, viu a alma de seu avô, acompanhada por uma porção de Espíritos, elevar-se no espaço, embora presa ainda ao corpo pelo cordão fluídico. (Obra citada, pp. 310 a 312.) 

C. Gabriel Delanne, aos oito anos de idade, foi protagonista de um curioso fenômeno. Como se deu o fato?

O fato ocorrido com o filho de Alexandre Delanne – o menino Gabriel, que anos depois se tornaria um dos mais importantes autores espíritas – é relatado pela Revue. Foi uma experiência de tiptologia que Gabriel, auxiliado por três crianças de sete, cinco e quatro anos, realizou a pedido de uma senhora. Após a evocação, Gabriel pediu a ela que perguntasse quem respondia. A mulher interrogou e a mesa soletrou duas palavras: Teu pai. Na sequência, a pedido dela, o Espírito deu três provas de que era seu pai quem ali se manifestava. Kardec diz que não era a primeira vez que a mediunidade se revelava em crianças e o que ocorreu fora já anunciado numa célebre profecia: Vossos filhos e vossas filhas profetizarão. (Atos, 2:17.) (Obra citada, pp. 312 a 314.) 

Texto para leitura 

208. O Codificador retificou, no entanto, seu pensamento de que tais objetos – copos, garrafas, vidros, placas metálicas etc. – eram absolutamente desnecessários à produção do fenômeno, isto é, que todo indivíduo, vendo com o concurso deles, poderia ver perfeitamente bem sem eles. O ensinamento recebido então de parte dos Espíritos mostra que essa ideia é errônea. Eis a explicação: Estando o olhar do vidente concentrado no fundo do copo, o reflexo brilhante deste age sobre os olhos, depois sobre o sistema nervoso, e provoca uma espécie de meio sonambulismo, um sonambulismo desperto, no qual a alma, desprendida da matéria, adquire a clarividência e a segunda vista. Além disso, existe uma certa relação entre a forma do fundo do copo e a forma exterior ou disposição de seus olhos. (Págs. 279 a 284.)

209. Para o vidente de Zimmerwald, o copo era, assim, um meio de desenvolver e fixar sua lucidez, e absolutamente necessário, porque nele, não sendo o estado de lucidez permanente, necessitava ser provocado. Um outro copo não poderia substituí-lo, porquanto um objeto que produz numa pessoa esse efeito pode nada produzir em outra. (Pág. 284.)

210. Complementando o estudo dos chamados espelhos psíquicos, Kardec conclui, então: I – Que o emprego de agentes artificiais é inútil ou desnecessário aos indivíduos cuja visão psíquica seja espontânea ou permanente. II – Que esses agentes são necessários quando a faculdade necessita ser superexcitada. III – Que, devendo esses agentes ser apropriados ao organismo da pessoa, o que provoca ação sobre uma nada provoca sobre outras. É por isso que a carta posta debaixo do copo, em vez de facilitar o fenômeno, o perturbava, visto que modificava a natureza do reflexo que lhe é próprio. IV – Que os corpos vulgarmente chamados espelhos mágicos não passam de agentes hipnóticos, indefinidamente variados em suas formas e efeitos, conforme a natureza e o grau das aptidões dos indivíduos. (Págs. 284 a 286.)

211. A Revue transcreve carta de um correspondente em que este narra o diálogo mantido com o Espírito de um sacerdote católico – o padre D... – recentemente desencarnado, o qual fora, em vida, um adversário declarado do Espiritismo. (Pág. 287.)

212. Evocado no grupo espírita, o padre D... se disse convencido da realidade das manifestações espíritas. “Sim – reconheceu ele –, os Espíritos se comunicam, e não são apenas os demônios, como nós ensinamos.” O padre mantinha, no entanto, curiosamente, sua opinião de que a expansão do Espiritismo não seria um bem, mas um mal para a sociedade. As divisões operadas no seio dos espíritas constituíam, a seu ver, um perigo e indicavam que o Espiritismo, como as doutrinas filosóficas que o precederam, não teria vida longa. (Págs. 287 a 291.)

213. Kardec analisa em profundidade os argumentos do sacerdote desencarnado e tece a respeito diversas considerações, adiante resumidas: I – Dizer que o Espiritismo é bom por sua essência e mau por seus resultados, como afirmou o padre D..., é ir contra a lógica, é esquecer a máxima do Cristo, tornada proverbial: “Uma árvore boa não pode dar maus frutos”. II – Não foi o Espiritismo quem inventou a manifestação dos Espíritos, nem é a causa de sua comunicação. Ele apenas constata um fato, que se produziu em todos os tempos, porque está na natureza. III – Para que o Espiritismo deixasse de existir, fora preciso que os Espíritos cessassem de se manifestar. IV – A influência dos maus Espíritos faz parte dos flagelos a que o homem está sujeito neste mundo, como as doenças e os acidentes de toda sorte. Mas, como ao lado do mal Deus sempre põe o remédio, o Espiritismo vem indicar o remédio para esse flagelo, ensinando que para neutralizar a influência dos maus Espíritos é preciso tornar-se melhor, dominar as más inclinações, praticar as virtudes ensinadas pelo Cristo: a humildade e a caridade. V – Aprovar a oposição da Igreja ao Espiritismo porque a aceitação deste seria a ruína do clero é atitude inconcebível. O clero seria movido assim por sentimentos tão mesquinhos? Ignorariam os sacerdotes as palavras do Cristo: “Meu reino não é deste mundo”? Prefeririam manter as aparências na Terra, para assegurar seus interesses terrenos, a aceitar a realidade espírita e suas consequências? VI – Se as divisões operadas entre os espíritas tivessem como consequência a ruína do Espiritismo, por que isso não se deu com o Cristianismo? Ignora o padre a multiplicidade de seitas que têm dividido e muitas vezes ensanguentado a doutrina cristã e cujo número não se eleva a menos de trezentos e sessenta? VII – O Espiritismo não é uma teoria especulativa, baseada em ideias preconcebidas. É uma questão de fato e, por consequência, de convicção pessoal. E ele é forte precisamente porque se apoia sobre um conjunto formidável de vozes cuja concordância universal vale bem a de um concílio ecumênico. VIII – O padre D... predisse o seu fim próximo, mas inúmeros vultos encarnados e desencarnados também fizeram o seu horóscopo, num outro sentido, e suas previsões se sucedem ininterruptamente e se repetem em todos os pontos do globo. (Págs. 291 a 299.)

214. Fechando sua resposta ao padre D..., Kardec reporta-se a uma das muitas mensagens pertinentes ao futuro do Espiritismo, de que destacamos os tópicos seguintes: A) O Espiritismo continuará sua marcha através dos embustes e dos escolhos, inabalável como tudo o que está na vontade de Deus, porque se apoia nas leis da natureza. B) Pela luz que lança sobre os pontos obscuros e controvertidos das Escrituras, ele conduzirá os homens à unidade de crença e fundará o reino da verdadeira caridade cristã, que é o reino de Deus sobre a Terra, predito por Jesus. C) Muitos ainda o repelem porque não o conhecem ou não o compreendem. Mas quando reconhecerem que ele realiza as mais caras esperanças do futuro da humanidade, aclamá-lo-ão e, da mesma maneira que o Cristianismo encontrou um suporte em Paulo de Tarso, ele também encontrará defensores entre os adversários da véspera. (Págs. 299 e 300.)

215. A passagem pela Europa dos irmãos Davenport, dois jovens de 24 e 25 anos, nascidos em Buffalo, Estado de Nova York (EUA), é noticiada pela Revue. A faculdade dos médiuns americanos era limitada a efeitos físicos, dos quais o mais notável consistia em se fazerem amarrar com cordas de maneira inextricável e se desatarem instantaneamente, por uma força invisível, a despeito de todas as precauções tomadas para verificar como o fato se dá. O transporte de objetos, o toque espontâneo de instrumentos musicais e a aparição de mãos luminosas constituíam também parte do seu repertório. Apesar disso, a apresentação deles a 12 de setembro de 1865, na sala Hertz, em Paris, foi deplorável e quase terminou em tragédia.  (Págs. 300 a 303.)

216. A polêmica suscitada a respeito do fato levou o Codificador a fazer, valendo-se da Revue, diversas considerações sobre a mediunidade em geral, adiante resumidas: I – A necessidade da obscuridade nas sessões de efeitos físicos presta-se, indubitavelmente, à suspeita e facilita as fraudes. É preciso, no entanto, compreender que em química há também combinações que não se podem operar à luz. Ora, sendo os fenômenos espíritas o resultado de combinações fluídicas, e sendo os fluidos matéria, não é de admirar que, em certos casos, o fluido luminoso seja contrário a essas combinações. II – A mediunidade é uma aptidão natural inerente ao médium, mas para que o médium produza efeitos mediúnicos são precisos os Espíritos, que vêm quando querem e quando podem. III – O médium sério é modesto, não se envaidece do que não é produto do seu talento, nem promete o que de si não depende. IV – As condições inerentes à mediunidade não podem, pois, prestar-se à regularidade e à pontualidade, que são fatores indispensáveis às sessões pagas, onde é preciso, a qualquer preço, satisfazer o público. V – De todos os fenômenos espíritas, os que melhor se prestam à imitação são os efeitos físicos. VI - Um exame escrupuloso permite distinguir a trapaça da mediunidade real; mas a melhor de todas as garantias é o respeito e a consideração de que desfrute o médium, sua moralidade, sua notória honorabilidade e seu desinteresse absoluto, material e moral.  (Págs. 303 a 305.)

217. Concluindo seu comentário sobre o caso Davenport, Kardec faz no final duas advertências que continuam oportunas e atuais: A) De duas uma: ou os Davenport são hábeis prestidigitadores ou verdadeiros médiuns. Se charlatães, devemos ser gratos a todos os que ajudarem a desmascará-los. B) Se são médiuns verdadeiros, as condições em que se apresentam não podem servir utilmente à causa. Num caso, como no outro, o Espiritismo não tem nenhum interesse em tomar partido em seu favor. (Págs. 305 a 309.)

218. Nas exéquias do Sr. Nant, um dos companheiros da Sociedade Espírita de Paris, Kardec pronunciou breves palavras, transcritas, a pedido da família, pela Revue.  No momento em que fechou os olhos, seu neto de dez anos, tomado de violenta emoção, foi subitamente adormecido pelos Espíritos e, no seu êxtase, viu a alma de seu avô, acompanhada por uma porção de Espíritos, elevar-se no espaço, embora presa ainda ao corpo pelo cordão fluídico. A morte – disse Kardec – é apenas a entrada da alma na verdadeira vida, e não passa de uma separação corporal de alguns instantes, pois o vazio que deixa no lar da família é apenas aparente. (Págs. 310 a 312.)

219. Um fato curioso ocorrido com o filho de oito anos do Sr. Delanne – o menino Gabriel, que anos depois se tornaria um dos mais importantes autores espíritas – é relatado pela Revue. Trata-se de uma experiência de tiptologia que o menino Gabriel, auxiliado por três crianças de sete, cinco e quatro anos, realizou a pedido de uma senhora. Gabriel, após a evocação, pediu a ela que perguntasse quem respondia. A mulher interrogou e a mesa soletrou duas palavras: Teu pai. Na sequência, a pedido dela, o Espírito deu três provas de que era seu pai quem ali se manifestava. (Págs. 312 a 314.)

220. Kardec diz que não era a primeira vez que a mediunidade se revelava em crianças e o que ocorreu fora já anunciado numa célebre profecia: Vossos filhos e vossas filhas profetizarão. (Atos, 2:17.)  (Pág. 314.) (Continua no próximo número.)

 


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