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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 152 - 4 de Abril de 2010

MARCELO SENEDA
marcelo.seneda@gmail.com
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A verdadeira democracia
e o aborto

 
Os ativistas pró-aborto, em geral, apresentam-se como indivíduos de mente aberta, progressistas e defensores do amplo direito democrático. Sou convicto de que a maioria está, realmente, preocupada em oferecer condições para uma sociedade mais justa e equilibrada. 

No entanto, independente de quaisquer argumentos religiosos, científicos, ou de saúde pública, sou visceralmente contra o aborto, pois é o maior desrespeito à democracia, à liberdade de expressão, de que tenho conhecimento. 

Todos nós, indivíduos em exercício da vida, sejamos crianças, jovens, adultos ou senis, já estagiamos nas fases embrionária e fetal, no útero materno. Se estamos aqui hoje, é porque nossas mães permitiram o nascimento de cada um de nós. Em uma fase temporária de total incapacidade de expressão, tivemos assegurado o nosso direito à vida. Após esse passageiro período de limitação, começamos, desde a tenra infância, a expressar nossas vontades, desejos, opiniões. Iniciamos nossa interação com os semelhantes, aprendemos, erramos, crescemos. Mas, acima de tudo, exercemos nossa liberdade de expressão. E tudo isso graças ao direito de termos sido respeitados na fase intrauterina, quando ainda não podíamos nos manifestar. 

Quando vejo alguém se posicionar a favor do aborto, sempre penso: “Agora que essa pessoa já pode opinar, dá-se ao direito de impedir o outro de se expressar”. Trata-se de impedir aos demais uma condição já conquistada para si. Porque todos os defensores do aborto já estiveram como embrião, como feto. E houve quem lhes resguardasse a liberdade de viver, mesmo quando ainda não podiam se expressar. E como é que essas pessoas se julgam no direito de impedir a manifestação do outro?! 

Os defensores do aborto já pensaram que poderiam não estar aqui? Por mais que eu seja contrário ao aborto, considero sagrado o direito das pessoas pró-aborto se manifestarem. Sejam elas adultas, jovens ou estejam para nascer. Mas quem defende o aborto quer, simplesmente, eliminar o direito de manifestação daqueles indivíduos por nascer. Justamente na fase mais crítica de nossas vidas, quando ainda não podemos nos defender. 

Na sociedade moderna, os segmentos com restrições à livre manifestação são cada vez mais protegidos. Portadores de necessidades especiais, minorias étnicas, povos subjugados, todos esses grupos são cada vez mais amparados, por toda sociedade, para tornar possível a livre manifestação de seus interesses e a liberdade de expressão. Há muitas vozes em defesa dos mudos, muitos olhares sobre as necessidades dos cegos, muitas mãos amparando os amputados, mentes brilhantes zelando pelos deficientes mentais. Essa tendência progressiva e louvável de igualdade social é uma manifestação clara do progresso moral da humanidade. 

Por isso minha indignação, quando vejo ativistas pró-aborto se apresentarem como progressistas e democráticos. Porque, quem já conquistou um direito – a vida – deve, no mínimo, lutar para que todos usufruam desse mesmo direito. Isso sim é democracia, é igualdade de direitos. Por outro lado, julgar um direito alheio, à revelia do interessado, é, no mínimo, uma injustiça. 

São cada vez mais difundidas as informações para se prevenir uma gestação indesejada. Nos dias atuais, começa a soar de maneira quase inverossímil o argumento de uma gravidez não pretendida. Afinal, com a gratuidade (ou quase) da camisinha, com campanhas de orientação cada vez mais frequentes (e precoces), com o baixo custo das pílulas anticoncepcionais, está cada vez mais viável se obter informações e recursos para se evitar a gestação. Além de uma educação sexual séria, acredito que a valorização da autoestima é a chave para uma vida plena, capaz de proporcionar o exercício da sexualidade de maneira equilibrada e consciente. Acima de tudo, vamos privilegiar a verdadeira consciência democrática. Se já adquirimos o direito à vida, é nosso dever zelar para que os próximos indivíduos também usufruam desse direito. Vamos garantir a liberdade de expressão de todos, dos que já nasceram e dos que vão nascer. Essa é a sociedade evoluída pela qual todos almejamos.

 

Marcelo Seneda é professor de Medicina Veterinária da Universidade Estadual de Londrina-PR.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita