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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 152 - 4 de Abril de 2010

LEONARDO MARMO MOREIRA
leonardomarmo@gmail.com 
São José dos Campos, São Paulo (Brasil)
 

Relações ecológicas

e evolução anímica


As relações ecológicas, incluindo o predatismo, constituem um dos aspectos mais decisivos para o equilíbrio material do planeta. Entretanto, tais relações apresentam uma relevância ainda mais dilatada, se levarmos em consideração os aspectos espirituais desta questão. De fato, as relações ecológicas possuem um profundo significado em termos de evolução espiritual para o princípio inteligente na fase Pré-hominal. É muito interessante notar, que, no reino animal, nem sempre os indivíduos realmente mais fortes e aptos fisicamente desenvolvem o papel de predador. Além disso, na disputa entre predadores por território e pelas presas, não necessariamente os animais mais fortes apresentam um predomínio, que seria de se esperar analisando simplesmente a força física e as habilidades de luta de cada espécie. Essa mesma linha de raciocínio também pode ser aplicada às chamadas “presas”, isto é, os animais predados, pois há um número significativo de casos em que as espécies fisicamente mais frágeis não constituem, na prática, nos animais mais facilmente “caçáveis”. 

Isto ocorre em função da capacidade de trabalho em equipe de cada uma das espécies. Realmente, a capacidade de trabalhar sinergicamente em relação ao grupo é algo decisivo para defender filhotes, confrontar inimigos muitas vezes maiores e/ou mais bem dotados fisicamente e desenvolver estratégias não poucas vezes complexas de comunicação e de organização frente a diversos tipos de perigo. De fato, nem todos os animais conseguem utilizar eficientemente vantagens táticas como é o caso da superioridade numérica. 

Como seria possível a um cão selvagem ou a uma hiena confrontar individualmente um leão ou um leopardo? A desproporcional diferença de força física entre esses animais praticamente inviabiliza este tipo de confronto quando os exemplares de cada espécie se encontram em confronto individual. Entretanto, quando se trata de famílias, clãs ou grupos, intensos combates ocorrem, naquilo que poderíamos considerar as origens das batalhas que diversas vezes testemunhamos nas guerras humanas entre diferentes povos e países. E, de fato, este tipo de embate muitas vezes apresenta relativo equilíbrio de forças entre os respectivos grupos rivais. Este fato, que não deixa de apresentar aspectos surpreendentes, demonstra que a organização sinérgica como um time é fundamental para o ataque e para a defesa do grupo de animais. Os canídeos selvagens, por exemplo, formam grupos muito unidos e bem organizados e, geralmente, atuam de maneira extremamente colaborativa e inteligente para aproveitarem vantagens, como é o caso da frequente superioridade numérica. 

Suricates trabalham em conjunto para confundir e se defender de predadores como cobras e águias. No caso das cobras, os suricates tentam desviar a atenção de predador para que o inimigo não identifique a real localização da toca dos suricates. Já com relação às aves de rapina, um complexo sistema de comunicação é acionado para que rapidamente todos se escondam na própria toca evitando a captura pelo predador através dos voos rasantes das referidas aves. 

Por outro lado, existem igualmente confrontos entre grupos de predadores, ou seja, de animais de porte menos discrepante. Este é o caso, por exemplo, da luta entre leões e búfalos; leões e elefantes, entre outros. 

Neste contexto, vale registrar que animais como as zebras não apresentam táticas de defesa mais elaboradas, ou seja, não se organizam de maneira efetiva, do ponto de vista da colaboração mútua, sobretudo quando submetidos a um ataque de predadores. Em suma, tais animais não lutam em conjunto, não partindo de forma organizada para tentar rechaçar o ataque. Estes animais não demonstram agir como uma “equipe de batalha” para confrontarem felinos ou cães selvagens ou hienas, como acontece com outros animais que se defendem de forma mais eficaz.  

Ora, a zebra é um animal de grande força física e de elevada inteligência. Portanto, não saberíamos dizer por que esse tipo de comportamento mais passivo frente aos predadores é a praxe para esses tipos de animais. Poderíamos especular que se trata de grupos muito numerosos, tal como ocorre com os gnus, e, obviamente, a organização e o gerenciamento de grupos tão expressivos numericamente podem se tornar impraticáveis. Mas, ainda assim, vale questionar o motivo da evolução ter ratificado tais grupos numerosos se essa organização é mais suscetível do ataque de predadores. Certamente, há outras vantagens estratégicas mais globais para a totalidade do grupo que prevalecem em relação a vantagens mais pontuais para um ou poucos indivíduos. De fato, em animais menos evoluídos do que os mamíferos, há precedentes para respaldar essa hipótese. Este é o caso das abelhas, as quais possuem um temido ferrão detentor de substâncias irritantes para ser inoculado nos inimigos. Acontece que quando tais ferrões são utilizados como armas de defesa e/ou ataque, o espécime que ferroou o adversário morre automaticamente. Tal situação é muito sugestiva, pois a seleção natural deveria ratificar ferramentas que viabilizassem a vida do animal e não o contrário, ou seja, no momento da defesa, o indivíduo necessariamente morrer. Segundo estudiosos da questão, tal fato indicaria que o mais importante neste caso não seria a vida do espécime individualmente, mas de seu grupo, que no caso seria toda a colmeia. Desta forma, a abelha operária, por exemplo, se sacrificaria pela coletividade. Obviamente, aquilo que se aplica aos insetos não necessariamente se aplicaria a mamíferos dos mais inteligentes, como as zebras, mas, pelo menos, serve de parâmetro para reflexões e estudos futuros mais profundos. 

De qualquer maneira, do ponto de vista da evolução anímica do princípio espiritual, essas relações ecológicas são muito instrutivas, pois demonstram que a organização de famílias e clãs bem como o desenvolvimento de estratégias em conjunto para a defesa do grupo trata-se de aspecto fundamental para a sobrevivência de toda uma espécie. Certamente, a providência divina utiliza desses mecanismos muitas vezes penosos, como é o caso do predatismo, para forjar nos seres espirituais em início de processo evolutivo rudimentos de inteligência e de amor, assim como de companheirismo e de senso de solidariedade (ajuda mútua).  

Para nós, seres humanos (seres espirituais que atingiriam a condição hominal), indiscutivelmente, as dificuldades na conquista do “pão material” e a luta cotidiana da vida requerem muita intelectualidade, inteligência emocional, senso de trabalho de equipe, paciência, estratégia, resignação, perseverança e resistência moral frente a frustrações. Por outro lado, essas mesmas lutas aprimoram esses valores, desenvolvendo-os e desmembrando-os em novas habilidades e aquisições, ou, em termos evangélicos, em “novos talentos”, conforme a belíssima Parábola que Jesus nos ensinou. 

Todavia, é interessante notar que, guardadas as devidas proporções e nuances inerentes a cada estágio evolutivo do princípio espiritual, esse processo já começa de uma forma bem significativa na passagem do princípio anímico pelo reino animal, principalmente em se tratando de mamíferos. “O átomo será anjo, assim como o anjo já foi átomo”, nos ensina a Falange do Espírito de Verdade em O Livro dos Espíritos, o que denota que não há descontinuidade em nosso processo evolutivo.

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita