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Estudando a série André Luiz
Ano 3 - N° 152 - 4 de Abril de 2010

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Entre a Terra e o Céu

André Luiz

(Parte 29)

Continuamos a apresentar o estudo da obra Entre a Terra e o Céu, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Que sentimento invadiu a alma de Mário Silva ante a morte do menino Júlio?

Ao ver a criança morta, Mário experimentou violenta comoção que lhe constringiu a alma. Convulsivo choro agitou-lhe o peito, enquanto uma voz inarticulada, que parecia nascer dele mesmo, gritava-lhe na consciência: "Assassino! Assassino!..." Ele saiu, então, desorientado e inseguro, para a via pública, a soluçar, atormentado, no seio da noite fria. (Entre a Terra e o Céu, cap. XXXII, págs. 206 e 207.)

B. O Espírito de Júlio, em seguida à desencarnação, mostrava-se sereno. Qual a explicação desse fato?

O Ministro Clarêncio assim explicou o fato: "Júlio reajustou-se para a con­tinuação regular da luta evolutiva que lhe compete. O renascimento ma­logrado não teve para ele tão somente a significação expiatória, ne­cessária ao Espírito que deserta do aprendizado, mas também o efeito de um remédio curativo. A permanência no campo físico funcionou como recurso de eliminação da ferida que trazia nos delicados tecidos da alma. A carne, em muitos casos, é assim como um filtro que retém as impurezas do corpo perispiritual, liberando-o de certos males nela ad­quiridos". O fato significava que Júlio poderia, doravante, exteriori­zar-se num corpo sadio, conquistando merecimento para obter uma reen­carnação devidamente planejada, com elevados objetivos de serviço. (Obra citada, cap. XXXIII, págs. 208 e 209.)

C. Onde Júlio esteve antes das duas últimas encarnações?

Sobre o assunto Clarêncio informou: "Depois de haver eliminado o próprio corpo, satisfa­zendo a sim­ples capricho pessoal, sofreu por muitos anos as tristes consequências do ato deliberado, amargando nos círculos vizinhos da Terra as tortu­ras do envenenamento a se lhe repetirem no campo mental”. E aduziu: “A morte pre­matura, quando traduz indisciplina diante das leis infini­tamente com­passivas que nos governam, constrange o Espírito que a pro­voca a di­latada purgação na paisagem espiritual". Júlio, nesse processo expiatório, nem sempre esteve a sós. Quando não se achava em martiri­zada solidão, via-se onde se lhe man­tinha preso o pensamento, ou seja, na atmosfera psí­quica de Lina, Ar­mando e Esteves, que lhe serviam de pontos básicos ao ódio. (Obra citada, cap. XXXIII, págs. 210 e 211.)

Texto para leitura 

97. Júlio desencarna - Mário sentia vergonha de si mesmo. Na verdade, não injetara substâncias tóxicas no doente, contudo seus pensa­mentos não teriam concorrido para abreviar-lhe a morte? Experimentava, então, o desejo de abeirar-se do pai desditoso, para confortá-lo, mas a ver­gonha o impediu. Os dois permaneceram ali durante quase duas horas, calados e impassíveis. A aurora começava a refletir-se no firmamento quando Amaro abandonou a meditação, aproximando-se do filho quase morto. Num gesto comovente de fé, retirou da parede velho cruci­fixo de madeira e colocou-o à cabeceira do moribundo. Em seguida, sen­tou-se no leito e acomodou o menino ao colo com especial ternura. Am­parado espi­ritualmente por Odila, que o enlaçava, demorou o olhar so­bre a imagem do Cristo e orou em alta voz: "Divino Jesus, compadece-te de nossas fraquezas!... Tenho meu espírito frágil para lidar com a morte! Dá-nos força e compreensão... Nossos filhos te pertencem, mas como nos dói restituí-los, quando a tua vontade no-los reclama de volta!..." O pranto embargava a voz do ferroviário, mas, mesmo assim, ele prosse­guiu: "Se é de teu desígnio que o nosso filhinho parta, Se­nhor, re­cebe-o em teus braços de amor e luz! Concede-nos, porém, a precisa co­ragem para suportar, valorosamente, a nossa cruz de saudade e dor!... Dá-nos resignação, fé, esperança!... Auxilia-nos a entender-te os pro­pósitos e que a tua vontade se cumpra hoje e sempre!..." Ja­tos de sa­firina claridade escapavam-lhe do peito, envolvendo a criança, que, pouco a pouco, adormeceu. Júlio afastou-se do corpo de carne, abri­gando-se nos braços de Odila, à maneira de um órfão que busca tépido ninho de carícias. Vendo a criança morta, Mário ex­perimentou violenta comoção a constringir-lhe a alma. Convulsivo choro agitou-lhe o peito, enquanto uma voz inarticulada, que parecia nascer dele mesmo, gritava-lhe na consciência: "Assassino! Assassino!..." Ele saiu, então, deso­rientado e inseguro, para a via pública, a soluçar, atormentado, no seio da noite fria... (Cap. XXXII, págs. 206 e 207) 

98. Depuração exige esforço e sacrifício - Enquanto seus pais cuidavam dos funerais, Júlio se mostrava aliviado e tranquilo, nos braços de Odila, como nunca André virá antes. Estavam todos, outra vez, no Lar da Bênção. Enquanto as irmãs permutavam ideias com respeito ao futuro, André in­dagou de Clarêncio acerca da serenidade que felicitava então o peque­nino. O Ministro informou, prestimoso: "Júlio reajustou-se para a con­tinuação regular da luta evolutiva que lhe compete. O renascimento ma­logrado não teve para ele tão somente a significação expiatória, ne­cessária ao Espírito que deserta do aprendizado, mas também o efeito de um remédio curativo. A permanência no campo físico funcionou como recurso de eliminação da ferida que trazia nos delicados tecidos da alma. A carne, em muitos casos, é assim como um filtro que retém as impurezas do corpo perispiritual, liberando-o de certos males nela ad­quiridos". O fato significava que Júlio poderia, doravante, exteriori­zar-se num corpo sadio, conquistando merecimento para obter uma reen­carnação devidamente planejada, com elevados objetivos de serviço. De­pois de alguns meses na colônia, ele poderia regressar à Terra, em elogiáveis condições de harmonia consigo mesmo. Seu retorno seria em breve, porque devia atender ao crescimento de qualidades nobres, que somente a reencarnação poderia facilitar. Além disso, era-lhe preciso conviver com Amaro, Zulmira e Mário Silva, de maneira a confraterni­zar-se realmente com eles, segundo o amor puro que Jesus nos ensinou. André ponderou haver compreendido, então, que as moléstias complicadas e longas, assim como os aleijões de nascença, a paralisia, o mongo­lismo guardam função específica. "Sim – confirmou Clarêncio –, por vezes é tão grande a incursão da alma nas regiões de desequilíbrio, que mais extensa se faz para ela a viagem de volta à normalidade". E acrescentou: "O tempo de inferno restaurador corresponde ao tempo de culpa deliberada. Em muitas fases de nossa evolução, somos imantados às teias da carne, que sempre nos reflete a individualidade intrín­seca, assim como a argila é conduzida ao calor da cerâmica ou como o metal impuro é arrojado ao cadinho fervente. A depuração exige es­forço, sacrifício, paciência..." (Cap. XXXIII, págs. 208 e 209) 

99. Consequências do suicídio - Clarêncio explicou então que quando nosso Espírito apreende alguma nesga da glória universal, desperta para as mais sublimes esperanças, sonha com o acesso às esferas divi­nas, suspira pelo reencontro com amores santificados que o esperam em vanguardas distantes, e aceita, por isso, duros trabalhos de reajuste. Em verdade, indagou Clarêncio, que representam, para nós, "alguns de­cênios de renunciação na Terra, em confronto com a excelsitude dos sé­culos de felicidade em mundos de sabedoria e trabalho enaltecedor?" Um dia, asseverou o Ministro, os homens entenderão essa verdade e louva­rão, felizes, o concurso da dor, porque todos os seres progridem e avançam para Deus. Da mesma forma que o embrião do jequitibá, com os anos, se converte em tronco vetusto, rico de beleza e utilidade, o es­pírito, com os milênios, transforma-se em gênio soberano, coroado de amor e sabedoria. Milhares de inteligências, entre o berço e o túmulo, procuram a própria recuperação. "À medida que se nos aclara a cons­ciência e se nos engrandece a noção de responsabilidade, reconhe­cemos – afirmou o Ministro – que a nossa dignificação espiritual é serviço intransferível. Devemos a nós mesmos quanto nos sucede em ma­téria de bem ou de mal". André perguntou ao instrutor onde Júlio es­teve antes da primeira encarnação como filho de Odila e Amaro. Eis o que Cla­rêncio infor­mou: "Depois de haver eliminado o próprio corpo, satisfa­zendo a sim­ples capricho pessoal, sofreu por muitos anos as tristes consequências do ato deliberado, amargando nos círculos vizinhos da Terra as tortu­ras do envenenamento a se lhe repetirem no campo mental. A morte pre­matura, quando traduz indisciplina diante das leis infini­tamente com­passivas que nos governam, constrange o Espírito que a pro­voca a di­latada purgação na paisagem espiritual". "Não podemos trair o tempo, e a existência planificada subordina-se a determinada quota de tempo, que nos compete esgotar em trabalho justo. Quando esses recur­sos não são suficientemente aproveitados, arcamos com tremendos dese­quilíbrios na organização que nos é própria." Júlio, nesse processo expiatório, nem sempre esteve a sós: quando não se achava em martiri­zada solidão, via-se onde se lhe man­tinha preso o pensamento, ou seja, na atmosfera psí­quica de Lina, Ar­mando e Esteves, que lhe serviam de pontos básicos ao ódio. Jesus nos en­sinava que o homem terá o seu te­souro onde guarde o co­ração e, de fato, todos nos imantamos, em espí­rito, a pessoas, lugares e objetos, aos quais se liguem os nossos sen­timentos. (Cap. XXXIII, págs. 210 e 211) (Continua no próximo número.)

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita