WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco
 

Raul Teixeira responde
Ano 3 - N° 151 - 28 de Março de 2010

  
 

– Por que razão escasseiam nas casas espíritas as reuniões que chamávamos antigamente de sessões de desobsessão, que tantos benefícios trouxeram a inúmeros cidadãos com problemas obsessivos? 

Raul Teixeira: Há inúmeras razões para esse esfriamento na realização desse tipo de reuniões, algumas cujas raízes estão nas instituições, enquanto outras podem estar nas pessoas que atuam nessas instituições na condição de médiuns. 

Antigamente, ao que sabemos, as reuniões de desobsessão eram um momento sagrado do centro espírita, para o qual não se levava qualquer pessoa. Para dela participar, tinha-se que ser médium mesmo, com as condições morais de tal maneira firmes que suportassem o assédio concomitante ou posterior das entidades infelizes envolvidas, mantendo conduta ilibada na sociedade e na família, adquirindo o que se chama de autoridade moral. Os médiuns de então, quase sempre pessoas muito modestas, mantinham um regime de dedicação aos trabalhos do bem, trabalhando a si mesmos para merecer essa convivência com os Prepostos de Jesus nesse labor de socorro espiritual. 

Temos que convir a dificuldade de muita gente, hoje em dia, para assumir compromissos. Seja pelas experiências de indisciplina cultivadas, seja pelas condições das grandes cidades, que dificultam os translados das pessoas de um para outro lado. Assim, é costume em muitos lugares os médiuns faltarem muito aos trabalhos, porque chegam tarde da lida profissional, porque frequentam festas e não perdem nenhuma, porque qualquer motivo é motivo para não comparecer e, assim, não criam vínculos psíquicos com a atividade nem com os Benfeitores da tarefa. 

No campo dos centros espíritas, muitos não têm critérios doutrinários para a escolha dos seus dirigentes das sessões e optam, quase sempre, por companheiros que, mesmo quando têm boa vontade, desconhecem a profundidade e a dinâmica daquilo que foram chamados a fazer; não têm voz ativa, conquistada pela autoridade moral e pela convivência semanal com os médiuns que, então, fazem como querem na sessão; não exigem dos membros das sessões mediúnicas a participação nas reuniões de estudos do centro, o que permite que muitos médiuns só compareçam à instituição nos dias e horários dessas sessões, não conseguindo higienizar as mentes por meio dos estudos, das análises, das discussões felizes, das trocas afetivas, mas mantendo cacoetes dispensáveis que afivelam à mediunidade propriamente dita, predispondo-se muitas vezes ao surto anímico ou às investidas mistificadoras, que proliferam nos terrenos onde vigora a invigilância. 

Poucos dirigentes espíritas sabem que não deve ser qualquer médium convidado para atender aos trabalhos desobsessivos. Não é por ser psicofônico, vidente ou psicógrafo que um médium terá condições gerais para participar de trabalhos tão graves, tão sérios. Pessoas que mantêm o tabagismo, o alcoolismo ou o uso de quaisquer outras drogas de tropismo neurológico; indivíduos que mantêm-se nas faixas da prostituição sexual, por mais modernas que estejam tais práticas nas metrópoles e quejandos, certamente não serão os mais recomendados para atender nessas sessões. Mas pessoas de língua grande, que não sabem guardar a discrição exigida por esses labores bem como as que portam desarranjos emocionais, que gritam, que se acabam de chorar se chove ou se faz sol, não devem ser chamadas para tão sérios compromissos. 

São encontrados ainda, em muitas instituições, médiuns que não se falam, que estão brigados, participando dos serviços de mediunidade com o objetivo de atender à desobsessão. Acintes desses tipos contribuem bastante para que as sessões vão deixando aos poucos de ser sessões de desobsessão para converter-se em sessões de obsessão. São, realmente, muitas as possíveis causas do esvaziamento das condições espirituais de uma atividade desobsessiva, mas, fundamentalmente, encontramos como causa primordial o próprio ser humano, inadaptado às disciplinas, desejoso de fazer o que lhe dá na cabeça, ou, pela ausência de conhecimento e maturidade, tornando-se instrumento de fascinadores, de mistificadores que, quando não os torna grandes empeços no corpo das sessões, afastam-nos do grupo, a fim de explorá-los mais facilmente, impondo-lhes a perda da oportunidade reencarnatória. Somente a seriedade do trabalho, baseado no estudo sério e continuado, da ação fraternal em favor dos necessitados a nossa volta associada aos esforços pela autotransformação, farão com que retornemos às sessões de desobsessão que reflitam o Pentecostes, em cuja estrutura os filhos do Calvário, os caídos e os sedentos de luz poderão reencontrar o coração vivo e amoroso do Mestre Jesus.
 

Extraído de entrevista publicada no jornal O Imortal de março de 2009.


 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita