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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 151 - 28 de Março de 2010

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniamva@yahoo.com.br 
Londrina, Paraná (Brasil)
 
 

Autovalorização e
vida humana


É comum observar pessoas que recorrem a subterfúgios diversos no anseio de que estes as libertem de seu “complexo de inferioridade” – sintoma de uma frágil autoestima.

Na verdade, no lugar de um olhar punitivo, o que elas necessitam é de um olhar acolhedor para se avaliarem e reavivar a autoestima, naturalmente reunida ao projeto pessoal de vida, que sempre cria, segundo as necessidades de cada um, os recursos para a conquista da autonomia reflexiva e, por isso, capaz de bem assessorar escolhas e relacionamentos – meios que servem à evolução do ser humano.

Qualquer que seja a área da vida em que se localize esta sensação de autoinsuficência, as formas de agir espelham mais sobre o ter/fazer do que sobre o ser/valer. Desse modo, o sofrimento é reforçado pela debilidade do amor-próprio, veladamente nutrido pela presença do medo – medo de ser.

Como a cultura ocidental é uma cultura preferencialmente masculina, os critérios de autoapreciação são, no geral, baseados na eficácia, no controle produtivo e em seus resultados mensuráveis. Logo, há uma tendência sociocultural que reforça o desprezo pela sensibilidade, afetos e sentimentos nascidos da ordem do coração, espontaneamente enraizados na dimensão do ser.

Assim, como ainda nos encontramos sob o signo do androcentrismo (*), cuja lógica é dirigida, principalmente, para a produção, segundo uma perspectiva quantitativa (e não qualitativa), o feminino de nossas consciências é reprimido ou menosprezado. E isso debilita o critério do autoacolhimento e nos faz desorientados, sem oriente, pois iludidos pela ânsia de vantagens, poder, discriminação ou consumo – a cilada da dimensão aquisitiva da vida, sujeita à provisoriedade.

Qual o sentido da vida humana?

Como é o medo que dirige o “complexo de inferioridade”, ele nos furta a vontade de afirmar a vida em suas possibilidades criativas, nos priva do direito humano à sensibilidade e ao exercício do autoacolhimento – práticas essenciais para a conquista do crescimento em verdade.

Concretamente, na direção de uma relação equilibrada com a consciência, na vida cotidiana, uma postura humilde e mansa poderá nos ajudar a realizar uma transformação comprometida com o plano de ser.

Então, à medida que procuramos despertar e nos reconciliar com a luz que nos habita, com os sentimentos nobres latentes no coração, ganhamos serenidade e senso de orientação, pois passamos a valorizar a dimensão do cuidado com a vida interior, e não apenas com a vida exterior.

Assim, mais e mais nos aproximamos das realidades da saúde e libertação, que criam o sentimento de gratidão pela vida. E estou pensando aqui o que Leloup nos conta sobre a lição aprendida de um índio hopi: “Anda com mansidão sobre a terra – ela é sagrada”. Ouso complementar: “anda com mansidão em direção a ti mesmo – és sagrado”.

O resgate do senso de orientação, gerador de confiança, conclama a capacidade de acolhimento e, consequentemente, um critério solidário (muito próprio ao feminino), e não discriminatório (que leva a comparações medíocres – para mais ou para menos), tomará espaço no itinerário de cada um.

Esse critério promoverá a autoaceitação e a aceitação dos demais, pois o amor por si mesmo não está separado do amor pelo outro.

E nessa benevolente autotransformação haverá lugar para a assimilação de saber-se em um mundo que necessita estimular o múltiplo e as personalidades cambiantes, pois a vida exige o respeito pelo direito de cada individualidade ser conforme à luminosidade de sua biografia, que é única em sua expressão criativa.

 

(*) O androcentrismo é parte da dominação patriarcalista, do homem sobre a mulher, que perdura entre nós desde a Idade do Cobre (entre o Neolítico e a Idade do Bronze) e tornou-se  majoritário no mundo depois da dominação colonialista europeia. O comportamento androcêntrico de quem fala do “homem” como se fosse o ser humano em sua totalidade é uma naturalização do patriarcalismo, absorvido pela lógica capitalista.
 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita