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Estudando as obras de Kardec
Ano 3 - N° 151 - 28 de Março de 2010

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1865

Allan Kardec 

(Parte 14)

Damos prosseguimento ao estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1865. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado em 20 partes, com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. O estado moral de um indivíduo pode ser um obstáculo à sua cura?

Pode, sim, ser um obstáculo. Foi o que ocorreu com um jovem cego que um espírita dedicado se propôs curar por meio do magnetismo. Ocorre que o jovem, em vez de se mostrar reconhecido pela bondade do amigo, só teve ingratidão e mau procedimento, dando provas do pior caráter. Segundo São Luís, a enfermidade do rapaz não era incurável. Uma magnetização espiritual praticada com zelo, devotamento e perseverança certamente teria êxito. Sua visão teria sensível melhora, se os maus fluidos de que estava cercado não opusessem um obstáculo à penetração dos bons fluidos. “No estado em que se encontra – explicou São Luís –, a ação magnética será impotente enquanto, por sua vontade e sua melhora, não se desembaraçar desses fluidos perniciosos. É, pois, uma cura moral que se deve obter, antes de buscar a cura física.” Um retorno sério sobre si mesmo era a única coisa que poderia tornar eficazes os cuidados de seu magnetizador; do contrário, perder-se-ia o pouco de luz que lhe restava e novas provações o acometeriam. Os maus Espíritos que o assediavam só agiam assim porque eram atraídos pela afinidade com os seus maus pendores. À medida que se melhorasse, eles se afastariam e a ação magnética produziria o efeito desejado. (Rvue Spirite de 1865, pp. 205 e 206.) 

B. Por que a educação moral dos desencarnados é mais fácil que a dos encarnados?

Esta questão foi proposta por Kardec na Sociedade Espírita de Paris e os Espíritos de Erasto e Lamennais a elucidaram da seguinte forma: 1) Como o desencarnado vê manifestamente o que se passa e os exemplos terríveis da vida, compreende mais rapidamente o que lhe dizem e recomendam. 2) A adversidade amadurece o pensamento: é o que se dá com os Espíritos, que veem de perto as consequências de seu passado, o que não ocorre com os encarnados, envolvidos que estão pelas ilusões e quimeras da existência corpórea. 3) Entre os encarnados, uns e outros são arrastados pela vida mesma, ao passo que os desencarnados veem, escutam e se arrependem com melhor vontade. 4) Os desencarnados aos quais a matéria não mais impõe suas leis e não mais fornece meios de satisfazer seus maus apetites, e, por isso, não têm mais desejos inconfessáveis, são mais aptos a aceitar os conselhos que lhes são dados. (Obra citada, pp. 206 a 208.) 

C. Como o cardeal Wiseman definiu o Espiritismo?

O cardeal Wiseman, segundo notícia publicada pelo jornal A Patrie de 18/3/1865 por ocasião do seu falecimento, acreditava firmemente no Espiritismo. De acordo com o jornal Spiritualist Magazine, o cardeal havia permitido que dois sacerdotes continuassem seus estudos e servissem como médiuns, dizendo-lhes: “Eu mesmo creio firmemente no Espiritismo e não poderia ser um bom membro da Igreja se tivesse a menor dúvida a respeito”. Depois de desencarnar, valendo-se da Sra. Delanne como médium, Wiseman confirmou a informação. Sim, ele fora espírita convicto, porque – segundo ele - o Espiritismo é a realização de todas as profecias, o desenvolvimento da religião, o esclarecimento dos mistérios, o caminho reto que conduz ao verdadeiro objetivo e à perfeição. (Obra citada, pp. 213 e 214.) 

Texto para leitura 

156. São esses sonhos inconscientes que proporcionam essas sensações indefiníveis de contentamento e de felicidade de que não nos damos conta e que são um antegozo daquilo de que desfrutam os Espíritos felizes.  (Pág. 204.)

157. O esquecimento do sonho é um dos caracteres do sonambulismo. Ora, do primeiro grau de lucidez, por vezes o Espírito passa a um grau mais elevado, que é diferente do êxtase, e no qual adquire novas ideias e percepções mais sutis. Saindo desse segundo grau, para entrar no primeiro grau, não se lembra do que disse nem do que viu. Em seguida, passando para o estado de vigília, há novo esquecimento. Existe, pois, grande analogia entre os dois estados sonambúlicos e as diversas categorias de sonhos. Para cada degrau que sobe, o Espírito eleva-se acima de uma camada de garoa e suas percepções tornam-se mais claras. A vontade do magnetizador pode por vezes dissipar essa garoa, esse véu fluídico, e propiciar a lembrança. (Págs. 204 e 205.)

158. Por que a educação moral dos desencarnados é mais fácil que a dos encarnados? Essa questão foi suscitada na Sociedade Espírita de Paris pelo seguinte fato: um jovem cego há 12 anos tinha sido recolhido por um espírita dedicado, que se propôs curá-lo pelo magnetismo, pois os Espíritos haviam dito que isso era possível. Ocorre que o jovem, em vez de se mostrar reconhecido pela bondade do amigo, só teve ingratidão e mau procedimento, dando provas do pior caráter. (Pág. 205.)

159. A enfermidade do rapaz não era incurável, explicou São Luís. Uma magnetização espiritual praticada com zelo, devotamento e perseverança certamente teria êxito, ajudada por um tratamento médico destinado a corrigir seu sangue viciado. Sua visão teria sensível melhora, se os maus fluidos de que estava cercado não opusessem um obstáculo à penetração dos bons fluidos. “No estado em que se encontra – ajuntou São Luís –, a ação magnética será impotente enquanto, por sua vontade e sua melhora, não se desembaraçar desses fluidos perniciosos. É, pois, uma cura moral que se deve obter, antes de buscar a cura física.” (Págs. 205 e 206.)

160. Um retorno sério sobre si mesmo era a única coisa que poderia tornar eficazes os cuidados de seu magnetizador; do contrário, perder-se-ia o pouco de luz que lhe restava e novas provações o acometeriam. Os maus Espíritos que o assediavam só agiam assim porque eram atraídos pela afinidade com os seus maus pendores. À medida que se melhorasse, eles se afastariam e a ação magnética produziria o efeito desejado. (Pág. 206.)

161. A instrução precedente revela um fato importante: o obstáculo oposto, em certos casos, pelo estado moral de um indivíduo à cura dos males físicos. E foi esse fato que motivou a pergunta inicial proposta aos Espíritos na Sociedade Espírita de Paris (veja o item 23). (Pág. 206.)

162. Seis respostas foram obtidas, todas concordantes entre si. A Revue transcreve duas delas, as que foram assinadas por Erasto e Lamennais, que assim se exprimiram: I – Como o desencarnado vê manifestamente o que se passa e os exemplos terríveis da vida, compreende mais rapidamente o que lhe dizem e recomendam. II – A adversidade amadurece o pensamento: é o que se dá com os Espíritos, que veem de perto as consequências de seu passado, o que não ocorre com os encarnados, envolvidos que estão pelas ilusões e quimeras da existência corpórea. III – Entre os encarnados, uns e outros são arrastados pela vida mesma, ao passo que os desencarnados veem, escutam e se arrependem com melhor vontade. IV – Os desencarnados aos quais a matéria não mais impõe suas leis e não mais fornece meios de satisfazer seus maus apetites e, por isso, não têm mais desejos inconfessáveis, são mais aptos a aceitar os conselhos que lhes são dados. (Págs. 206 a 208.)

163. Aludindo à morte de vários companheiros da Sociedade Espírita de Paris, assunto suscitado em reunião realizada em maio, São Luís grafou linda mensagem em que, pedindo que não os lamentassem, informa que novos companheiros viriam em substituição dos que partiam. No final, ele recomenda aos espíritas que estudem de maneira séria e digna a doutrina e, sobretudo, modifiquem o que ainda tragam de imperfeição, porquanto a morada que os aguarda é muito bela, mas é preciso tornar-se digno para habitá-la. (Págs. 208 e 209.)

164. Koenigsfeld, uma comuna de apenas 400 habitantes, situada perto de Villingen, na Floresta Negra, jamais registrou em cinquenta anos de existência um caso qualquer de ofensa às leis, constituindo exemplo de comunidade em que a solidariedade e a caridade imperam. Lamennais diz, em mensagem na Sociedade Espírita de Paris, que a pequena cidade é, em miniatura, o que o mundo poderá ser um dia, quando a caridade for praticada por todos os homens. Kardec concorda e observa que é o egoísmo que causa a maior parte dos males da Terra, porque mata a benevolência, a condescendência, a indulgência e todas as qualidades que fazem o encanto e a segurança das relações sociais. (Págs. 209 e 210.)

165. Tudo – diz o Codificador – está submetido à lei do progresso. Os mundos também progridem física e moralmente e, de mundo de expiação e provas, a Terra tornar-se-á também um mundo feliz, um lugar de repouso para os bons Espíritos, um mundo não mais de punição, mas de recompensa. (Págs. 210 e 211.)

166. Após transcrever carta de um correspondente da Revue, o qual relata alguns casos de aparições espontâneas de Espíritos, Kardec diz que fatos dessa natureza são numerosos e só o Espiritismo dá a respeito deles uma explicação racional. É preciso, porém, cuidado para verificar a sua autenticidade, evitando-se atribuir cegamente aos Espíritos tudo o que ocorre ao nosso redor. (Págs. 211 a 213.)

167. Segundo o periódico “A Patrie” de 18/3/1865, o cardeal Wiseman, que acabara de falecer na Inglaterra, acreditava no Espiritismo. De acordo com o jornal Spiritualist Magazine, o cardeal havia permitido que dois sacerdotes continuassem seus estudos e servissem como médiuns, dizendo-lhes: “Eu mesmo creio firmemente no Espiritismo e não poderia ser um bom membro da Igreja se tivesse a menor dúvida a respeito”. Após desencarnar, valendo-se da sra. Delanne como médium, Wiseman confirmou a informação. Sim, ele fora espírita convicto porque o Espiritismo é a realização de todas as profecias, o desenvolvimento da religião, o esclarecimento dos mistérios, o caminho reto que conduz ao verdadeiro objetivo e à perfeição. (Págs. 213 e 214.)

168. Manifestando-se sobre o assunto, Lamennais adverte: “A religião espiritualista é a alma do Cristianismo: é preciso não esquecer. Em meio do materialismo, do culto protestante e do católico, o cardeal Wiseman ousou proclamar a alma antes do corpo, o espírito antes da letra”. “Essas espécies de coragem são raras nos dois cleros, e é um espetáculo incomum, com efeito, o ato de fé espírita do cardeal Wiseman.” (Pág. 216.) (Continua no próximo número.)


 


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