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Estudando a série André Luiz
Ano 3 - N° 151 - 28 de Março de 2010

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Entre a Terra e o Céu

André Luiz

(Parte 28)

Continuamos a apresentar o estudo da obra Entre a Terra e o Céu, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Que sentimento exteriorizou o enfermeiro Mário Silva ao ver Zulmira e seu filho?

Quando ele penetrou o quarto e viu a mulher que amara apaixonadamente, trazendo o pequenino ao colo, Mário registrou súbita vertigem de revolta. Estranha aflição oprimia-lhe o peito. A volúpia da vingança enceguecia-o. "Zulmira pagar-lhe-ia, caro, a deserção" – pensava, de olhos fixos na mãe do menino enfermo. Contemplando a criança que a dispneia agitava, deu curso a incontida animosidade. Parecia que a odiava de longa data e se surpreendeu com isso. "Como podia detes­tar, as­sim, um inocente com tanta veemência?" (Entre a Terra e o Céu, cap. XXXII, pp. 200 e 201.)

B. As mãos de Mário expeliam escura substância. Que substância era essa?

Clarêncio explicou: "São fluidos deletérios do ódio com que Silva, inconscientemente, procura envolver a infeliz criança; con­tudo, as nossas defesas estão funcionando". O Ministro estabelecera extensa faixa magnética em torno do doentinho, preservando-o contra a influên­cia do visitante. (Obra citada, cap. XXXII, pp. 202 e 203.) 

C. Júlio poderia recuperar-se?

Não. O menino deixaria o corpo em breves horas, pois o futuro dele exigia a frustração do presente. A Vontade Divina – explicou Clarêncio – faz sempre o melhor. De fato, em dado momento, Júlio estremeceu, empalidecendo; descontrolara-se-lhe o coração. O médico auscultou a criança e, logo após, notificou seu pai: "Surgiu o colapso irremediável. Infelizmente é o fim. Se o senhor tem fé religiosa, confiemos o caso a Deus. Agora, so­mente a concessão divina..." (Obra citada, cap. XXXII, pp. 204 a 206.) 

Texto para leitura 

94. Mário revê Júlio com aversão - No hospital, a ficha dizia que um menino atacado de crupe exigia socorro imediato. Mário dirigiu-se en­tão ao endereço da criança e, quando foi recebido por Amaro, não pôde ocultar a perplexidade que o assaltara. Identificado pelo ferroviário, que lhe exprimia gentileza e contentamento, ele tartamudeou alguns mo­nossílabos, desapontado, espantadiço... Se soubesse que era aquela casa, ele teria solicitado um substituto, pois a última coisa que que­ria era reaproximar-se de seus desafetos. Abominava o homem que lhe furtara a noiva e não podia lembrar-se de Zulmira sem se tocar de in­sólita aversão. Por que salvar-lhe o filho, se tinha desejos de in­cendiar-lhe a casa? Algo, entretanto, interferia em suas reflexões. Antonina e os filhos, no culto do Evangelho, tomavam-lhe a tela men­tal. Parecia-lhe ouvir, de novo, a palavra meiga e sincera daquela va­lorosa mulher: "As mãos que curam não podem ferir..." "Um enfermeiro diligente será, sem dúvida, o irmão de todos..." "A vida não termina neste mundo..." "Precisamos desculpar os outros para que os outros nos desculpem..." Percebendo sua hesitação, Amaro solicitou em voz sú­plice: "Entre, Mário! conforta-me reconhecer que receberemos o con­curso de um amigo..." O enfermeiro obedeceu maquinalmente e entrou no quarto, perturbado, lívido. Quando viu a mulher que amara apaixonada­mente, trazendo o pequenino ao colo, registrou súbita vertigem de re­volta. Estranha aflição oprimia-lhe o peito. A volúpia da vingança en­ceguecia-o. "Zulmira pagar-lhe-ia, caro, a deserção" – pensava, de olhos fixos na mãe do menino enfermo. Contemplando a criança que a disp­neia agitava, deu curso a incontida animosidade. Parecia que a odiava de longa data e se surpreendeu com isso... "Como podia detestar, assim, um inocente com tanta veemência?" (Cap. XXXII, págs. 200 e 201) 

95. A força do Evangelho - Pensamentos torturantes tomavam a mente do enfermeiro. A ideia de que Amaro e a esposa sofreriam muito, com a morte do menino, acalentou-lhe o duro propósito de desforço. A felici­dade daquele lar dependia de sua atuação. "E se cooperasse com a morte, auxiliando aquele rebento enfermiço a desaparecer?" Essa per­gunta criminosa traspassou-lhe o pensamento como um estilete de treva. A lembrança do culto evangélico, no lar de Antonina, voltou-lhe, po­rém, à cabeça. As frases que a valorosa mulher proferira em seus co­mentários regressavam-lhe aos ouvidos: "Vale sempre mais o acordo pa­cífico..." "Não devemos nutrir qualquer espécie de aversão..." "Quem ajuda é ajudado..." Os retalhos da palestra edificante eram como que rédeas intangíveis a lhe sofrearem a expansão dos desejos malignos. Zulmira o reconheceu e o cumprimentou. "Mário! – implorou a pobre senhora, agoniada – compadeça-se de nós! ajude-nos! Esperei meu fi­lhinho, suportando os maiores sacrifícios... Será crível deva agora vê-lo morrer?" Lágrimas copiosas seguiram-lhe os soluços, mas o enfer­meiro apresentava soberana indiferença pela dor da mulher que o aban­donara. Seus propósitos eram de vingança, mas o semblante de Anto­nina o dominava, exaltando o perdão. "Se viesse àquela casa na véspera – considerou consigo mesmo –, teria exterminado o petiz sem pie­dade... Recorreria à eutanásia para justificar-se intimamente." Na­quela hora, porém, os princípios evangélicos da fraternidade e da con­ciliação, como pensamentos intrusos, atenazavam-lhe a consciência e, assim, aplicou no enfermo o soro antidiftérico, embora desejasse vê-lo trans­formar-se em veneno destruidor. André reparou então que as mãos de Má­rio expeliam escura substância, mas Clarêncio, pousando a destra sobre o pequenino, mantinha-o isolado de semelhantes forças. (Cap. XXXII, págs. 202 e 203) 

96. Júlio piora e entra em coma - Ante a exteriorização daquele visco ene­grecido, Clarêncio explicou: "São fluidos deletérios do ódio com que Silva, inconscientemente, procura envolver a infeliz criança; con­tudo, as nossas defesas estão funcionando". O Ministro estabelecera extensa faixa magnética em torno do doentinho, preservando-o contra a influên­cia do visitante. Odila estava aflita e perguntou-lhe se Júlio poderia recuperar-se. Clarêncio informou que o menino deixaria o corpo em bre­ves horas, pois o futuro dele exigia a frustração do presente. A Von­tade Divina, elucidou o instrutor, faz sempre o melhor. Como Odila fosse perguntar algo, Clarêncio pediu-lhe que cessasse por enquanto qualquer indagação. Júlio estava a reclamar assistência, vigilância, carinho. Mais tarde, ela saberia de tudo. A interlocutora, mostrando humildade e disciplina, recompôs a expressão fisionômica. Enquanto isso, o enfermeiro fitava o pequeno, como se o hipnotizasse para a morte. Amaro e Zulmira estavam ansiosos. Em dado momento, Júlio estre­meceu, empalidecendo; descontrolara-se-lhe o coração. Examinando-lhe o pulso, Mário, agora aterrado, procurou os olhos do pai, e solicitou em voz menos dura: "Convém a presença imediata do nosso facultativo. Re­ceio um choque anafilático de consequências fatais". (N.R.: Anafilá­tico diz respeito a anafilaxia – aumento da sensibilidade do orga­nismo a uma determinada substância com que esse organismo  já estivera em contato.) Amaro saiu à busca do médico. Uma hora escoou, vagarosa e terrível... Preocupado, o médico auscultou a criança e, logo após, notificou seu pai: "Surgiu o colapso irremediável. Infelizmente é o fim. Se o senhor tem fé religiosa, confiemos o caso a Deus. Agora, so­mente a concessão divina..." Um sedativo administrado em Zulmira com­peliu-a ao repouso. O menino, em coma, respirava com dificuldade. Vendo que a mulher e a filha descansavam, Amaro foi para uma janela próxima e começou a chorar em silêncio. Ao lado da criança agonizante, o enfermeiro, vendo o sofrimento daquele homem, sentiu-se tocado no imo d'alma. Por que lutara contra semelhante inimigo? – pensava agora, ensimesmado. Como pudera ele, Mário Silva, ter sido ali tão cruel? (Cap. XXXII, págs. 204 e 206) (Continua no próximo número.)
 


 


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