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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 149 - 14 de Março de 2010

AMÉRICO DOMINGOS NUNES FILHO
americonunes@terra.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

 

Senhor, o que queres
que eu faça?


Na época do início do cristianismo, vivia, em Jerusalém, um dos mais importantes rabinos daquele tempo, muito conhecido pela sapiência e extrema dedicação aos trabalhos do Tribunal Supremo Judaico (Sanedrim). Era fariseu e doutor da lei. Esse sábio, neto do célebre Hilel, ficou conhecido entre os cristãos primevos por ter livrado da prisão Pedro e os outros discípulos, episódio descrito no livro “Atos dos Apóstolos” (Novo Testamento), capítulo 5, versículos 34 a 39. 

Seu nome era Gamaliel e de seus lábios exteriorizou-se a erudita argumentação de que se os primitivos cristãos obravam através de Deus, seria inútil ir de encontro a eles (Atos 5: 39). 

Pois bem, esse famoso rabino foi preceptor de um jovem promissor, nascido em Tarso, cidade da Cilícia, pertencente à tribo de Benjamin, de nome Saulo, ensinando-lhe o Antigo Testamento e submetendo-o a uma educação eminentemente judaica, respeitando-se os costumes rígidos do farisaísmo. 

Gamaliel possuía vastos conhecimentos e, apesar de ser extremamente zeloso das tradições hebraicas, revelava ser dotado das qualidades da tolerância e da pacificidade, não assimiladas pelo seu ardoroso discípulo, porquanto Saulo de Tarso observava rigorosamente as prescrições legais, com zelo feroz, chegando ao cúmulo de consentir na morte do protomártir Estevão e de outros, como também ao encerrar nas grades muitos cristãos (Atos 8:1 e 3; Atos 26: 10). 

O entusiasta fariseu tornou-se, então, contumaz inimigo dos seguidores de Jesus, arvorando-se no direito vergonhoso de inquisidor religioso, em Jerusalém. Ao mesmo tempo, não satisfeito ainda com a tenaz perseguição exercida na chamada “cidade sagrada”, resolve pedir cartas ao príncipe dos sacerdotes para as sinagogas de Damasco com o fim de prender os cristãos que se organizavam na província da Síria. 

Na estrada, perto da cidade, repentinamente, uma luz brilhante cai sobre ele e seus companheiros, derrubando-os. De imediato, todos se levantaram, exceto Saulo, desde que se achava prostrado por terra. 

Ouviu-se, então, uma voz que, em língua hebraica, dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura cousa é recalcitrares contra os aguilhões”. Respondeu ele: “Quem és tu, Senhor?” O destemido fariseu recebe a seguinte resposta: “Eu sou Jesus a quem persegues” (Atos 9:4-5). 

Imediatamente, o homem pergunta ao Cristo: “Que farei, Senhor?” (Atos 22;10). 

Você, querido leitor destas linhas, já perguntou ao Mestre, Guia e Modelo Maior de toda a humanidade: “O QUE QUERES, SENHOR, QUE EU FAÇA?” 

A resposta, pronta e objetiva, de Jesus poderá ser a seguinte: “Não sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe?” (Lucas 18: 20). 

Ou, então, o Cristo falará ao seu coração, da seguinte maneira: “Negue a si mesmo” (Lucas 9:23), indicando-lhe uma nova caminhada, na qual possa começar a desvencilhar-se, paulatinamente, das algemas do orgulho, do egoísmo, da vaidade e das outras paixões inferiores.     

O QUE QUERES, SENHOR, QUE EU FAÇA? 

Jesus, igualmente, lhe adverte: “Reconcilie-se com o seu adversário, enquanto está com ele a caminho (...) Não sairá da prisão, enquanto não pagar o último ceitil” (Mateus 5: 25-26), alertando-o sobre a valorização de uma encarnação terrena, onde todos os esforços devem ser empregados diante da provação ou da expiação, para que a vitória seja alcançada e possa você libertar-se da pena da tortura do remorso que, na dimensão espiritual, consome com tanta intensidade que parece nunca mais se extinguir e, emblematicamente, apontado no Evangelho como “fogo eterno”. 

O Mestre lhe reafirma o sublime ensinamento reencarnacionista: “Necessário é nascer de novo” (João 3:7). A obrigatoriedade do regresso ao mundo de carne, onde terá a oportunidade do crescimento espiritual, despertando potencialidades, auferindo aptidões e tendo a chance de resgatar o último ceitil, saindo da “prisão”.  

O QUE QUERES, SENHOR, QUE EU FAÇA? 

O Cristo lembra-lhe a respeito da liberdade desfrutada pela criatura divina, outorgada com o livre-arbítrio; porém, submetida a uma ordem legislativa cósmica (Lei de Causa e Efeito): “O que comete erro é escravo do erro” (João 8:34); “Olhe que está curado, não erre mais para não lhe suceder coisa pior” (João 5:14); “Não julgue, para que não seja julgado” (Mateus7: 1); “Com o critério com que julgar, será julgado, e com a medida com que tiver medido lhe medirão também” (João 7:2); “Quem leva para cativeiro, para cativeiro vai” (Apocalipse 13:10); “A cada um segundo as suas obras” (Apocalipse 21:12). 

Jesus lhe exige a prática dos seus ensinos como prova segura da sua “salvação”, ou seja, do seu despertamento espiritual, clamando: “Venha, bendito de meu Pai! Entre na posse do reino que lhe está preparado desde a fundação do mundo, porque tive fome e me deu de comer; tive sede e me deu de beber; era forasteiro e me hospedou; estava nu e me vestiu; enfermo e me visitou; preso e foi me ver” (Mateus 25: 34-36). 

Num momento tão trágico como a separação dos bons dos maus, a assertiva crística e, consequentemente, espírita, se faz presente: “FORA DO AMOR NÃO HÁ SALVAÇÃO”. 

Não é exigida, nesse instante, qualquer filiação religiosa, nem mesmo se alude ao sacrifício do Mestre na cruz. Salvo é aquele que serve ao Cristo na pessoa do próximo.  

O QUE QUERES, SENHOR, QUE EU FAÇA? 

Jesus adverte a todos aqueles que pensam seguir-lhe as pegadas, arvorando-se no direito teórico de legítimos seguidores do Evangelho e que admitem ser adversários dos profitentes de outras crenças: “Nem todo o que me diz ‘Senhor, Senhor!’ entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai...” (Mateus 7:21); “Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em seu nome, e em seu nome não expelimos demônios, e em seu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: ‘Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade’” (Mateus 7:22). 

Assim como Saulo de Tarso, todos são convidados à transformação maior em direção ao aprimoramento espiritual. 

Você, leitor amigo, decida agora seguir o verdadeiro caminho da fraternidade legítima com o Cristo, seguindo-lhe as excelsas pegadas, pegando no arado e não olhando para trás. 

Que hoje se realize o seu encontro maior com Jesus. Que possa ser, assim como foi para o iniciado de Damasco, o momento propício da sua transformação maior e, então, não precisará mais questionar o que fazer e receberá a resposta do Alto, a dizer-lhe: “VÁ, PORQUE EU LHE ENVIAREI PARA OS GENTIOS” (Atos 9:15).  

Disposto a servir ao Cristo na pessoa do próximo e desejoso de alçar voos mais amplos, você, estimado irmão, “não estará mais perdido, porquanto foi achado” (Lucas 15:24), tornando-se, através do exercício amplo da caridade (amor em ação), instrumento escolhido por Jesus. 

Que a mesma luz que brilhou em Damasco sobre o valoroso Paulo de Tarso lhe ilumine os passos e clareie o caminho que trilha, diante do Infinito.


 


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