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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 148 - 7 de Março de 2010

LUIS ROBERTO SCHOLL 
robertoscholl@terra.com.br
Santo Ângelo, Rio Grande do Sul (Brasil)
 

A chave do céu

“O Espiritismo contribuirá para a reforma da humanidade pela caridade." -
 Allan Kardec, Revista Espírita/1866.

 
Ao considerarmos que a origem e destino de tudo vêm de Deus, percebemos que esse laço une, não só as criaturas a Ele, mas também entre si, submetendo-as a um trabalho de avanço comum através da lei de solidariedade universal. Esse princípio de solidariedade de que todos fomos dotados, se expressa na forma de sensibilidade que nos leva a compartilhar os problemas alheios, ter compaixão de suas dores e procurar aliviá-los. O grau de sensibilidade varia de indivíduo a individuo, dando a compreender que, quanto mais evoluído o ser, mais solidário ele é. 

Ao consagrar a máxima “ama ao teu próximo”, Jesus instituiu como dever, necessário e rigoroso, a prática da caridade. Como expressão máxima de solidariedade “a caridade é ato de nossa submissão à lei de Deus; é o sinal de nossa grandeza moral; é a chave do céu, como bem lembra Lacordaire¹. 

Ninguém que tenha um sentimento de espiritualidade nega o princípio da solidariedade, mas, grande parte procura se esquivar de sua prática, especialmente quando é necessária no seu aspecto material e para isso invoca alguns pretextos: 

1º) Alegando que as coisas do coração ou do espírito são mais importantes que as coisas materiais, procuram somente consolar aflições por palavras e conselhos úteis, sem atentar para os consolos materiais.  

Com certeza, se a causa for moral é no coração que iremos auxiliar; mas se for a fome, o frio, a doença, ou seja, se as causas forem materiais, não serão doces palavras que irão acalmá-las. 

Deus, o Ser supremo, coloca ao homem na Terra o socorro dirigido à nossa alma e o socorro dirigido ao nosso corpo. Ligou-nos à Sua paternidade para que pudéssemos praticar a lei de caridade uns para com os outros. É somente porque o egoísmo fala mais alto que o homem não exerce esse sagrado dever de solidariedade. 

Um pensador refletiu: “Cada abelha tem o direito à porção de mel necessária à sua subsistência; e se entre os homens a alguns falta o necessário, é que a justiça e a caridade desapareceram no meio deles”. 

2º) A impossibilidade de descobrir as reais necessidades em meio a tantas necessidades simuladas é outra justificativa. 

Essa explicação não tem sansão da nossa consciência. Por ser a caridade um dever de quem tem condições, ela se torna um direito do necessitado. Para conhecer as necessidades reais do próximo, se torna imperioso sair do comodismo do conforto e ir ao encontro das carências do necessitado. Como a caridade é infinita como Deus, do qual emana, não admite nenhuma outra possibilidade. Pode se enganar o mundo por logo tempo, momentaneamente a consciência, mas jamais se enganará a Deus.  

Tudo aquilo que desprezarmos nessa existência, sofrer-se-á consequencias no futuro; quando poderá ser o necessitado e receber o mesmo desprezo do egoísmo. 

3º) Desconhecer a medida do que dar é a terceira justificativa. Afinal, o que me pertence e o que deve ser distribuído para aliviar os mais carentes? 

“Do vosso patrimônio como do vosso trabalho, só uma coisa vos é permitido tirar em vosso proveito: o necessário; o resto cabe aos pobres. Eis a lei.” Novamente é Lacordaire quem alerta, reforçando que o necessário deve ser medido sem exageros. 

E quanto à família? A família e os filhos são os nossos primeiros necessitados e é a eles que devemos atender em primeiro lugar. Velar pelo futuro dos filhos, proporcionar dias calmos e tranquilos, deixar-lhes uma pequena herança, se possível, que lhes permita continuar o bem que se começou, é legítimo, e fazem parte das ocupações da paternidade. Mas jamais através do exagero devem ensiná-los a viver egoisticamente, somente para si.  

De acordo com a hierarquia dos instintos do coração, atender também aos genitores em suas necessidades, aos irmãos da carne, aos amigos queridos e, na sequência, todos os pobres, a começar pelos mais carentes. 

Ter muito cuidado para não favorecer demasiadamente a uns com exclusão dos outros. Partilhando equitativamente os benefícios é que se demonstra sabedoria e cumprimento da lei divina de solidariedade em relação ao próximo. 

O grande Rousseau afirma: “Para mim sei que todos os pobres são meus irmãos e que não posso, sem uma injustificável dureza, lhes recusar o fraco socorro que me pedem. Na maior parte são vagabundos, concordo. Mas conheço demais as penas da vida para ignorar por quantas desgraças os homens honestos podem encontrar-se reduzidos em sua sorte. E como poderia eu estar seguro de que o desconhecido que vem implorar assistência em nome de Deus talvez não seja esse homem honesto, prestes a perecer de miséria, e que a minha recusa vai reduzir ao desespero? Quando a esmola que se lhes dá não é para eles um socorro real, seria, ao menos, um testemunho de que se é solidário com suas penas, um abrandamento à dureza da recusa, uma espécie de saudação que se lhes faz.” 

Tal é o pensamento do filósofo do século XVIII que, temendo ignorar um homem honesto, dá a todos, pois considera todos como irmãos. 

“A caridade é uma bela e doce vida, é a vida dos santos, é a chave do céu.” 

 

Referência:

¹ KARDEC, Allan. Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos. Ano VIII – 1865, agosto. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2004.   



 


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