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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 148 - 7 de Março de 2010

LEDA MARIA FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)
 

Liberdade! Libertação!

 
O conceito de liberdade faz supor que ela seja algo fora e acima de nós, ideia mais ou menos presente na consciência coletiva do homem quando, desejoso de voar, construiu asas de cera. É Ícaro representando essa humanidade. Essa mesma ideia encontramos também nos desejos de velocidade, de mergulho em profundezas oceânicas ou, simplesmente, na vontade de sentir o vento batendo no corpo. A sensação, em todos os casos, é física. Algo exterior a nós que desejamos conquistar. 

Podemos pensar, ainda, lembrando Joanna de Ângelis5, que outras ambições humanas associam-se a esse conceito, quais sejam: ver-se livre do jugo, da opressão de qualquer natureza, dos muitos impositivos que esmagam os sentimentos, do cerceamento à livre movimentação, da necessidade de segurança e apoio... 

Todavia, liberdade é mais um estado consciencial do que sensorial, caracterizando a individualidade do Ser, na sua maneira de ser, agir, expressar-se diante dos outros, estabelecendo, assim, as relações com Deus e com o próximo. 

Na questão 833, de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta se há no homem alguma coisa que escapa a todo constrangimento e pela qual ele desfruta de uma liberdade absoluta. E os Espíritos respondem que “é no pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque não conhece entraves. Pode-se deter-lhe o voo, mas não aniquilá-lo”. Estabelece-se, assim, no nosso entender, que somente o próprio homem, através do seu pensamento, determina se é ou não livre e que não depende de sistema político, social, econômico ou religioso a “sensação” de liberdade. Sob esse ponto de vista, enquanto o homem estiver preso a interesses materiais, amarrado às imperfeições morais que lhe balizam as reencarnações, ele não se sentirá liberto. Ele próprio se fixa, cada vez mais, à matéria e à consequente escravidão que se impôs, através do egoísmo, do orgulho, da vaidade, da ambição etc. São as amarras psicológicas que o mantêm escravo de si mesmo. 

É no cerne dessas viciações e imperfeições que se encontram homens e mulheres, grupos e nações lutando para escravizarem outros homens, outras mulheres, grupos e nações, esquecidos de que o movimento da libertação chega, pois renascem Espíritos lúcidos que apontam os caminhos para ela. E o maior deles foi, é e será sempre Jesus. 

Daí a importância da autolibertação. Autolibertar-se não significa fazer tudo quanto achar necessário e conveniente à conservação e ao desenvolvimento de sua vida, pois que essa liberdade não é absoluta. O homem vive em sociedade e tem o dever de respeitar esse mesmo direito em cada um, conforme lembra Kardec. 

A evolução do homem, através do desenvolvimento intelectual e moral, propicia os recursos necessários para que ele conquiste essa liberdade. Mas, atenção, pois quanto maior for o conhecimento, maior será a liberdade e, consequentemente, maior deverá ser a nossa vigilância em relação às nossas escolhas. Se o pensamento é livre, então o homem é responsável por ele perante Deus. Isto é fato, pois não ignoramos que pensamento é energia que se plasma, e o homem é responsável pela emissão e absorção dessa energia, podendo trazer desajustes para si e para os outros. A escolha é sempre nossa e os resultados dela advindos também. 

A questão 843, na obra supracitada, confirma nossa colocação. Pergunta Kardec: “O homem tem livre arbítrio dos seus atos?” Os Espíritos Superiores respondem: “Visto que ele tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem livre-arbítrio o homem seria uma máquina”.    

Martins Peralva, no seu livro “O Pensamento de Emmanuel”¹, lembra que o Espiritismo assegura que: 

- pelo uso do livre-arbítrio, a alma fixa seu destino, prepara suas alegrias e dores; 

- o destino é resultante das vidas sucessivas, de nossas próprias ações e livres resoluções; 

- a liberdade e a responsabilidade são correlatas no Ser e aumentam com sua elevação; 

- fatalidade (determinismo) e livre-arbítrio coexistem nos mínimos ângulos de nossa jornada planetária. 

O autor explica essa colocação na página 201, lembrando que, antes de reencarnar, o Espírito escolhe a família, o meio social e as provas (moral e/ou física) por que tenha de passar, usando seu livre-arbítrio, tendo em vista situações pretéritas vividas. Segundo a maneira como se comporta diante disso, o Espírito cria um “quadro de resgates” para o futuro: é o determinismo relativo. Esse quadro pode sofrer alterações, não essenciais, em função da Misericórdia Divina e dos próprios méritos do Espírito. Portanto, o livre-arbítrio é relativo – relativo à posição ocupada pelo homem na escala de valores espirituais. 

Léon Denis, reportando-se ao livre-arbítrio, declara: “O primeiro uso que o homem fizesse da liberdade absoluta seria para afastar de si as causas de sofrimento e para assegurar, desde logo, uma vida de felicidade”. Esse conceito exalta a Sabedoria Divina ao graduar o livre-arbítrio, por cujo uso o homem pode fugir das provas ou superá-las. Conclui-se, portanto, com o Espiritismo: 1- O homem não é absolutamente livre, nem determinado por fatores biológicos ou sociais - como produto do meio; 2 - O homem subordina-se ao livre-arbítrio relativo e ao determinismo relativo. Enquanto a escolha está no campo das ideias, o homem é livre; mas, uma vez feita a escolha, ele se subordina à Lei de Ação e Reação. 

Recorda Joanna de Ângelis que “a libertação física do jugo hediondo de dominadores humanos é mais fácil do que aquela que se refere aos vícios e às dependências morais danosas, porquanto, o escravo pode, perfeitamente, realizar-se no mundo interno, pensando, construindo sentimentos, mesmo que dependente do senhorio...” porque “ao Espírito está destinada a glória solar. Alcançá-la é a meta oferecida pelas reencarnações, por cujas experiências burila os sentimentos, ilumina os conhecimentos, supera os limites. (...) Libertar-se das amarras internas, a fim de que o solo do coração reverdeça, ensejando flores e frutos de misericórdia e amor, tornando-se seara de luz, constitui a razão de uma existência lúcida e operosa”. 

A responsabilidade, no entanto, não é igual para todos e, em consonância com a justiça divina, temos: “Ao que mais recebeu, mais será exigido”. Isso vale dizer que o homem com menor evolução espiritual não saberá escolher com segurança entre o bem e o mal. 

Em conclusão: O homem é um Espírito imortal criado por Deus para ser feliz. Se não o é, é porque não age em harmonia com as leis divinas e traz para si a dor e o sofrimento. “Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes, e não vos dobreis novamente ao jugo de escravidão”, lembra-nos o amado Apóstolo dos Gentios. 4

 

Referências

1 – PERALVA, Martins – O Pensamento de Emmanuel – [psicografado por] F.C.Xavier- FEB- Rio de Janeiro/RJ – 4ª ed., Cap. 32, pg.200 e 201.

2 - EMMANUEL (Espírito) – Palavras de Vida Eterna – [psicografado por] F.C.Xavier – CEC – Uberaba/MG – 17ª ed., 1995 – Lição 27.

3 - _____________________ Fonte Viva – [psicografado por] F. C. Xavier – FEB – Rio de Janeiro/RJ – 31ª ed., 2005 – Lição 47.

4 – PAULO. Gálatas, 5:1.

5 – JOANNA DE ÂNGELIS (Espírito) – O Amor como solução – [psicografado por] Divaldo P. Franco – LEAL – Salvador/BA, 2006 – Cap. 7. pp.51-57. 



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita