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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 147 - 28 de Fevereiro de 2010

LEONARDO MARMO MOREIRA
leonardomarmo@gmail.com 
São José dos Campos, São Paulo (Brasil)

 

Polêmicas espíritas
 

A Doutrina Espírita constitui uma estrutura científico-filosófico-religiosa extremamente coerente, interdependente e interrelacionada, tendo na Codificação Kardequiana seu alicerce teórico e orientador em termos de metodologia e desenvolvimento. Por outro lado, o Espiritismo não se restringe às obras da chamada “Codificação”, implicando que o Espiritismo começa com as obras organizadas por Allan Kardec, mas não é “concluído” nessas obras. Em outras palavras, a Doutrina Espírita evolui com o passar do tempo através da contribuição dos estudiosos dos dois planos da vida, uma vez que sendo ciência não dispensa a pesquisa e o contínuo estudo de todos os seus adeptos. E é justamente devido a tais critérios rigorosos que o Espiritismo é conhecimento como a Terceira Revelação, uma vez que representa a busca constante pela “Verdade”, ou seja, pelo conhecimento das “Leis Universais de Deus” em suas mais variadas manifestações. Essa característica, aliás, constitui um dos grandes méritos conceituais do Espiritismo em relação a outras correntes de pensamento, principalmente no meio religioso, pois a Doutrina Espírita não está encarcerada em um determinado “livro sagrado” ou em uma interpretação do passado que tenha recebido a classificação de infalível por homens tão falíveis quanto nós mesmos. Como toda ciência, está sempre reavaliando e expandindo conceitos básicos e ampliando implicações destes conceitos através de nuances cada vez mais profundas e explicativas com relação à Vida. 

Vale lembrar a Codificação Kardequiana para frisar que “o Espiritismo é de origem espiritual através do trabalho dos encarnados”, o que ressalta que o trabalho de cada estudioso da Doutrina é muito importante na decodificação das informações oriundas do mundo espiritual. De fato, temos no Mestre Lionês o exemplo indelével da relevância do papel do estudioso encarnado face às informações de natureza espiritual. Ademais, a chamada “Universalidade do Ensino dos Espíritos”, associada à confirmação adicional da Ciência Humana, constitui-se em um critério que exige profundo domínio das bases doutrinárias, sob pena de que diferentes médiuns, sendo igualmente instrumentos de informações equivocadas, corroborem-se mutuamente, dando origem a supostos “novos avanços doutrinários”, os quais poderiam implicar em grandes equívocos à luz da Verdade. Até por que a própria ciência humana está sujeita às contradições, controvérsias e preconceitos, inerentes ao pensamento humano. 

Assim sendo, surge a antiga questão concernente às chamadas “Polêmicas” no meio espírita. Seria lícito fomentá-las? As discussões em torno de temas mais complexos ou que ensejariam diferentes opiniões seria algo válido para o desenvolvimento do movimento espírita ou deveriam ser evitadas devido aos riscos de gerar cisões e cismas perfeitamente dispensáveis ao nosso movimento?

Partindo-se do pressuposto de que ninguém é dono da verdade e de que nem mesmo o extraordinário Codificador do Espiritismo se colocou próximo a essa condição, fica a dúvida: “O que fazer para que caminhemos verdadeiramente para a Verdade?”. Um guia seguro para respondermos a essa questão pode ser obtido através da orientação do Espírito de Verdade a todos nós espíritas, conforme O Evangelho segundo o Espiritismo: “Espíritas, amai-vos! Este é o primeiro mandamento. E Instruí-vos! Este é o segundo”.  

Em primeiro lugar, todas as relações entre os confrades espíritas deveriam ser pautadas pela sinceridade na Fé, humildade no reconhecimento dos eventuais erros doutrinários, troca fraterna de informação e conhecimento, apoio recíproco nos trabalhos visando ao bem coletivo, sobretudo à Divulgação Doutrinária, independentemente de diferenças de opiniões pessoais. Basicamente, essa análise nos forneceria uma breve noção do primeiro mandamento aplicado às atividades doutrinárias. 

Com relação ao segundo mandamento, fica evidente a necessidade constante de estudo individual e coletivo e sistemática reavaliação dos princípios doutrinários fundamentais e de seus eventuais desdobramentos. Ora, esse processo, como ocorre com quaisquer ciências, pressupõe troca de informações, análises críticas e, eventualmente, discordâncias, pois a Fé Espírita não é cega, mas raciocinada, o que está evidentemente ratificado por suas bases científicas. Entretanto, nem sempre raciocinamos com lógica ou com um conhecimento global do contexto em que está inserido determinado evento de relevância espírita. Além disso, nem sempre temos um número de eventos detalhados suficientemente para inferir generalizações. 

Logo, apesar de termos a consciência de que a Doutrina Espírita representa a luz da Verdade em nosso planeta, sem o estudo sistemático, incluindo os inevitáveis debates a ele associados, jamais assimilaremos individualmente essa luz e muito menos contribuiremos para uma adequada Divulgação Espírita, a qual, segundo Emmanuel, é a maior caridade que podemos fazer pelo Espiritismo. De fato, o próprio Léon Denis assevera que “O Espiritismo será aquilo que os Espíritas fizerem dele”. Fica evidente que o “Apóstolo do Espiritismo” está analisando muito mais o Movimento Espírita do que a Doutrina Espírita propriamente dita. Entretanto, fragilidades no Movimento Espírita repercutem negativamente na Divulgação Doutrinária, de maneira que conceitos equivocados do ponto de vista espírita podem se tornar “pregações usuais” no nosso meio. Tal afirmação de León Denis também denota que por mais elevada que a proposta espírita seja, ela estará sempre submetida ao trabalho de nós espíritas e ao nosso livre-arbítrio, como, aliás, ocorre com todas as coisas da vida. 

Allan Kardec, em Revista Espírita, é bastante fiel ao seguinte princípio: “Nós debateremos, mas não disputaremos”. Essa proposta deve ser sempre respeitada para que o bom senso ajude a melhoria doutrinária de cada adepto do Movimento Espírita minimamente interessado em acessar informações fidedignas. Assim sendo, dentro dos limites do amor, da educação, da fraternidade e do ideal superior que a todos nos une, não debater questões doutrinárias mais complexas seria estagnar o conhecimento doutrinário, pelo menos para grande número de adeptos e, conseguintemente, nivelar por baixo o discernimento dos espíritas de uma forma geral. Devemos nos esforçar para que o crescimento do número de adeptos do Espiritismo, que vem ocorrendo sistematicamente em nossa sociedade, não signifique necessariamente o aumento da superficialidade doutrinária dos mesmos, fenômeno comum a movimentos religiosos de massa, que não é o caso do Espiritismo.

 
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita