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Estudando a série André Luiz
Ano 3 - N° 141 – 17 de Janeiro de 2010

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Entre a Terra e o Céu

André Luiz

(Parte 18)

Continuamos a apresentar o estudo da obra Entre a Terra e o Céu, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Segundo Irmã Clara, a cólera deve ser sempre evitada. E a indignação?

Após dizer que a cólera, pelas perturbações que gera, nem deve ser cogitada por aquele que fala às pessoas, Clara foi interpelada por um de seus alunos: "E se substituíssemos o termo cólera pelo termo indignação?" Ela pensou alguns instantes e respondeu: "Efetivamente, não poderíamos completar os nossos apontamentos, sem analisar a indignação como estado dalma, por vezes necessário. Naturalmente é imprescindível fugir aos excessos. Contrariar-se alguém a propósito de bagatelas e a todos os instantes do dia será baratear os dons da vida, desperdiçando-os, de modo inconsequente, sem o mínimo proveito para si mesmo ou para os outros”. (Entre a Terra e o Céu, cap. XXII, págs. 138 e 139.)

B. Em que situação a indignação é aceitável?

Aludindo ao tema, Clara disse que a serenidade, em qualquer situação, será sempre a melhor conselheira, mas, às vezes, a indignação é necessária para marcar nossa repulsa contra os atos deliberados de rebelião ante as Leis do Senhor, sem que essa elevada tensão de espírito se arroje à violência ou perca a dignidade de que fomos investidos. Nosso exemplo é um fulcro de atração, motivo por que precisamos muita cautela com a palavra, nos momentos de tensão alta de nosso mundo emotivo, para que nossa voz não se desmande em gritos selvagens ou em considerações cruéis que não passam de choques mortíferos que infligimos aos outros. (Obra citada, cap. XXII, págs. 139 e 140.) 

C. Que efeitos pode gerar o ciúme que não conseguimos erradicar de nossa vida?

O ensinamento também neste caso veio de Irmã Clara, que assim se dirigiu a Odila, a falecida esposa de Amaro: "Odila, o ciúme que não destruímos, enquanto dispomos da oportunidade de trabalhar no corpo denso, transforma-se em aflitiva fogueira a calcinar-nos o coração, depois da morte”. (Obra citada, cap. XXIII, pp. 143 e 144.)

Texto para leitura

64. A questão da indignação - Após dizer que a cólera, pelas pertur­bações que gera, nem deve ser cogitada por aquele que fala às pessoas, Clara foi interpelada por um de seus alunos: "E se substituíssemos o termo cólera pelo termo indignação?" A instrutora pensou alguns ins­tantes e respondeu: "Efetivamente, não poderíamos completar os nossos apontamentos, sem analisar a indignação como estado dalma, por vezes necessário. Naturalmente é imprescindível fugir aos excessos. Contra­riar-se alguém a propósito de bagatelas e a todos os instantes do dia será baratear os dons da vida, desperdiçando-os, de modo inconse­quente, sem o mínimo proveito para si mesmo ou para os outros. Imagi­nemos a indignação por subida de tensão na usina de nossos recursos orgânicos, criando efeitos especiais à eficiência de nossas tarefas. Nos casos de exceção, em que semelhante diferença de potencial ocorre em nossa vida íntima, não podemos esquecer o controle da inflexão vocal. Assim como a administração da energia elétrica reclama atenção para a voltagem, precisamos vigiar a nossa indignação principalmente quando seja imperioso vertê-la através da palavra, carregando a nossa voz tão-somente com a força suscetível de ser aproveitada por aqueles a quem endereçamos a carga de nossos sentimentos. É indispensável mo­dular a expressão da frase, como se gradua a emissão elétrica..."

Irmã Clara prosseguiu dizendo que nossa vida pode ser comparada a grande curso educativo, em que damos e recebemos, ajudamos e somos ajudados. A serenidade, em qualquer situação, será sempre a melhor conselheira, mas, às vezes, a indignação é necessária para marcar a nossa repulsa contra os atos deliberados de rebelião ante as Leis do Senhor, sem que essa elevada tensão de espírito se arroje à violência ou perca a dig­nidade de que fomos investidos. Basta, dentro dela, nossa abs­tenção de atos que intimamente reprovamos, porque nossa atitude é uma corrente de indução magnética. Em torno de nós, quem simpatiza conosco faz ge­ralmente aquilo que nos vê fazer. Nosso exemplo é um fulcro de atra­ção, motivo por que precisamos muita cautela com a palavra, nos momen­tos de tensão alta de nosso mundo emotivo, para que nossa voz não se desmande em gritos selvagens ou em considerações cruéis que não passam de choques mortíferos que infligimos aos outros.

Ato contínuo, Clara respondeu a uma pergunta sobre a gaguez e a diplofonia, esclare­cendo que, sem dúvida, os órgãos vocais experimentam também lutas e pro­vações quando reclamam reajuste. (N.R.: Diplofonia é uma patologia ca­racterizada pela formação simultânea de dois sons na laringe.) Consi­derando que, por intermédio da voz, praticamos vários delitos de tira­nia men­tal, cabe-nos, através dela, reparar os débitos contraídos – asseverou a instrutora. (Cap. XXII, págs. 138 a 140) 

65. Efeito da prece - Em casa de Amaro, a paisagem não se alterara. Odila continuava a atormentar Zulmira, que jazia no leito, apática e desolada, como estátua viva de angústia e medo... Irmã Clara, aten­dendo ao pedido de Clarêncio, ali estava para esclarecer a infeliz mulher. Abeirando-se da genitora de Evelina, que não lhe percebia a presença, alongou os braços em prece. Gradativamente, o recinto foi invadido por vasto círculo de luz, do qual se fizera a instrutora o núcleo irradiante. Cercava-a enorme halo de dourado esplendor... As irradiações passaram, em sequência, a tonalidades diferentes, em cír­culos fechados sobre si mesmos, caminhando dos reflexos de ouro e opala ao róseo vivo, deste ao azul celeste, daí ao verde claro e, por fim, ao violeta suave, que se transfundia em outros aspectos inacessí­veis à observação de André. Clara parecia o centro de milagroso arco-íris, cuja existência jamais André pudera vislumbrar. Odila aquietou-se do­minada por branda coação. Clara já havia atingido, conforme Cla­rêncio explicou, o total equilíbrio dos centros de força, que irradia­vam on­dulações luminosas e distintas. "Em oração, ao influxo da mente enal­tecida, emite as vibrações do seu sentimento purificado – infor­mou o Ministro –, que constituem projeções de harmonia e beleza a lhe fluí­rem do ser". Se eles partilhassem com ela a mesma posição evolu­tiva, veriam que de seu coração nascia uma mensagem glorificada, de vez que aquelas irradiações constituíam, na verdade, música e lingua­gem, sabe­doria e amor do pensamento a expressar-se maravilhoso e vivo... Clara, transfigurada, parecia mais bela e, com um leve toque, ampliou-lhe a visão espiritual, permitindo que a primeira esposa de Amaro a visse. (Cap. XXIII, págs. 141 e 142) 

66. Quem ama semeia a vida - Ofuscada pelo brilho de Clara, Odila deu um grito e  começou a chorar, suplicando:  "Anjo de Deus, socorre-me! socorre-me!..."

Clara perguntou-lhe: – "Odila, que fazes?" – perguntou-lhe Clara.

– "Estou aqui, vingando-me por amor..."

– "Haverá, porém, algum ponto de contacto entre amor e vingança?"

– "Devo alijar a intrusa que me assaltou a casa! Esta miserável mulher tomou-me o marido e assassinou-me o filhinho!... Quem ama faz justiça pelas próprias mãos!..."

– "Pobre filha! Quem ama semeia a vida e a alegria, combatendo o sofrimento e a morte... Quando nosso culto afetivo se converte em flagela­ção para os que seguem ao nosso lado, não abrigamos outro sentimento que não seja aquele do desvairado apego a nós mesmos, na centralização do egoísmo aviltante. Achamo-nos à frente de infortunada irmã, arrojada a dolorosa prova. Não te dói vê-la derrotada e infeliz?"

– "Ela desposou o homem que amo!..."

– "Não seria mais justo considerar que ele a des­posou?"

Ao dizer isto, Clara acariciou-lhe a cabeça e aduziu: "Odila, o ciúme que não destruímos, enquanto dispomos da oportunidade de tra­balhar no corpo denso, transforma-se em aflitiva fogueira a cal­cinar-nos o coração, depois da morte. Acalma-te! A mulher de carne, que eras, precisa agora oferecer lugar à mulher de luz que deves ser. A porta do lar terrestre, onde te supunhas rainha de pequeno império sem fim, cerrou-se com os teus olhos materiais! A passagem na Terra é um dia na escola... Todos os bens que desfrutávamos no mundo de onde vie­mos constituíam recursos do Senhor que no-los concedia a título precá­rio. Por lá, raramente nos lembramos de que o tesouro do carinho do­méstico é algo semelhante a sementeira preciosa, cujos valores deve­mos estender..." Clara disse-lhe então ser preciso desenvol­ver a obra de amor no rumo da Humanidade inteira, não apenas no lar: "Temos um só Pai que é o Senhor da Bondade Infinita, que nos centra­liza as esperan­ças... Somos, assim, todos irmãos, partes integrantes de uma família só... Já te imaginaste no lugar de Zulmira, experimen­tando-lhe as di­ficuldades e aflições? Se te visses no mundo, sem a companhia dele, com os filhinhos necessitados de consolo e sustentação, não sentirias reconhecimento por alguém que te auxiliasse a protegê-los?" Odila, evidenciando sinais de angústia, replicou: "Não me fales assim! odeio a infame que nos roubou a felici­dade..." (Cap. XXIII, pp. 143 e 144) (Continua no próximo número.)
 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita