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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 138 - 20 de Dezembro de 2009

MARIA ENY ROSSETINI PAIVA
menylins@terra.com.br
De Lins, São Paulo (Brasil)
 

Amor – afeto incondicional sem doações limitadoras


 “A lei do amor... deverá um dia matar o egoísmo sob qualquer forma em que ele se apresente. Pois, além do egoísmo pessoal, há ainda o egoísmo de família, de casta, da nacionalidade.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, item 9, Capítulo XI, terceiro parágrafo final.) 

– Repentinamente tudo mudou, dizia a jovem cujos olhos brilhavam de contentamento. Todos os meus parentes passaram a me tratar com consideração. 

A colega de trabalho, curiosa, indagou:

– A que se deve semelhante compreensão dos parentes? 

– À minha mudança, minha reforma íntima. Conversando com o guia espiritual Irmã Hermione, ela me fez ver que era eu a culpada dos desentendimentos que existiam em minha família e que se eu amasse meus irmãos, mãe e pai, eles me amariam. 

– Que bom! Então, seu pai alcoolista, sua mãe que não faz o serviço, seus irmãos que usam seus pertences sem pedir autorização, que vivem implicando com você mudaram essa forma de agir? 

– Claro que não! São Espíritos imaturos e infantis que me cumpre compreender e aceitar, uma vez que não nasci naquela casa por acaso. 

– Entendo! Quando você parou de sofrer porque eles a usam, porque não cumprem suas obrigações e deixou de reclamar, a paz voltou ao seu coração e à sua vida. É isso? 

– Veja, aprendi com a irmã Hermione que o amor transforma e estou vendo isso, com meus próprios olhos. O Espírito Hermione fez-me ver que a revolta não leva a nada. Tenho que aceitar as pessoas e amá-las como são. Tocadas pelo imenso amor, que esse Espírito iluminado me fez descobrir em mim, tudo se transforma. 

– Bem, parece-me que o que se transformou foi apenas você. Você deixou de reagir, encerrou as cobranças, desenvolveu o carinho e permite que cada um viva como quer.  

Giane ouvia a amiga, com respeito. Espírita convicta, explicara à amiga que seu Espírito vivia aquela situação na família tão desajustada para aprender a ser independente. Viver livre da aprovação e do afeto de pessoas tão egoístas era a lição de sua vida.  Esse o desafio, o teste desta sua encarnação. Tentou explicar-lhe que, frequentemente, situação difícil é experiência sem origem em faltas passadas. Muitas vezes nós as solicitamos para testar nosso Espírito. (1) Estudasse, alcançando sua independência financeira. Criasse sua vida própria, seus objetivos, suas amizades. Orientava: é difícil aceitar o desamor, no entanto, aceite, é essa a sua lição de vida. Viva feliz sem eles, não os odeie. Ampare-os dentro do possível, mas não os deixe abusar de seus direitos. Liberte-se e ame-os. Não permita que invadam sua vida, limite-os.   

Ao que levaria esse “amor submissão, aceitação passiva, resignação” diante da exploração e do desrespeito? 

A resposta evidente: à maior exploração e mais desrespeito

Ainda tentou: 

– Lembra-se de como conversamos que o amor verdadeiro auxilia as pessoas a crescerem, a assumirem suas responsabilidades e respeitarem a si e aos outros? Essa forma de amar, não os estará limitando? 

– Mas irmã Hermione me mostrou que há um amor além e superior a todos. O amor de Cristo, que é toda doação incondicional ao outro, independente do que ele faça. 

Luíza ia argumentar, precisava relembrar a Lucila quanto haviam conversado sobre amor, como haviam concordado que o amor realmente era incondicional, mas, não, doação incondicional. No entanto, seu olhar passeou pelo rosto da amiga e atrás dele viu claramente, em outra dimensão, sua amiga espiritual, Lena. Tranquilamente, Lena observou: 

– Veja a alegria com que sua colega demonstra as velhas convicções que estão arraigadas na visão cristã das diferentes religiões, revestindo-as da autoridade do Espírito Hermione. Tudo o que fizermos será inútil. Ela está fascinada pela orientação contrária ao que sempre procuramos passar, eu e você... 

Luíza, mentalmente, argumentou: 

– Tudo o que dissemos, conversamos e demonstramos em muitos casos práticos, onde ficou? Por que ela voltou aos velhos códigos morais, católicos de submissão e sacrifício pelos desequilibrados? Conversamos que Jesus ensinava o empenho, a renúncia e o sacrifício pelo Reino. Nunca pregou a submissão ao outro em nome do amor. 

– A liberdade é uma conquista que exige muita coragem. Por enquanto, Lucila estima o ganho que obtém com o afeto interesseiro. A sensação de ser boazinha traz-lhe prazer maior do que a sensação de liberdade. Não suporta a independência e a desilusão de quem descobre que nunca foi amada. Entenda e aceite, assim sofrerá menos. 

– Ela, porém, sofrerá muito...  

– No entanto, foi a escolha que pôde fazer. Entenderá quando o sofrimento, a colheita de ingratidão, de desprezo, de falso carinho pesarem muito. Quando a solidão, embora com eles, tornar-se insuportável, ela tentará novos caminhos. Espere. Enquanto isso vá fazendo suas observações, sem muita esperança de que ela entenda.  

Luíza respirou fundo. Sorriu. A amiga continuava falando, falando, quase que hipnotizada pela ilusão religiosa a que se atinha. Hermione, a orientadora, Espírito talvez bondoso, mas sem real sabedoria, destruía um trabalho de libertação de muitos meses.   

Aguardou que a outra terminasse e simplesmente considerou: 

– Vejo, Lucila, que você encontrou novo caminho. Gostaria que você me mantivesse informada das mudanças que conseguiu com ele em seu lar. Dentro de alguns meses me diga como se sente caminhando assim.  

 

Referência:

(1) A Gênese. Cap. XI – item 26 e Cap. V- item 9.




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita