GERSON SIMÕES MONTEIRO 
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Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 

Por que é difícil nos conhecermos?
 

Para respondermos a esta pergunta, é evidente que precisamos conhecer a nossa personalidade e, para isso, vamos dividi-la em quatro partes: a primeira delas é aquela que conhecemos sem dificuldade. São as nossas características, habilidades, maneiras de falar etc... Ela também é conhecida das pessoas que convivem conosco no dia-a-dia. Já a segunda parte é aquela da qual temos pleno conhecimento, mas é desconhecida dos outros, isto é, dos parentes, amigos e colegas, pois escondemos os nossos pensamentos secretos. Por isso, ao fazermos referência a alguém, dizemos: “Ele é um lobo vestido em pele de cordeiro”. 

É curioso que a terceira parte da nossa personalidade nós mesmos não conhecemos, e é por isso que não enxergamos os nossos defeitos. No entanto, se por um lado nós a desconhecemos, por outro, ela é vista com facilidade pelas pessoas que nos cercam. Eis por que muita gente vê os nossos defeitos e nós acreditamos não possuí-los. É o caso de uma pessoa que é fofoqueira e, no entanto, critica uma outra que também é fofoqueira. Segundo Jesus, ela enxerga o cisco no olho da outra, enquanto ela tem uma trave bem grande no seu. 

Quanto à quarta parte da nossa personalidade, ela tanto é desconhecida de nós, como também das pessoas com quem convivemos. É a área do arquivo do inconsciente, um “eu desconhecido”. Porém, segundo Sócrates, o grande filósofo grego, o meio mais eficaz de o homem progredir é conhecer a si mesmo. Como temos de progredir para atingirmos a perfeição, podemos concluir que o conhecimento de nós mesmos é a chave do progresso individual, conforme a questão 919, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. 

Vale lembrar que os fundamentos da proposição de Sócrates estão na estrutura de sua filosofia, com base nas seguintes perguntas:

1ª) Quem sou eu?

2ª) O que eu faço? e

3ª) Qual a qualidade do que produzo?