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Estudando a série André Luiz
Ano 3 - N° 135 - 29 de Novembro de 2009

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Entre a Terra e o Céu

André Luiz

(Parte 12)

 
Continuamos a apresentar o estudo da obra
Entre a Terra e o Céu, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. A paixão pode cegar-nos?

Segundo o Ministro Clarêncio, sim. "A paixão cega sempre. Nossa vida mental é a nossa vida verdadeira e, por isso, quando a paixão nos ocupa a fortaleza íntima, nada vemos e nada registramos senão a própria perturbação." (Entre a Terra e o Céu, cap. XVI, pp. 99 e 100.)

B. A prece pode ajudar-nos a que evitemos algum conflito?

Sim. Foi o que ocorreu no caso da discussão entre Mário Silva e Amaro, que não revidou nem respondeu às agressões do outro, mas baixou a cabeça em oração fervorosa. Suaves irradiações de esmeraldina luz escaparam-lhe, então, da fronte, e as palavras inarticuladas de que se servia, para implorar socorro, alcançaram o grupo socorrista que a tudo via, qual se fossem ondas caloríferas e harmoniosas de humildade e confiança. Clarêncio resolveu então que era hora de ajudar, respondendo à rogativa de Amaro. (Obra citada, cap. XVI, pp. 103 e 104.)

C. Amaro teve culpa na morte de Esteves, hoje Mário Silva?

Não. Foi Leonardo Pires quem o envenenou. Amaro não sabia do fato. Esteves não supunha que Leonardo conhecesse a deserção da esposa e procurou, então, agradá-lo, aceitando-lhe a companhia. O suculento repasto de que se serviram exigia algum trago de vinho e Leonardo não hesitou, ministrando-lhe o veneno que trazia às ocultas. Foi assim que o crime ocorreu. (Obra citada, cap. XVII, pp. 105 e 106.)

Texto para leitura

44. Nossa vida mental é a verdadeira - À noite, o grupo retornou à casa de Mário Silva, o enfermeiro, que, estirado nos lençóis, debalde procurava dormir. O sonho da véspera castigava-lhe o pensamento. Ele julgava ter visto ali Amaro, que se casara com Zulmira, companheira de infância do enfermeiro, a quem este amara verdadeiramente e cuja perda considerava irreparável. Conhecia Amaro de relance, mas o su­ficiente para detestá-lo, com todas as reservas de ódio de que se sen­tia capaz. Essas ideias e dúvidas o atormentavam, e Mário passou a acalentar, en­tão, o desejo de voltar ao sonho da noite anterior, para tentar uma solução. A figura de Amaro, seu rival, cres­cia-lhe na mente. "Se as almas podiam efetivamente reencontrar-se, fora do corpo – prosseguia Mário em suas divagações –, decerto con­seguiria rever o adversário e revidar... Se fora invocado em sonho, era lícito invocar quem qui­sesse... Chamaria o renegado esposo de Zul­mira a explicar-se. Concen­traria nele o poder do pensamento. Buscá-lo-ia onde estivesse". O Mi­nistro, que o contemplava compadecido, observou: "A paixão cega sem­pre. Nossa vida mental é a nossa vida verdadeira e, por isso, quando a paixão nos ocupa a fortaleza íntima, nada vemos e nada registramos se­não a própria perturbação". Em seguida, aplicou passes balsamizantes sobre o rapaz, que, qual se houvera sorvido brando anestésico, relaxou os nervos e descansou o corpo, despren­dendo-se parcialmente do veículo denso. Espantadiço e tateante, sem notar ali a presença de Clarêncio e dos demais, Mário vagueou pelo quarto, chamando a atenção de André o seu corpo espiritual, que se apresentava extremamente condensado. (Cap. XVI, págs. 99 e 100) 

45. Mário evoca e afronta seu rival - Mário Silva detinha-se em afli­tivos quadros íntimos. Qual ocorria com Leonardo Pires, ele padecia angus­tioso complexo de fixação. Evidente que seu caso particular era suavi­zado pelas lutas da carne, mas mesmo isso não era bastante para diluir a obcecante recordação do rival. A mágoa feria-o profundamente. Se as tarefas de cada dia, na Terra, o distraíam, quando se via espiritual­mente a sós dava curso ao ódio coagulado, desde muito, no coração. De fato, Mário desceu à rua, como um louco e passou a gritar, com voz estridente: "Amaro, ladrão! Amaro, usurpador! aparece! Se tens digni­dade, afronta-me a vingança!... Não tremerei!... Onde ocul­taste a mulher que eu amo?! Responde, responde!..." Dizendo isto, Má­rio cami­nhava semiébrio, sem direção, arremessando tais palavras no ar, com veemência e segurança. Eis que, então, surgiu alguém que vinha ao seu en­contro, em plena via pública. Era Amaro, que, desligado par­cialmente do corpo denso, copiando o impulso do ferro atraído pelo ímã, atendia ao chamado. A princípio, defrontaram-se altivamente, mas, logo após, com as maneiras de homem mais educado, Amaro recuou, reve­lando-se pre­ocupado em evitar conflitos. O enfermeiro, porém, de ânimo agitado, bradou: "Não te acovardes, bandido! Não fujas!... Temos con­tas a ajus­tar" Amaro, contudo, afastou-se, rápido, até que chegou à porta de sua casa, onde estacou, disposto a defender a tranquilidade doméstica. Má­rio o seguiu e, erguendo os punhos em posição de combate, prosseguiu nas ofensas, rixento, em que lamentava a perda de Zulmira: "Infame engana­dor, onde puseste a mulher que era minha felicidade e minha vida? Que­braste-me os sonhos, aniquilaste-me os ideais!... Homem ter­rível, que fizeste de mim? Sou apenas máquina de trabalho, sem fé e sem espe­rança!..." Em resposta, Amaro disse-lhe que não sabia de sua afeição por Zulmira e que nunca tivera a intenção de ofendê-lo. O diá­logo prosseguiu então, áspero da parte de Mário, com seu interlocutor na defensiva. (Cap. XVI, págs. 101 e 102) 

46. Amaro roga auxílio numa prece - Havendo reconhecido a pessoa que o agredia verbalmente, Amaro revelou-lhe que só soubera de sua afeição por Zulmira quando os compromissos no matrimônio não admitiam qualquer recuo. Mário chamou-o de hipócrita e insistiu em que ele lhe roubara a única felicidade que esperava do mundo, a única felicidade que supunha ser apenas sua... Amaro, que vivia momentos aflitivos em seu lar, fi­xou triste sorriso e obtemperou: "E acreditas que eu seja feliz? Admi­tes no casa­mento apenas a exaltação dos sentidos inferiores? Crês que o homem consorciado deva encontrar na mulher simplesmente uma escrava? Amo em Zulmira a companheira e a irmã que me cabe proteger. Nem ela e nem eu encontramos na experiência conjugal a ventura das afeições cor-de-rosa, em que o desejo contentado é como a flor que morre num dia..."  Dito isto, revelou que ele e sua segunda mulher estavam pade­cendo muito. Desde que seu filho caçula morrera, num acidente terrí­vel, sua casa tornara-se um espinheiro de sofrimento. Zulmira adoecera gravemente e ele mesmo continuava agoniado e desfalecente. "Saberias, porventura, o que seja a desdita de um pai que chora sem lágrimas, mortalmente ferido?", indagou-lhe Amaro. "Se dívidas possuo para com a Divina Providência, podes acreditar que não tenho amargado pouco, a fim de ressarci-las... A morte para mim não passaria de bênção liber­tadora." Feito esse desabafo, o infeliz rogou ao enfermeiro com­preensão e ajuda. Se ele lhe fizera algum mal, que o perdoasse... Má­rio Silva, para espanto de André Luiz, retribuiu com escandalosa gar­galhada: "Desculpar? Nunca! Pelo tom da conversa, concluo que a jus­tiça começou a expressar-se, devidamente, mas abreviá-la-ei com as minhas próprias mãos... Meu desforço é certo, meu ódio é inexorá­vel!..." Amaro não revidou, nem respondeu, mas baixou a cabeça em ora­ção fervorosa. Suaves irradiações de esmeraldina luz escapavam-lhe, então, da fronte, e as palavras inarticuladas de que se servia, para implorar socorro, alcançaram o grupo socorrista que a tudo via, qual se fossem ondas caloríferas e harmoniosas de humildade e confiança. O enfermeiro, incapaz de sensibilizar-se, prosseguiu gritando, e Clarên­cio resolveu que era hora de ajudar, respondendo à rogativa de Amaro. (Cap. XVI, págs. 103 e 104) 

47. Mário rememora seu passado com Lola e sua morte - Depois do esforço de autocondensação, para o necessário ajuste vibratório, Clarên­cio abei­rou-se dos dois amigos, com o amoroso poder que lhe era caracterís­tico, e Mário associou sua presença ao pesadelo da véspera, passando a clamar: "Meu caso não é com a polícia!... não precisamos de qualquer delegado aqui!..." O Ministro pediu-lhe calma e informou que ali es­tava para que ele recordasse o passado. E, situando a destra na fronte de Má­rio, este se aquietou, de repente, acusando estranha meta­morfose. O enfermeiro estava agora mais elegante, mais jovem e, depois de alguns momentos, exclamou, semiaterrado: "Ah! agora!... agora me lembro!... Meu agressor de ontem é Leonardo Pires... Como poderia es­quecê-lo as­sim tão infantilmente? como não rememorar? Disputávamos a mesma mul­her... Achávamo-nos em Luque, quando conheci a cantora e bai­larina ad­mirável... Lola Ibarruri! Quem senão ela poderia oferecer-me o bálsamo do esquecimento?!" E Mário, transmudado em Esteves, prosse­guiu em suas reminiscências: "Realmente fiz tudo para separá-los... Ele não era o tipo de homem capaz de fazê-la feliz! Lola trazia con­sigo a beleza, a juventude e a arte reunidas e eu carregava no peito o esquife dos son­hos mortos... Deu-me o repouso de que minhalma necessi­tava... restau­rou-me. Mas... que domingo terrível aquele da praça em­bandeirada, em Piraju!... Deslocavam-se as forças para a caça ao ini­migo... Imagi­nava, porém, a melhor maneira de reencontrar a mulher querida e, na­quela manhã de terrível memória, consegui a simpatia de Frei Fidélis, antes da missa... O caridoso capuchinho auxiliar-me-ia, advogando-me a causa... Lola não deveria movimentar-se, entretanto, poderia, por minha vez, tornar à retaguarda!... Os maiorais eram meus amigos!... Obteria, por isso, o favor do Príncipe!..." Mário rememo­rou, então, o crime de que ele fora a vítima: "Arquitetava meus pla­nos, quando encontrei Leonardo... Não supunha conhecesse ele a deser­ção da companheira e procurei agradá-lo, aceitando-lhe a companhia... O sucu­lento repasto exigia algum trago de vinho e Pires não hesitou, minis­trando-me o veneno que trazia às ocultas!...Ah! bandido! ban­dido!..."  Dito isto, Mário levou as mãos à garganta, como se aí re­gistrasse enorme sofrimento e caiu, desamparado, gemendo de dor. Cla­rêncio o so­correu com recursos magnéticos balsamizantes e ele levan­tou-se, atur­dido. Amaro, que estava igualmente transtornado, acompa­nhava a cena com manifesta aflição. Parecia que ele nada entendia dos fatos que acaba­vam de ser relatados. (Cap. XVII, págs. 105 e 106) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita