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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 135 - 29 de Novembro de 2009

CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

Jesus



Se estudamos Suetônio e outros autores do período clássico, e ao lermos sobre a vida de Nero, por exemplo, nos deparamos com a maior facilidade com passagens que mencionam as legendárias perseguições sofridas pelos cristãos. É baseada nisto e noutras referências que julgo, no mínimo, surreal, a alegação de Jesus não ter existido, aventada por alguns que, de seu lado, não oferecem provas concludentes desta assertiva.


Há coisa de uns três anos atrás, a propósito de algum artigo meu publicado, me escreveu alguém relatando algo que, a princípio, me soou absurdo. Hoje, contudo, encaro tal relato apenas como fator instigante e merecedor de pesquisa de quem se disponha a averiguar e obter pessoalmente, a partir desta aferição, conclusões pessoais sobre o assunto. O leitor contava que há anos vinha alertando um monte de gente sobre o que, se de fato detivesse apenas mínima porcentagem de veracidade, poria toda uma civilização abaixo. Justamente a civilização estruturada sob os preceitos do cristianismo.


Falava de um senhor suíço, um tal de Billy Meier. Forneceu-me o site oficial sobre ele - em língua inglesa e o único disponível. É um homem controvertido em virtude de suas fotos impressionantes de ufos e de suas revelações acerca de seus supostos contatos com extraterrenos. Mais polêmica ainda, entretanto, é a alegação de que o tal Meier é a reencarnação justo daquele que esteve entre nós, há dois mil anos, sob a personalidade de Jesus Cristo; e de que, com base nisto, afirma que nunca - mas nunca! - fundou qualquer religião que fosse, nem possuiu qualquer ligação voluntária com o conteúdo dos quatro evangelhos oficiais; e são arrematadas as bombásticas revelações deste leitor, que se faz um porta-voz do tal Meier no Brasil, com o envio de um controvertido texto intitulado "O Talmud de Jmmanuel" (encontrado na internet com relativa facilidade), que traria o conteúdo genuíno do que de fato por Jesus teria sido empreendido naqueles tempos, pondo por terra tudo o que até hoje foi estabelecido pela religião institucionalizada pelo Vaticano.


O texto do tal Talmud espinafra, literalmente, todas as correntes religiosas surgidas no decorrer da história e dos séculos pós-Cristo. Ressalta que muito pouco sobra de verdade no terreno mesmo da ufologia, já que o próprio Billy Meier menciona que raríssimos são os documentos verídicos sobre o assunto; mais raríssimas ainda as pessoas que, de fato, possuem o tipo de sensibilidade adequada para obter contato com civilizações extraterrestres - incluindo-se, aí, todo o repertório acerca de mediunidade e canalização, atrelado ao envolvimento com a própria Espiritualidade, como o conhecemos hoje.


Cheguei a escrever-lhe um respeitoso e-mail, argumentando que, de dentro da minha franca ignorância no que a este senhor diz respeito, contudo, vinham-me dúvidas honestas sobre se a procedência de todo aquele ataque contundente às expressões da religiosidade desenvolvidas no decorrer dos séculos poderia, de fato, ter partido de um homem que fora Jesus Cristo; e que hoje, reencarnado, mantém contato direto com extraterrenos evoluídos - do que se deduziria, daí, um porte espiritual no mínimo superior que, todavia, não parece refletir, contraditoriamente, um mínimo de entendimento e de tolerância para com os degraus evolutivos das massas reencarnadas no orbe, avançando espiritualmente segundo o seu momento e gradual percepção das coisas divinas.


De toda aquela algaravia, contudo, meus leitores, impressionou-me profundamente, porém, o Código Ético transmitido pelo texto do tal Billy (sobre quem há livros de variadas autorias). Porque, debaixo de uma fria análise e sob o mais reto alcance de consciência, é de uma sublimidade a toda prova! Começa referindo-se a Deus como, mais acertadamente, A Criação. E prossegue com estas máximas, dentre outras:


"Não há olho igual à sabedoria, não há escuridão igual à ignorância, não há poder igual ao poder do espírito e não há terror igual à pobreza de consciência".


Do "Talmud de Jmmanuel", Capítulo 26, Verso 27:


"Em verdade, eu vos digo: alcançareis justiça somente quando a tiverdes encontrado vós mesmos e tiverdes feito vosso semelhante humano tê-la compreendido”.


Do "Talmud de Jmmanuel", Capítulo 5, Verso 26:


"Jesus sobreviveu à crucificação e não passou pela ressurreição".


"A ressurreição é um conceito falso, mas a reencarnação é um conceito verdadeiro."


"Jmmanuel (nome correto de Jesus segundo o texto, meu grifo) não veio absolutamente salvar a Humanidade de seus "pecados".


"Ao invés de ensinar o perdão dos pecados por um Deus, Jmmanuel enfatizou que aprendemos através de nossos erros."


"Ele não era absolutamente o Filho de Deus ou divino, e seu nome não era e nunca foi Jesus. Mas não está claro o porquê do "Talmud de Jmmanuel", em sua forma original de pergaminhos em aramaico, ter sido tratado como herético para o Judaísmo pelos altos oficiais."


Entrei no link mencionado pelo leitor (na ocasião ativo, hoje não mais) que me expunha estes comentários surpreendentes; li, baixei o pdf do tal Talmud e, francamente, fiquei entre profundamente intrigada com todas as implicações grandemente conflituosas em tais escritos, e revoltada, em outro tanto, por tão avultado grau de intolerância contido num texto pretensamente votado a elucidar os seres quanto à luz espiritual presente, antes de tudo, em si mesmos. Visitei o site em inglês de Billy Meier e olhei bem aquela fisionomia...


Confesso: de tudo o que tanto me chocou, e a respeito do que pude refletir após este tempo, me ficou o cerne do Código de Ética Cósmica contido no tal Talmud... indubitavelmente divino e digno mesmo de uma consciência de elevadíssima estatura evolutiva...


Sobretudo, no entanto, e de dentro da simploriedade de espírito que ainda me caracteriza a alma, resta-me, nestas épocas do ano, nas quais muito se fala em árvores de Natal ou em Papai Noel, a convicção de um Jmmanuel, ou Jesus - quem tenha sido! - sentado, nalgum tempo, sobre as pedras às margens floridas dos córregos tranquilos, falando-nos sobre a santidade da Vida presente em toda parte e da adoração absoluta a ela devida em todo o Universo. Dizendo-nos do Amor como a fonte de redenção absoluta em qualquer quadrante do Cosmos e da profunda reverência, em decorrência disso, que devemos desenvolver para com o próximo, para com Deus ou com o Criador, ou Criação, e para com os nossos próprios seres.


Ficou-me, estranhamente, a convicção de um Jesus real e mais verídico, e de excelsitude inegável, sim..., mas amante, sobretudo, da Verdade última e maior da Vida, presente no cerne de cada coisa e cada ser, em sua eternidade... Porque desde muito antes de há dois mil anos já entendia e realizava em si mesmo o que até o presente momento, na turbulência angustiosa dos nossos dias, ainda lutamos por conquistar.




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita