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Estudando a série André Luiz
Ano 3 - N° 133 – 15 de Novembro de 2009

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Entre a Terra e o Céu

André Luiz

(Parte 10)

Continuamos a apresentar o estudo da obra Entre a Terra e o Céu, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Como o médico do futuro deverá agir para sanar as desarmonias do espírito?

Reportando-se aos esforços de Freud, que assinalou a presença das chagas dolorosas do ser humano, mas não lhes estendeu eficiente bálsamo curativo, o ministro Clarêncio explicou que o médico do porvir, para sanar as desarmo­nias do espírito, precisará mobilizar o remédio salutar da compreensão e do amor, reti­rando-o do próprio coração. “Sem mão que ajude, a pa­lavra erudita morre no ar." (Entre a Terra e o Céu, cap. XIII, pp. 83 a 85.) 

B. O corpo espiritual modifica-se por força da lembrança do passado?

Sim. Leonardo Pires, ao recordar o passado, teve seu rosto alterado e fez-se mais jovem. Clarêncio explicitou o fenômeno: "Não nos esque­çamos de que temos diante de nós o veículo espiritual, por excelência vibrátil. O corpo da alma modifica-se, profundamente, segundo o tipo de emoção que lhe flui do âmago. Isso, aliás, não é novidade. Na pró­pria Terra, a máscara física altera-se na ale­gria ou no sofrimento, na simpatia ou na aversão. Em nosso plano, semelhantes transformações são mais rápidas e exterio­rizam aspectos íntimos do ser, com facilidade e segurança, porque as moléculas do perispírito giram em mais alto pa­drão vibratório, com movimentos mais intensivos que as moléculas do corpo carnal. A consciência, por fulcro anímico, ex­pressa-se, desse modo, na matéria sutil com poderes plásticos mais avançados". (Obra citada, cap. XIII, pp. 83 a 85.)  

C. Antonina tivera ligação com Leonardo no passado?

Sim. Antonina fora Lola Ibarruri, a quem Leonardo estivera vinculado por laços de imenso amor. A mulher irres­ponsável de ontem era hoje mãe amorosa e digna, que, em face dos delitos do passado, atravessava então aflitivos obstá­culos para viver. (Obra citada, cap. XIII e XIV, pp. 85 a 87.)  

Texto para leitura

36. Leonardo reencontra Lola - A observação de Clarêncio fez Hilário lembrar os esforços de Freud, ao que Clarêncio in­formou: "Freud vis­lumbrou a verdade, mas toda verdade sem amor é como luz estéril e fria. Não bastará conhecer e inter­pretar. É indispensável sublimar e servir. O grande cientista observou aspectos de nossa luta espiritual na senda evo­lutiva e catalogou os problemas da alma, ainda encarcerada nas teias da vida inferior. Assinalou a presença das chagas dolorosas do ser humano, mas não lhes estendeu eficiente bálsamo curativo. Fez muito, mas não o bastante. O médico do porvir, para sanar as desarmo­nias do espírito, precisará mobilizar o remédio salutar da compreensão e do amor, reti­rando-o do próprio coração. Sem mão que ajude, a pa­lavra erudita morre no ar". Acariciando a cabeça do ancião, o Minis­tro pediu-lhe recordasse o passado, onde adquirira o remorso que tanto o martirizava. "Retrocedamos ao ponto inicial de teu sofrimento!... Re­corda! Recorda!...", induziu Clarêncio. Leonardo Pires acordou de olhos transtornados; seu rosto alterara-se de maneira sensível; fi­zera-se mais jovem. Clarêncio explicitou o fenômeno: "Não nos esque­çamos de que temos diante de nós o veículo espiritual, por excelência vibrátil. O corpo da alma modifica-se, profundamente, segundo o tipo de emoção que lhe flui do âmago. Isso, aliás, não é novidade. Na pró­pria Terra, a máscara física altera-se na ale­gria ou no sofrimento, na simpatia ou na aversão. Em nosso plano, semelhantes transformações são mais rápidas e exterio­rizam aspectos íntimos do ser, com facilidade e segurança, porque as moléculas do perispírito giram em mais alto pa­drão vibratório, com movimentos mais intensivos que as moléculas do corpo carnal. A consciência, por fulcro anímico, ex­pressa-se, desse modo, na matéria sutil com poderes plásticos mais avançados". Leonardo ergueu-se e parecia animado de estranha energia, a clamar: "Lola! Lola! estás aqui? Sinto-te a presença... Onde te ocultas? Ouve-me! ouve-me!" Foi en­tão que Antonina, saindo do quarto, avançou ao encon­tro do avô, estampando súbita alteração facial. A mulher fizera-se mais bela, todavia menos serena e menos espiritualizada. Em voz baixa, o Ministro elucidou: "Nossa irmã exige tão so­mente leve auxílio magné­tico para lembrar-se. Basta-lhe a emotividade anormal do reencontro para cair na posição vibra­tória do passado, de vez que ainda não se encontra quitada com a Lei". (Cap. XIII, págs. 83 a 85) 

37. Lola roga perdão a Leonardo - Aterrada, Antonina rojou-se de joe­lhos aos pés do ancião que se rejuvenescera e gritou seu nome. Leo­nardo, irradiando ódio e padecimento intraduzíveis no olhar, disse: "Enfim!... Enfim!..." e prorrompeu em pranto convulso. Antonina era Lola Ibarruri, a quem Leonardo estava vinculado por laços de imenso amor. A mulher irres­ponsável de ontem era hoje mãe amorosa e digna, que, em face dos delitos do passado, atravessava então aflitivos obstá­culos para viver. Modificada, Antonina implorou a Leonardo: "Compadece-te de mim! compadece-te!"  Leonardo então indagou: "Lola, donde vens?", mas a mulher não desejava lembrar o passado. Seguiu-se então um diálogo comovente, em que Leonardo aludiu à sua culpa, infor­mando-lhe que o remorso é qual monstro invisível que alimenta as laba­redas da culpa... Disse-lhe, assim, que por ela, pelo amor que nutria por ela, havia matado, enredando-se no crime. "Amei-te e perdi-me", afir­mou Leonardo. "Trazias nos olhos a traição disfarçada... Oh! Lola, por quê, por quê?..." Ante o doloroso acento com que ele dizia essas pa­lavras, Antonina suplicou-lhe perdão: "Leonardo, perdoa-me!... Sofri muito... Enlouqueceste, é verdade! Mas, a perturbação que me atacou era mais lastimável, mais amargosa!... Sabes o que seja o caminho da mulher aviltada, entre o arrependimento e a aflição? Meditaste, algum dia, no martírio do coração feminino, relegado à penúria e ao aban­dono? Refletiste, alguma vez, na desilusão e na fome da meretriz des­prezada e doente?" (Cap. XIII, pág. 85; cap. XIV, págs. 86 e 87) 

38. O caso Lola Ibarruri - Diante de Leonardo que confessava, arrepen­dido, ter matado por sua causa, Lola resumiu os próprios erros: "Naquele tempo – alegou a infeliz –, fiz pior. Exterminei minha alma... Esposa, troquei o altar doméstico pelo mentiroso tablado do gozo fácil; mãe, envileci o mandato que Deus me concedera, crestando todas as flores de minha felicidade!..." Leonardo replicou: "Pudeste, no entanto, realizar o reerguimento que ainda não consegui... Foste, em suma, feliz!..."  "Feliz? – bradou Antonina, semidesesperada – acusas-me de infiel, quando, como tantos outros, te cansaste de mim, procurando outras novidades e outros rumos!... Vi-me sozinha, enferma, aniquilada... Debalde busquei afogar no vinho do prazer a horrível im­pressão do abismo em que me precipitara, porque, quando o desencanto e a enfermidade me relegaram à margem da vida, acordou-se-me a consciên­cia, inculpando-me, desapiedada... A morte recolheu-me na vala da mi­séria, como um carro de higiene pública reclama o lixo da sarjeta... Estarás habilitado a compreender-me o sofrimento em toda a exten­são?!..."  Antonina contou então que por muitos anos vagueou aflita, como ave sem ninho, refugiada no espinheiro de dor, e chegou a esmolar proteção junto daqueles que lhe haviam sido afetos da juven­tude. Nin­guém se recordava dela... Nesse ponto, a mulher tinha a fronte pálida e seu olhar adquirira a assustadiça expressão dos enfer­mos que a febre torna dementados. Passados alguns instantes, ela exi­biu no rosto a surpresa de quem se banha num relâmpago de luz, e con­tinuou: "Não me cabia recolher uma gratidão que eu não semeara... Até que um dia, senti que me chamavas com pensamentos de carinho e de paz... Rememora­vas alguns traços elogiáveis de nossa vida, recompondo na lembrança as festas que organizávamos em favor dos combatentes mu­tilados... As tuas divagações, arrancando ao pretérito as raras remi­niscências felizes que poderíamos identificar, caíram sobre mim como bálsamo refrige­rante... Chorei aliviada e adormeci em tua casa, no aconchego da famí­lia que tiveste a ventura de constituir..." (Cap. XIV, págs. 87 e 88) 

39. Mecanismo da regressão de memória - Antonina interrompeu a narra­tiva, possuída de insuperáveis impedimentos íntimos, e Clarêncio a auxiliou magneticamente na recuperação das próprias forças. Leonardo, por sua vez, informou-a de que, desde que seu Espírito fora ocupado por "ele" (aludindo a Esteves, sua vítima), não mais conseguiu coorde­nar as ideias. "Sim, certamente sou culpado...", afirmou o infeliz. "Tens razão... Podias ter recebido meu concurso... Não me cabia pensar em ti como se fosses tão somente mulher..." Mais calma, Antonina reno­vou-lhe o pedido de perdão. Sofrera muito, aprendera duramente. Procu­rava sinceramente olvidar as ofensas que recebera, da mesma forma que desejava fossem esquecidas as ofensas que praticara contra os ou­tros... "Não me reconduzas, pois, ao passado!...", rogou a mulher re­novada. "Compadece-te de mim!..." Coisa curiosa! Ambos, sob o controle de Clarêncio, detinham-se na posição vibratória em que haviam caído. Por que não se recordavam do parentesco que os reunia? O Ministro es­clareceu: "Encontram-se ambos imobilizados em certo momento do preté­rito, num encontro provocado por influência magnética. Em tais recur­sos utilizados por nosso plano, no tratamento salutar das moléstias da alma, determinados centros da memória se reavivam, ao passo que outros empalidecem. As sensações do presente dão lugar às sensações do pas­sado, para efeito de reajustamento perante o futuro. O fenômeno, po­rém, é momentâneo. A breves minutos, regressarão à consciência normal, melhorados para a boa luta". A assistência prestada por Clarêncio não permitia à jovem senhora avançar na faixa de lembranças. Ao apelo de Antonina, Leonardo arrefecera o ímpeto inicial de de­sesperação. Ele passou então a fitá-la quase que piedosamente, mas, longe de albergar qualquer sentimento positivo de ordem superior, arrancou do próprio íntimo nova onda de cólera, que lhe tingiu a más­cara fisionômica. E, cerrando os punhos, bradou, desvairado: "Sim, sim, entendo-te... Foste suficientemente infeliz... Mas, por que trago comigo o fantasma "dele"? Ter-se-á convertido num demônio intangível para arrasar-me a existên­cia? Estaremos no inferno, sem saber, agarra­dos um ao outro? Viverei dentro dele, quanto ele vive dentro de mim? Por que me não permite o verdadeiro repouso? se procuro dormir, des­perta-me, cruel; se tento olvidar, agiganta-se-me no pensamento!..." Leonardo ergueu para o teto os punhos retesos, ensaiou alguns passos e, desequilibrado, bradou: "Esteves, homem ou diabo, onde estiveres, em mim ou fora de mim, cor­porifica-te e vem!... Estou pronto! acerte­mos a diferença!... Vítima ou carrasco, aparece! que meu pensamento te encontre e te traga!... Que as forças do nosso destino nos reúnam, en­fim, corpo a corpo!..." (Cap. XIV, págs. 88 a 90) (Continua no próximo número.)
 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita