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Internacional
Ano 3 - N° 133 - 15 de Novembro de 2009

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br 
Curitiba, Paraná (Brasil)  


Faz 160 anos que as irmãs Fox foram publicamente investigadas

O fato ocorreu na cidade norte-americana de Rochester, no Corinthian Hall, diante de um público numeroso e uma comissão formada especialmente para conduzir a investigação
 

Em 14 de novembro de 1849, exatamente 160 anos atrás, os espíritas realizaram a sua primeira reunião no Corinthian Hall (foto), o maior auditório disponível em Rochester, quando as célebres irmãs Fox – Margaret e Kate - realizaram as primeiras demonstrações públicas de suas faculdades mediúnicas.

   

O registro desse fato, importante na história do Espiritismo, consta do cap. 4 de um dos clássicos da literatura espírita, História do Espiritismo, de Arthur Conan Doyle, o festejado escritor que se consagrou pela criação do detetive Sherlock Holmes e suas histórias.

Hydesville era naquela época um vilarejo típico do Estado de New York,  com  uma  população primitiva,  certamente semieducada,

mas livre de preconceitos e mais receptiva às novas ideias do que qualquer outro povo da época.

O povoado, situado a cerca de 20 milhas da nascente cidade de Rochester, consistia de um grupo de casas de madeira, de tipo muito humilde. Pois foi numa dessas casas que se iniciou o desenvolvimento de uma série de fenômenos que daria, mais tarde, origem à Doutrina Espírita.

A casa era habitada por uma família de fazendeiros de nome Fox — um nome que, por curiosa coincidência, tinha sido registrado na história religiosa como o do apóstolo dos shakers. Além de pai e mãe, de religião metodista, havia duas filhas morando na casa ao tempo em que as manifestações atingiram tal ponto de intensidade que atraíram a atenção geral. Eram as meninas Margaret, de 14 anos e Kate, de 11. Havia  vários  outros  filhos e filhas

que não residiam ali, uma das quais, de nome Leah, ensinava música em Rochester.

A família Fox alugou a casa em 11 de dezembro de 1847, mas só no ano seguinte foi que os ruídos notados por antigos inquilinos voltaram a ser ouvidos. Consistiam de ruídos de arranhadura que pareceriam sons pouco naturais para serem produzidos por visitantes de fora.

Parece que tais ruídos não incomodaram a família Fox até meados de março de 1848. Dessa data em diante, porém, eles cresceram continuamente de intensidade. Às vezes eram simples batidas; outras vezes soavam como o arrastar de móveis. As meninas ficavam tão alarmadas que se recusavam a dormir separadas e iam para o quarto dos pais. Tão vibrantes eram os sons que as camas tremiam e se moviam.  

Finalmente, na noite de 31 de março de 1848 houve uma irrupção de inexplicáveis sons altos e continuados 

Foram feitas todas as investigações possíveis: o marido esperava de um lado da porta e a mulher do outro, mas os arranhões ainda continuavam. Logo se espalhou que a luz do dia era inimiga dos fenômenos, o que reforçou a ideia de fraude, mas toda solução possível foi experimentada e falhou.

Finalmente, na noite de 31 de março de 1848 houve uma irrupção de inexplicáveis sons muito altos e continuados. Foi nessa noite que um dos grandes pontos da evolução psíquica foi alcançado, porque foi nessa mesma ocasião que a jovem Kate Fox desafiou a força invisível a repetir as batidas que ela dava com os dedos. Conquanto o desafio da mocinha tivesse sido feito em palavras brandas, ele foi imediatamente respondido. Cada pedido era respondido por um golpe. Posto que humildes os operadores de ambos os lados, a telegrafia espiritual estava funcionando.

A Sra. Fox ficou admirada com aquele resultado e a posterior descoberta de que aquela força, ao que parecia, era capaz de ver e ouvir, pois, quando Kate dobrava o dedo sem barulho, o arranhão respondia. A mãe fez, então, uma série de perguntas, cujas respostas, dadas por meio de pancadas, mostravam maior conhecimento de seus próprios negócios do que ela mesma o possuía, pois os arranhões insistiam em que ela tinha tido sete filhos, enquanto ela protestava que só tinha tido seis, até que veio à sua mente um que havia morrido em tenra idade.

Tendo-se formado uma espécie de comissão de investigação, aquela gente, na maliciosa feição ianque, levou parte da noite de 31 de março num jogo de perguntas e respostas com a inteligência invisível. Conforme sua própria declaração, ele era um Espírito; tinha sido assassinado naquela casa; indicou o nome do antigo inquilino que o matara; tinha então —  cinco anos passados — trinta e um anos de idade; fora assassinado por causa de dinheiro; tinha sido enterrado numa adega, a dez pés de profundidade.

Um vizinho, chamado Duesler, foi quem pela primeira vez usou o alfabeto para obter respostas por meio de arranhões nas letras. Assim foi obtido o nome do morto: Charles B. Rosma. A ideia de coordenar as mensagens só se desenvolveu quatro meses mais tarde, quando Isaac Post, um quaker de Rochester, tomou a direção.

Em poucas palavras, estes foram os acontecimentos de 31 de março de 1848, que continuaram e se confirmaram na noite seguinte, quando não menos de duzentas pessoas se reuniram em volta da casa.  

A assistência ouviu com atenção a exposição feita pelo
Sr. Capron, de Auburn, o orador principal
 

No dia 2 de abril foi constatado, então, que os arranhões tanto se produziam de dia quanto de noite.

Numa das primeiras comunicações recebidas pelas irmãs Fox foi afirmado que “as comunicações não se limitariam a elas; espalhar-se-iam pelo mundo”. De fato, num lapso de tempo incrivelmente curto, com muitas excentricidades e fases de fanatismo, ele tinha varrido o Norte e o Leste dos Estados Unidos, sempre mostrando um núcleo sólido de fatos tangíveis, que, se ocasionalmente podiam ser simulados por impostores, podiam sempre ser verificados por investigadores honestos e isentos de ideias preconcebidas.

As mensagens espíritas insistiam para que o pequeno grupo de pioneiros fizesse uma demonstração pública de seus poderes numa reunião pública, em Rochester — proposição que, naturalmente, encheu de espanto as duas desconfiadas meninas camponesas e seus amigos. Tão irritados ficaram os Guias desencarnados pela oposição de seus agentes terrenos, que ameaçaram suspender completamente o movimento durante uma geração e o interromperam por algumas semanas. Ao cabo de pouco tempo as comunicações foram restabelecidas e os crentes entregaram-se de corpo e alma nas mãos das forças externas, prometendo tudo fazer em benefício da causa, mas a tarefa não seria fácil.

Em 14 de novembro de 1849 os espíritas realizaram sua primeira reunião no Corinthian Hall, o maior auditório disponível em Rochester. A assistência ouviu com atenção a exposição feita pelo Sr. Capron, de Auburn, o orador principal. Foi então escolhida uma comissão de cinco cidadãos representativos para examinar o assunto e fazer um relatório na noite seguinte, em nova reunião da assembleia. Seguiram-se então as manifestações mediúnicas, sendo médiuns as irmãs Fox.

Tão certos estavam os jornalistas de que esse relatório seria desfavorável que o jornal Rochester Democrat, ao que depois se viu, já tinha preparado o seu artigo de fundo, com o título: “Exposição Completa da Mistificação das Batidas”.

O resultado obrigou o editor a sustá-lo, porque a comissão relatou que as batidas eram indubitavelmente verdadeiras, embora as respostas às perguntas “nem fossem todas certas, nem todas erradas”. Acrescentou o relatório que as batidas se produziam nas paredes, nas portas, a alguma distância das meninas, produzindo uma sensível vibração. E no final, de forma peremptória, seus membros aduziram: “Não puderam encontrar nenhum processo pelo qual elas pudessem ser produzidas”.




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita