WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco
 
 
Correio Mediúnico
Ano 3 - N° 131 - 1o de Novembro de 2009
 

 

Palavras de um batalhador

 Cícero Pereira

 
 
Meus amigos, peçamos, antes de tudo, a Nosso Senhor Jesus-Cristo nos ampare o trabalho.

Não pude furtar-me à alegria de visitá-los, ainda mesmo de escantilhão.

Grande é a nossa esperança, observando a plantação de luz a que se devotam. Além disso, não posso esquecer que tenho aqui bons amigos, a começar pelo nosso Rocha. (1)

Meus caros, a surpresa dos espíritas, depois do tú­mulo, chega a ser incomensurável, porque frequentemente mobilizamos os valores de nossa fé com a pretensão de quem se julga escolhido à frente do Senhor.

Aguardamos, para além da morte, uma felicidade que nem de longe, no mundo, cogitamos de construir. Somos aprendizes novos do Evangelho.

Isso é verdade. Mas estamos sempre interessados em conduzir ao Cristo os nossos problemas, completamente despreocupa­dos quanto aos problemas do Cristo, a nosso respeito.

Buscamos nossa própria imagem no espelho da Graça Divina. Somos velhos Narcisos encarcerados na própria ilusão. E admitimos que não há dores maiores que as nos­sas e que as nossas necessidades superam as necessida­des dos outros.

Por esse motivo, o tempo estreito de permanência no corpo carnal apenas nos favorece, na maioria das ve­zes, mais densa petrificação de egoísmo, na concha de nossa antiga vaidade.

Somos leitores de livros admiráveis. Comovemo-nos e choramos, ante os valores ilumina­tivos com que somos agraciados, entretanto, depois do contacto com o pensamento sublime de nossos orientadores, eis-nos arrojados ao esquecimento de todos os dias, como se padecêssemos irremediável amnésia, dian­te de tudo o que se refira às nossas obrigações para com Jesus.

Em nossas casas doutrinárias, intensificamos disputas em torno da direção humana, magnetizados pelos aspec­tos menos dignos da luta que fomos chamados a desen­volver e, muitas vezes, no intercâmbio com os nossos ir­mãos tresmalhados na sombra, martelamos preciosas lições de caridade e fé viva, compreensão e tolerância, olvidando que os chamados Espíritos sofredores, em muitas ocasiões, são trazidos até nós por vanguardeiros da Luz Divina, interessados em nossa renovação, enquan­to há “melhor tempo”.

Ai de nós, porém!...

Dos conflitos inadequados em nossos templos de fé, somente recolhemos frutos amargos, e das mensagens pontilhadas de aflição, que guardam o objetivo de reabi­litar-nos para o Senhor, apenas retiramos impressões ne­gativas, de vez que nos movimentamos no círculo de nossas responsabilidades, crendo-nos na condição de co­operadores vitoriosos, quando, no fundo, perante os Ben­feitores da Espiritualidade Superior, somos simplesmen­te companheiros em perigo, com imensas dificuldades para satisfazer ao próprio reajuste.

Estejam vocês convencidos de que para nós, os espíritas desencarnados, há uma tarefa espantosa, com a qual não contávamos. Por mais estranho nos pareça, somos geralmente situados em serviços de orientação, junto aos companhei­ros que ficaram. Espíritas com espíritas, como irmãos enlaçados no mesmo dever a cumprir.

Alijados do corpo, contudo, é que vemos quão difícil se faz o concurso eficiente aos corações cerrados à luz e quão sacrificial se nos revela o socorro a doentes que não se interessam pela própria cura!

Identificamos, então, o princípio de correspondência. Colocados na posição daqueles que anteriormente nos di­rigiam, reconhecemos quanta impermeabilidade oferecía­mos, no mundo, aos que nos acompanhavam abnegada­mente de perto.

Tão logo descerrei os olhos, ante o esplendor da verdade, encontrei nosso velho amigo Senra (2), notifi­cando-me, bem-humorado:

— Cícero, agora é o seu tempo de experimentar o novo trabalho que vive em nossas mãos...

E, desde essa hora, eu que retinha a veleidade de condutor, embora a insipiência do aprendiz de Evangelho que ainda sou, comecei a entender alguma coisa do ser­viço gigantesco que nos compete impulsionar para a frente.

Afeiçoados à nova máquina de ação, sofremos o cuidado de não trair a harmonia.

Porque é preciso equilibrar nossos passos, a fim de orientar com segurança os passos alheios, disciplinar-nos dentro das responsabilidades que abraçamos para não ameaçar o trabalho daqueles que nos cercam.

Ouvir mais. Fazer mais. E falar menos.

Difícil é suportar na cabeça o título de servidor da Boa-Nova, que, entre os homens, pode ser uma palma florida, mas que se converte aqui em coroa de fogo, tal a preocupação com que nos cabe aprender a auxiliar e a renunciar para que o carro de nossos princípios avan­ce sobre os trilhos da ordem.

Registrando-nos a experiência, esperamos que vocês venham mais tarde para cá movimentando melhores re­cursos.

Reconheço que há muito ainda a dizer. Entretanto, o horário está a esgotar-se. Conosco, temos outros irmãos que lhes deixam afe­tuosa visita. Nossos amigos Hanriot, Mata Simplício e ainda o nosso Efigênio (3) partilham-nos a oração.

Todos agora padecemos o mesmo mal — o inquie­tante privilégio de colaborar numa realização, cuja mag­nitude efetivamente nos esmaga.

Façamos o melhor de nossa parte, na convicção de que o Senhor não nos desampara. E, agradecendo a satisfação desta hora, deixo aos queridos companheiros o meu coração reconhecido. 

Notas: 

(1) Reporta-se o comunicante ao nosso companheiro Geraldo Benício Rocha, de quem foi amigo íntimo.

(2) Refere-se ao Dr. Ernesto Senra, antigo lidador do Espiritismo em Minas Gerais, desde muito desencar­nado.

(3) Reporta-se o comunicante a companheiros espíritas de Belo Horizonte, já desencarnados.


Mensagem psicofônica transmitida em 29/4/1954 pelo Espírito de Cícero Pereira, que foi valoroso batalhador do Espiritismo em Minas Gerais e ex-Presidente da União Espírita Mineira, constante do cap. 8 do livro Instruções Psicofônicas, de Francisco Cândido Xavier e Espíritos diversos.



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita