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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 3 - N° 129 – 18 de Outubro de 2009

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo (Brasil)

 

André Trigueiro:

“Não há vida em plenitude onde falte cuidado com
o meio ambiente”

Uma abordagem de temas como sustentabilidade, preocupações
e iniciativas ambientais e os pontos de convergência entre a Doutrina Espírita e a Ciência Ecológica, pelo conhecido
jornalista, autor do livro Espiritismo e Ecologia

  

André Trigueiro (foto), espírita desde 1987, editor-chefe do programa semanal Cidades e Soluções (Globo News) e comentarista da Rádio CBN (860 Kwz), jornalista com pós-graduação em Gestão Ambiental, criador e professor do curso de Jornalismo Ambiental da PUC/RJ, autor de vários livros, palestrante espírita e desde 1996 atuando como repórter e apresentador do Jornal das Dez, da Globo News – canal de TV a cabo, em que também produziu, roteirizou e apresentou programas especiais ligados à temática socioambiental, nasceu e reside no Rio de Janeiro. Pela FEB lançou recentemente, na Bienal do Rio, o livro Espiritismo e Ecologia,   tema   principal da   presente entrevista. 


O Consolador: Como surgiu a motivação para lançamento de seu livro Espiritismo e Ecologia, pela FEB? Trace um perfil da obra.
 

Desde 2004 venho fazendo palestras e seminários em casas espíritas sobre este assunto. O primeiro convite foi do saudoso amigo Luis Antonio Millecco, que sugeriu o  tema "Ecologia e Paz". Foi o ponto de partida de um trabalho que desde então vem despertando muita curiosidade de minha parte, e uma enorme satisfação de reconhecer os muitos pontos de convergência entre a Doutrina Espírita e a ciência ecológica.      

O Consolador: Comente sobre os programas produzidos e exibidos pela mídia com sua participação e envolvendo o tema em referência.

Meu trabalho se desdobra na TV, no rádio, na internet, nos livros e eventuais artigos que escrevo para a mídia impressa. Dos meus 21 anos de profissão como jornalista, os últimos 17 têm sido consagrados ao estudo dos assuntos da sustentabilidade. Entendo que a função social do jornalista se resolve em duas frentes: denunciar o que está errado e sinalizar rumo e perspectiva para a sociedade. Sinto-me privilegiado de fazer o que gosto e ainda por cima me sentir útil.      

O Consolador: A civilização, como ocorrência natural da sociedade, nos impõe falsas necessidades, consequentemente mais consumo, mais descartes e resíduos. Como traçar uma linha divisória entre Civilização-Progresso e Evolução? Ou essas três coisas se completam com a maturidade do senso moral?  

Vivemos um momento singular da História e precisamos nos dar conta disso. Experimentamos um impasse civilizatório de grandes proporções, que nos obriga a realizar escolhas determinantes do futuro da nossa espécie neste planeta. Múltiplas crises (ética, moral, social, econômica e ambiental) se inter-relacionam e demandam a capacidade de enxergarmos sistemicamente. Tanto a Ecologia quanto o Espiritismo preconizam um olhar sistêmico sobre a realidade que nos cerca. Esta é uma das questões que eu abordo no livro.           

O Consolador: Viver num planeta sustentável não seria uma utopia tendo em vista que a evolução se dá em nível consciencial?  

São processos complementares. Fazer bom uso dos recursos naturais é uma questão ética. Saber cuidar do espaço criado por Deus para nos acolher e abrigar é uma questão moral. Tudo está relacionado. Não dá para separar a humanidade do planeta. A própria doutrina nos esclarece que em cada um dos mundos habitados as criaturas são constituídas dos próprios elementos que emprestam forma aos planetas. É uma ligação visceral. Somos feitos de água, de terra e de ar. Se contaminamos a água, se degradamos o solo, se poluímos o ar,  todos perecemos. Não há vida em plenitude onde falte cuidado com o meio ambiente.     

O Consolador: Diante de tais raciocínios, a integração homem-natureza não seria uma consequência natural do estágio em que nos encontramos no planeta?  

Exatamente por isso as práticas sustentáveis que os espíritas possam incorporar à rotina são muito bem-vindas, porque condizem com novos padrões éticos de respeito à vida e aos demais seres do universo.    

O Consolador: A evolução tecnológica está acontecendo de forma acelerada. Mas, sem o despertar da consciência, essa tecnologia não se tornou instrumento de perturbação nas questões ambientais?  

Os maiores incentivadores da evolução tecnológica são as indústrias bélicas. Isso, por si, revela o estágio moral em que nos encontramos enquanto espécie. Mas a crise ambiental tem determinado investimentos crescentes e importantes em outras direções. Entendo que a construção da paz seja tarefa de séculos. Estamos caminhando.        

O Consolador: Allan Kardec assevera que a educação integral é a chave do progresso moral. Encontramos, todavia, desafios gigantescos se opondo a essa assertiva. Como conscientizar os meios de comunicação que transitam na contramão dessa máxima?  

Na era da comunicação digital, on-line, via internet, cada um tem o direito de ser sua própria mídia. Existem blogs nos Estados Unidos com mais de um milhão de acessos por dia. Graças ao twitter, a população do Irã venceu a censura e protestou nas ruas do país contra a fraude nas eleições. Os meios de comunicação convencionais estão passando por um gigantesco processo de transformação. Cada pessoa pode hoje ser provedora de conteúdo e disputar uma fatia do mercado. Cabe fazer isso com responsabilidade.        

O Consolador: O consumismo voraz está diretamente associado a um estado de inquietação muitas vezes provocado por uma avalanche de "facilidades" promovida por uma política que impõe a todo custo um crescimento econômico insustentável. Qual o papel da mídia nesse processo?  

Esse é um assunto que aparece no livro. Nosso desafio é o de reformular os valores prevalentes da sociedade de consumo, redirecionando as estratégias de marketing em novas direções. Não há paz na sociedade de consumo. E o consumismo não é sustentável. É relativamente simples demonstrar essas impossibilidades. Cabe-nos, portanto, descobrir de forma criativa e inteligente como fazer a roda da economia girar sem que as pessoas sejam reféns de novas campanhas publicitárias que remetam ao consumo do não necessário. Repensar os atuais meios de produção e de consumo é tarefa inadiável e urgente.        

O Consolador: Como você percebe o nível de conscientização entre os espíritas?  

Uma das razões pelas quais decidi escrever o livro foi acelerar o processo de conscientização ambiental no meio espírita. Do meu ponto de vista, sem a pretensão da verdade, creio que poderíamos estar bem melhores.     

O Consolador: Que citações ou contribuições da literatura espírita, desde Kardec e específicas, podem ser apresentadas ou estudadas com referência ao tema?  

Há inúmeras citações no livro que aludem a partes das obras básicas ou de autores encarnados e desencarnados que, depois de Kardec, abordaram os assuntos ambientais com precisão. "A Gênese", alguns capítulos de O Livro dos Espíritos (especialmente os que revelam as leis morais de Conservação e de Destruição), Joanna de Ângelis, André Luiz, Carlos Torres Pastorino, Jorge Andréa dos Santos, enfim, são muitos os autores citados. O Espiritismo tem muito o que dizer quando o assunto é meio ambiente.     

O Consolador: Como os espíritas podem contribuir para a construção de um mundo sustentável?   

Oferecemos no livro algumas alternativas. Inclusive nas práticas rotineiras dos centros espíritas, há como promover ajustes importantes em favor da sustentabilidade. O livro disponibiliza eco-dicas para as instituições espíritas além de um pequeno dicionário ambiental com 140 verbetes que serão extremamente úteis para quem começa a se interessar pelo assunto.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita