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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 128 – 11 de Outubro de 2009
TÂNIA REGINA REATO
taniareato@hotmail.com
São João da Boa Vista, SP (Brasil)
        


Crimes hediondos


Veremos nos trechos abaixo, extraídos das obras de Kardec, a confirmação da urgente necessidade da aplicação das lições de O Evangelho segundo o Espiritismo e de sua propagação por estar nele contido a solução para os males que sofre a humanidade. Dentre eles destacamos a violência, existente desde remotas eras. Temos hoje os mesmos crimes hediondos de ontem. Entenda-se não somente os crimes divulgados pela mídia, mas, também, os “camuflados” pela sociedade em geral. “Ignorais que há muitas ações que são crimes aos olhos de Deus de pureza e que o mundo sequer conta falta leve.” 

Ao ler “Caridade para os criminosos”, nos deparamos com sérias dificuldades de acatar o sábio conselho diante dos crimes hediondos exibidos pela mídia. Nem sempre encontrando recursos suficientes em nosso íntimo para exercê-la na íntegra. 

É o momento do “buscai e achareis”. Poderemos achar e obter esta ajuda na prece e nos esclarecimentos fornecidos pela Doutrina Espírita, em especial no E.S.E. Estes ensinamentos nos levam ao entendimento das leis que regem o universo e a devida educação dos pensamentos gerando a educação dos sentimentos.                                                                                                 

Poderemos avaliar a nossa conduta mental medindo a dose de capacidade que possuímos de perdoar e compreender. O outro, ao revelar-se pelos atos cometidos, revela ainda o grau evolutivo em que nos encontramos e a realidade viva da agressividade e descaso para com a vida! “Permite Deus que vivam entre vós grandes criminosos para que vos sirvam de ensinamento.” E mais, “No vosso mundo precisais do mal para sentirdes o bem;  da noite para admirardes a luz; da doença para apreciardes a saúde...” 

Face à mídia, como divulgadora de crimes hediondos, nos pondo a julgar, a condenar e a ditar penas aos criminosos, sem que paremos para ouvir e analisar nossos pensamentos: não raras vezes de uma ferocidade igual ou maior que o próprio delito praticado. Temos aí o Evangelho a nos alertar “Oh, não julgueis... Não vos cabe dizer de um criminoso; um miserável”; “Não! Não é assim que vos compete falar.” Valendo-nos das lições: “Há muitas moradas na casa do Meu Pai”, e segundo as instruções dos Espíritos aprendemos que: “Nos mundos mais atrasados que a Terra, os seres são rudimentares, seus instintos não têm a abrandá-los qualquer SENTIMENTO de delicadeza ou de benevolência, nem as noções do justo e do injusto. A força bruta é entre eles a única lei. Carentes de indústrias e de invenções, passam a vida na conquista de alimentos”. Fácil supor o grande sofrimento que aguardam os criminosos, caso não se arrependam das faltas cometidas e se dirijam a estes mundos após o desencarne. A este respeito Kardec nos fala em consulta a um Espírito: RE de outubro de 1858, sobre um crime praticado por um menino de doze anos. Este menino, tratado como jovem H, ao brincar com cinco crianças, entre quatro e nove anos, as convence a entrar num baú. Isso feito, senta-se sobre o baú até não mais ouvir os gemidos das crianças. Abre, então, o baú e as nota ainda vivas; fecha de novo o baú e o tranca, saindo em seguida para o jardim. É visto por uma jovem que por lá passava. Após darem pelo sumiço das crianças a jovem denuncia o rapaz, dizendo tê-lo visto com elas. O jovem H, com isso, confessa o crime com a maior frieza. Esta notícia foi publicada na gazeta da cidade de Silésia e data de out/1857. Kardec interroga, então, o Espírito: 

1 ”Ouviste o que acabamos de ler?”

R – Sim. Minha pena exige que eu ouça, ainda, abominações da Terra.

2. O que pode levar uma criança a cometer tal crime com essa frieza?

R. A maldade não tem idade...

3. Quando ela existe na criança não denota a encarnação de um Espírito inferior?

R. Ela, a maldade, vem do seu coração. É o Espírito que o domina e o leva à perversidade.

4. Ele pertencia à Terra ou a um mundo mais inferior?

R. Devia pertencer a um mundo bem inferior à Terra.

5. Nesta idade, a criança tem responsabilidade do crime como Espírito?

R. Ele tinha a idade da consciência.

6. Este Espírito pode voltar ao mundo em relação à sua natureza?

R. A punição é justamente essa..., será obrigado a retornar para um mundo da sua natureza espiritual.

7. Em que a Terra é superior ao mundo que pertence o Espírito que falamos?

R. Nele há uma fraca noção de justiça; os homens aí vivem senão para a satisfação de suas paixões e instintos.

8. Qual a posição deste Espírito em nova existência?

R. Se o arrependimento vier, pelo menos em parte, apagar a gravidade de suas faltas, ele ficará na Terra; se persistir nisso, irá para uma morada onde o homem está a nível do animal.

10. Assim, pode ele expiar na Terra sua falta, sem retornar para um mundo inferior?

R. O arrependimento é sagrado aos olhos de Deus; porque é o homem que JULGA A SI MESMO, o que é raro na Terra.

Assinalando este fato verificamos como o homem tem avançado precariamente no aspecto moral em relação ao avanço das ciências e tecnologias, visto a repetição dos crimes hediondos praticados por homens, mulheres e crianças, em todos os tempos. Deduz-se daí o quanto é improdutivo ficar a julgar quem quer que seja. Basta para esse fim a justiça das leis terrenas e a justiça de Deus. Quando o Evangelho nos aconselha a orar pelos criminosos nos induz a usar de caridade para conosco mesmos. O fato de nos sentirmos tocados por sentimentos traduzidos por desejos de vingança, de justiça coroada de violências, ao sabor “do olho por olho e dente por dente”, revelamos o que vai à nossa alma. Temos aí a necessidade de despojá-la destes, a fim de serem banidos de nosso coração, já que a vibração despendida em razão destes pensamentos nos coloca no mesmo padrão vibratório dos autores dos crimes,  alimentando com fluidos nocivos a atmosfera física e terrena, pelos quais responderemos!  Não devem ser usados para apontarmos a “trave no olho dos outros” e sim para nos servirmos deles para autoanálise e correção! “O juízo que proferirdes ainda mais severamente vos será aplicado e precisais de indulgência para os pecados que sem cessar incorreis.”

Devemos avaliar, com coragem, o tipo de sentimento impresso em nosso íntimo e a partir daí trabalhemos para modificá-los. Oremos pelos criminosos, pois, imperfeitos e filhos de Deus, como nós, precisam mais de educação sentimental e moral cristã do que condenação, portanto, dignos de nossa piedade. Confiemos nas promessas contidas no Evangelho que nos diz: “estão próximos os tempos que nesse planeta reinará a grande fraternidade, onde os homens obedecerão à lei do Cristo que será freio e esperança e conduzirá as almas às moradas ditosas. Amai-vos como filhos do mesmo Pai...”

Assim, finalizo com as  palavras de Emmanuel:

Educa a Inteligência e atingirás a Sabedoria. Educa a Palavra e colherás Cooperação. Educa o Pensamento e conquistarás a Ti mesmo.

Amigos, o Espiritismo, sobretudo, é obra de Educação. Façamos da Educação com o Cristo o culto de nossa vida para que a nossa vida possa educar-se e educar com o Senhor, hoje e sempre”. 

 

Referências:

O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo  III, item 8; e capítulo XI, item 14.

Revista Espírita, outubro de 1858.

 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita