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Estudando a série André Luiz
Ano 3 - N° 128 – 11 de Outubro de 2009

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Entre a Terra e o Céu

André Luiz

(Parte 5)

Continuamos a apresentar o estudo da obra Entre a Terra e o Céu, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Qual o nome do ancião desencarnado que viera buscar ajuda de Antonina?

Ele se cha­mara Leonardo Pires e havia desencarnado vinte anos antes. Empregado do Mare­chal Guilherme Xavier de Souza quando jovem, envenenara José Esteves quando ambos integravam as for­ças brasileiras acampadas em Piraju, no Paraguai. O crime ocorreu num domingo de festa em campanha: 11 de julho de 1869. Uma missa fora ce­lebrada em pleno campo e o Conde d'Eu se encontrava presente. Leonardo não estava, porém, interessado nas palavras do sacerdote ou do Genera­líssimo. Sua mente só pensava numa coisa: vingança! (Entre a Terra e o Céu, cap. VII, pp. 46 a 48.)

B. A vítima de Leonardo Pires o atormentava realmente?

Não. José Esteves já reencarnara e estava, no momento, em outros setores de luta. O homicida é que, por remorso, vivia com a imagem da vítima que se revitalizava, cada dia, em sua memória, ao influxo das sugestões da própria consciência culpada. Era a Lei de causa e efeito a cumprir-se, naturalmente. (Obra citada, cap. VII, pp. 48 e 49.)

C. Por que nos é necessária a luta na carne?

O assunto surgiu em face destas palavras de Antonina, ditas quando se encontravam num lugar belíssimo situado numa estância espiritual: "Por que não transformar esta excursão em transferência definitiva? Pesa o corpo, à maneira de insuportável cruz de carne, quando conseguimos sentir a Ter­ra, de longe..." "É verdade – concordou a outra irmã –, por que não nos é dado permanecer, olvidando os pesares e os dissabores do mundo?" Atento ao que elas diziam, Clarêncio respondeu, carinhoso: "Compreendemos, compreendemos quanta inquietação punge o espírito re­encarnado, mormente quando desperto para a beleza da vida superior, entretanto, é indispensável saibamos louvar a oportunidade de servir, sem jamais desmerecê-la". E acrescentou: "Achamo-nos ainda distantes da redenção total e todos nós, com alternativas mais ou menos longas, devemos abraçar a luta na carne, de modo a solver com dignidade nossos velhos compromissos. Somos viajores nos milênios incessantes. Ontem fomos auxiliados, hoje nos cabe auxiliar". (Obra citada, cap. VIII, pp. 50 e 51.)

Texto para leitura

17. Esteves é assassinado - O ancião disse ter sido tomado pelo ódio e prometeu vingar-se, o que fez algum tempo depois, envenenando Esteves. Mais tarde, casou-se e organizou grande família. Devotado à religião, desfrutara os benefícios dos santos sacramentos e julgava que tudo es­tivesse solucionado; todavia, após a morte do corpo físico, longe de encontrar o céu que lhe parecia cada vez mais distante, reconhecia que sua vítima continuava a persegui-lo por dentro... "Faz muito anos que me despedi dos ossos fatigados – relatou a entidade – e perambulo, aflito e infeliz, dentro de mim!... A princípio, procurei o sepulcro, na esperança de soerguer meus restos e, escondendo-me neles, esque­cer... esquecer... Compreendendo, porém, que meu desejo era de todo frustrado, fugi para sempre do lugar que me asila os despojos e devoro ruas e praças, buscando autoridades que me socorram..." André, afa­gando-lhe a cabeça branca, dirigiu-lhe palavras de consolo: "Acalme-se, meu irmão! quem de nós não terá desacertado no caminho da vida? sua dor não é única... Também nós trazemos o espírito pejado de afli­tivas recordações. As lágrimas de desesperação desajudam a alma..." Em seguida, pediu-lhe que esclarecesse melhor os fatos a que se reportara inicialmente, mas a lembrança de Esteves novamente o levou a uma si­tuação aflitiva, como se forças terríveis o comprimissem. E, nesse es­tado, o velhinho confessou: "Ah! não posso continuar!... Ele, nova­mente ele, a crescer dentro de mim! Observa-me com asco e ainda lhe ouço as últimas palavras no estertor da morte..." (Cap. VII, págs. 44 a 46)

18. O caso Leonardo Pires - André conclamou-o a que tivesse fé. Ele respondeu que costumava rezar e informou: "Há alguns dias, fui à Igreja do Ro­sário, recordando como sempre a visita que fiz até lá, na véspera de minha partida para a guerra, e tanto rezei que tive a feli­cidade de ver o Marechal, que me apareceu, de súbito..." (Referia-se ao Marechal Guilherme Xavier de Souza, seu amigo e protetor, por oca­sião da guerra em causa.)  "Estava mais moço e incompreensivelmente refeito... Roguei-lhe proteção, ao que me respondeu, informando que o meu caso seria to­mado em apreço, que eu descansasse, pois ainda que os nossos erros se­jam grandes, maior é a compaixão de Deus que nunca nos desampara..." Exibindo, no entanto, um gesto de profundo abatimento, o homicida acrescentou: "Mas, até agora, não tive o menor sinal de reno­vação do caminho..." André o confortou e prometeu ajudá-lo, e, no mo­mento em que o infortunado Espírito procurava abraçá-lo, Clarêncio chegou, tra­zendo consigo a irmã que fora buscar em casa. De imediato, o mentor compreendeu o que se passava. Concentrando-se por momentos, ele também se densificou para poder auxiliar com mais presteza. Sau­dado pelo velhinho, afagou-lhe a fronte e logo percebeu que sua mente fixara-se em recordações que o obcecavam. Abraçando-o com paternal ca­rinho, o Ministro indagou: "Que procura, meu irmão?" Ele então expli­cou que vinha suplicar o socorro de sua neta Antonina, a única pessoa que se lembrava dele com amor. Clarêncio colocou a destra sobre a ca­beça do inditoso irmão e, em se­guida, resumiu o seu caso. Ele se cha­mara Leonardo Pires, desencarnado vinte anos antes. Empregado do Mare­chal Guilherme Xavier de Souza, quando jovem, envenenara José Esteves, quando ambos integravam as for­ças brasileiras acampadas  em Piraju, no Paraguai. O crime ocorreu num domingo de festa em campanha: 11 de julho de 1869. Uma missa fora ce­lebrada em pleno campo e o Conde d'Eu se encontrava presente. Leonardo não estava, porém, interessado nas palavras do sacerdote ou do Genera­líssimo. Sua mente só pensava numa coisa: vingança! (Cap. VII, págs. 46 a 48)

19. Reflexos da consciência de culpa - Leonardo se aproximou de Este­ves, que contava na época trinta anos de idade, e convidou-o, finda a festa, para uma refeição mais íntima. Juntos, comentaram entusiásticos as noitadas do Rio, ansiosos pelo retorno às seduções da retaguarda. Esteves estava loquaz e confiante no amigo, até que este lhe ofereceu um copo de vinho com o veneno fatal... Esteves bebeu, experimentou es­tranhas vertigens e morreu praguejando... As autoridades, embora cien­tes de que o soldado fora envenenado, julgaram o silêncio mais acer­tado e por isso o caso fora encerrado sem maior investigação... Leo­nardo seguiu em campanha e procurou esquecer o ocorrido. Conviveria ainda com Lola por mais algum tempo, mas, de volta à terra natal, de­sinteressou-se dela e casou-se no Brasil, deixando vários descenden­tes... Ao desencarnar, no leito de morte reconheceu que a lembrança do crime lhe castigava o mundo interior. Olvidou, pois, quase todos os episódios da existência para centralizar-se apenas nesse... José Este­ves já reencarnara e estava, no momento, em outros setores de luta, mas o homicida vivia com a imagem da vítima que se revitalizava, cada dia, em sua memória, ao influxo das sugestões da própria consciência culpada. Era a Lei de causa e efeito a cumprir-se, naturalmente... (Cap. VII, págs. 48 e 49)

20. Uma deliciosa excursão - O ancião nenhum interesse revelou ante a descrição feita por Clarêncio, mas ao ver Antonina, desprendida do corpo físico, em momento de sono, bradou: "Antonina! Antonina!... So­corre-me. Tenho medo! muito medo!..." A jovem mulher, que fora do corpo denso se mostrava muito mais delicada e mais bela, fixou-o, triste, e inquiriu: "Vovô, que fazes?" Leonardo curvou-se e implorou: "Ajuda-me! Todos na família me esqueceram, com exceção de ti. Não me abandones!... Ele, o meu ferrenho inimigo, me tortura por dentro. As­semelha-se a um demônio, morando em minha consciência..." Ao dizer tais palavras, o velhinho tentava enlaçar a neta, mas Clarêncio inter­feriu, indicando André e Hilário: "Ouça, amigo! Nossos irmãos promete­ram am­pará-lo e, decerto, cumprirão a palavra. Nossa abnegada Anto­nina, no momento, precisa ausentar-se, em nossa companhia, por algumas horas". E abraçando-o, paternal, pediu-lhe: "Você pode igualmente auxiliá-la. Guarde-lhe a casa, enquanto os meninos repousam. Amanhã, receberá, por sua vez, o socorro de que necessita". Leonardo sorriu conformado e aquietou-se. O pequeno grupo saiu, então, para a noite, em direção ao sítio onde se encontrava o filho de Antonina. Entrela­çando as mãos, e conservando as duas irmãs no circuito fechado de suas forças, eles iniciaram a formosa romagem. Viajando com a rapidez do pensamento, em breve atingiram formosa paisagem, banhada de suave luz, em que um par­que imponente e acolhedor se distendia. As duas mães se mostravam ex­táticas e felizes, e Antonina, apoiada em Clarêncio, como uma filha nos braços de um pai, inquiriu, maravilhada: "Por que não transformar esta excursão em transferência definitiva? Pesa o corpo, à maneira de insuportável cruz de carne, quando conseguimos sentir a Ter­ra, de longe..."  "É verdade – concordou a outra irmã –, porque não nos é dado permanecer, olvidando os pesares e os dissabores do mundo?" Atento ao que elas diziam, Clarêncio respondeu, carinhoso: "Compreendemos, compreendemos quanta inquietação punge o espírito re­encarnado, mormente quando desperto para a beleza da vida superior, entretanto, é indispensável saibamos louvar a oportunidade de servir, sem jamais desmerecê-la". E acrescentou: "Achamo-nos ainda distantes da redenção total e todos nós, com alternativas mais ou menos longas, devemos abraçar a luta na carne, de modo a solver com dignidade nossos velhos compromissos. Somos viajores nos milênios incessantes. Ontem fomos auxiliados, hoje nos cabe auxiliar". (Cap. VIII, págs. 50 e 51) (Continua no próximo número.)
 

 


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