WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco
 
 

Estudando a série André Luiz
Ano 3 - N° 125 – 20 de Setembro de 2009

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Entre a Terra e o Céu

André Luiz

(Parte 2)

Continuamos a apresentar o estudo da obra Entre a Terra e o Céu, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. A obsessão pode ter como causa o ciúme?

Sim. E essa era a causa da constrição obsessiva que Odila movia sobre Zulmira, que se havia casado com o ex-marido da falecida. Empe­nhada em combater aquela que considerava sua rival, Odila imantava-se à ou­tra, através do veículo perispirítico, na região cerebral, domi­nando-lhe a complicada rede de estímulos nervosos e influenciando-lhe os centros metabólicos, com o que lhe alterava profundamente o funciona­mento orgânico. (Entre a Terra e o Céu, cap. III, pp. 18 a 20.)

B. É correta a ideia de interferir nesse processo afastando o obsessor?

Não. Trata-se de um equívoco, como explicou a André e Hilário o ministro Clarêncio: "A violência não ajuda. As duas se encontram ligadas uma à outra. Separá-las à força seria a dilaceração de consequências imprevisíveis". "A exasperação da mulher desencarnada pesaria demasiado sobre os centros cerebrais de Zulmira e a lipotimia poderia acarretar a paralisia ou mesmo a morte do corpo." Hilário, contrafeito, indagou então se não seria justo afastar o algoz da vítima. Clarêncio, após mostrar os riscos decorrentes da separação pela força, esclareceu que, no caso, era preciso atuar na elaboração dos pensamentos da irmã que tomara a iniciativa da perseguição. Era imprescindível dar outro rumo à vontade dela, deslocando-lhe o centro mental e confe­rindo-lhe outros interesses e diferentes aspirações. Para isso, a pre­paração era indispensável. (Obra citada, cap. III, pp. 20 a 22.)

C. Se Zulmira não era culpada da morte do menino Júlio, por que se atormentava tanto ao lembrar o episódio do afogamento?

De fato, Zul­mira não fora a autora, mas desejara a morte da criança, chegando mesmo a favorecê-la. O afeto de Amaro pelo filho não tinha sido assimilado pela jovem esposa, que, ralada de despeito, passou a ver em Júlio um adversário de sua felici­dade doméstica, chegando até a provocar-lhe um ódio crescente, a ponto de suspirar pela morte do rapazinho. No instante do afogamento, a criança gritou pedindo-lhe ajuda e ela poderia ter retrocedido alguns passos, sal­vando-a. Vencida, no entanto, pelos sinistros pensamentos que a domi­navam, esperou que o mar concluísse o horrível trabalho e só então clamou por socorro. Quando Amaro acorreu, já era tarde. (Obra citada, cap. IV, pp. 23 a 25.)

Texto para leitura

5. O caso Evelina - Odila, a mãe da jovem, não se resignara ainda com a perda da primazia feminina em seu lar. Fazia dois anos que Eulália se empenhava por dissuadi-la, mas a genitora de Evelina vivia enove­lada nos laços escuros do ciúme e nada ouvia. O egoísmo a fazia esque­cer os compromissos abraçados. Zulmira, por sua vez, a segunda esposa de Amaro, desde a morte de Júlio caíra em profundo abatimento. O pe­queno Júlio, filho de Amaro, morrera afogado, consoante as provas de que se fez devedor. Como Zulmira, por não amá-lo, chegou a desejar o seu desaparecimento, ela se acreditava culpada pelo acontecimento... Evelina, além da perda do irmão, ocorrida em trágicas circunstâncias, achava-se desorientada, entre o pai aflito e a segunda mãe em deses­pero. Chorando, comovedoramente, diante da fotografia de Odila, ela pedia proteção à mãe, sem saber que esta, envolvida nas teias das pró­prias criações mentais, não estava em condições de ajudá-la. Sua in­sistência na rogativa fora tanta, que as preces, quebrando a direção, chegaram até à Colônia: eis a oração refratada. Como a mãe não poderia ajudá-la, a súplica da jovem, desferida em elevada frequência, varou os círculos inferiores e buscou o apoio que não lhe faltará jamais. Clarêncio informou-se das minúcias do caso e dois dias depois, acom­panhado por Eulália, Hilário e André, rumou para a residência de Eve­lina, situada num dos bairros do Rio de Janeiro. O relógio marcava 21 horas quando eles chegaram. Amaro, o pai, lia um manual de mecânica. "Este é Amaro, o chefe da casa", informou Clarêncio. "Tem, no longo pretérito, com­plicados compromissos. Em muitas ocasiões, usou projetis e lâminas de ferro para o mal. Hoje, é servidor categorizado numa fer­rovia..." Eve­lina, que contava 14 anos, estava em seu quarto bordando iniciais num lenço de linho. Magra e triste, não assinalou a presença das Entida­des, mas, ao contacto das mãos espirituais de Clarêncio, re­velou inde­finível contentamento interior. O Ministro informou que Eve­lina estava ligada aos pais, através de imenso amor, desde séculos re­motos. Nesta existência ela viera ao encontro de criaturas e situações das quais ne­cessitava para a própria ascensão, mas trouxe também con­sigo a tarefa de auxiliar os pais. Naquele momento, disse o Benfeitor, ela acredi­tava-se amparada pela mãe, contudo, pelos méritos já acumu­lados na vida espiritual, era ela quem continuava a socorrer o coração materno, ainda em luta... (Cap. II, págs. 15 a 17)

6. Ciúme e obsessão - Zulmira, com quem Amaro se casara em segundas núpcias, era uma jovem de vinte e cinco anos, cujo rosto delicado pa­recia haver saído de uma tela preciosa. A mulher estava, porém, in­quieta, e seus olhos revelavam o pavor de que se achava possuída, em face da constrição obsessiva que lhe era movida por Odila. Recostada num travesseiro, esta mantinha a destra sobre a medula alongada de Zulmira, como se quisesse controlar-lhe as impressões nervosas, e fios cinzentos que lhe fluíam da cabeça envolviam-lhe o centro coronário, obliterando-lhe os núcleos de força. Nem uma nem outra perceberam que André Luiz se aproxi­mara. A obsessão tinha por causa o ciúme. Empe­nhada em combater aquela que considerava sua rival, Odila imantava-se à ou­tra, através do veículo perispirítico, na região cerebral, domi­nando-lhe a complicada rede de estímulos nervosos e influenciando-lhe os centros metabólicos, com o que lhe alterava profundamente o funciona­mento orgânico. André indagou por que ela não reagia à ação obsessiva. Clarêncio elucidou: "Porque Zulmira, a nossa amiga encar­nada, caiu no mesmo padrão vibratório. Ela também se devotou ao marido com egoísmo aviltante". E informou que a jovem mulher nutria ciúme do carinho que Amaro devotava aos filhos do primeiro matrimônio. Zulmira revoltava-se, choramingava e doía-se constantemente, diante das meno­res manifestações de ternura paternal, entrelaçando-se, por isso mesmo, com as desvairadas energias da falecida ciumenta. E seu doentio ciúme era tanto, que ela chegou até a desejar a morte de uma das crianças, porque pretendia possuir o coração do amado com absoluto ex­clusivismo. Como Amaro era mais devotado ao menino Júlio, então com oito anos, a mulher emitiu muitas vezes, silenciosamente, o anseio de vê-lo afogar-se na praia em que costumeiramente se banhavam. Certa manhã, custodiando os enteados, separou Evelina do irmão, permitindo ao menino mais ampla incursão nas águas. O objetivo foi atingido. Uma onda rápida surpreendeu o garoto, arrojando-o ao fundo. Júlio morreu. O sofrimento de todos foi enorme e Amaro sentiu-se psiquicamente dis­tanciado da segunda esposa, classificando-a como relaxada e cruel com seus filhos. Zulmira, acabrunhada com o acontecimento e guardando con­sigo a responsabilidade indireta pelo desastre, caiu obsidiada ante a influência da rival que a subjugava. (Cap. III, págs. 18 a 20)

7. A violência não ajuda na desobsessão - Elucidando o caso, Clarêncio observou: "O sentimento de culpa é sempre um colapso da consciência e, através dele, sombrias forças se insinuam... Zulmira, pelo remorso destrutivo, tombou no mesmo nível emocional de Odila e ambas se digla­diam, num conflito de morte, inacessível aos olhos humanos comuns. É um caso em que a medicina terrestre não consegue interferência". André notou que Odila, como se registrasse, por intuição, a presença dos Mentores, agarrou-se à encarnada com mais força e gritou: "Ninguém a libertará! Sou infeliz mãe espoliada... Farei justiça por minhas pró­prias mãos!..." E dirigindo-se à enferma, clamava: "Assassina! Assas­sina!... Mataste meu filhinho! Morrerás também!..." Claro que Zulmira nada ouvia, mas, envolta na onda magnética que a enlaçava, sentia-se morrer. Hilário e André fizeram menção de interferir, afastando a en­tidade, mas Clarêncio deteve-os, advertindo: "A violência não ajuda. As duas se encontram ligadas uma à outra. Separá-las à força seria a dilaceração de consequências imprevisíveis". "A exasperação da mulher desencarnada pesaria demasiado sobre os centros cerebrais de Zulmira e a lipotimia poderia acarretar a paralisia ou mesmo a morte do corpo." (N.R.: Lipotimia é o mesmo que síncope, delíquio, desmaio: queda sú­bita da pressão arterial ou colapso circulatório, acompanhado de perda mais ou menos completa da consciência.) Hilário, contrafeito, indagou então se não seria justo afastar o algoz da vítima. Clarêncio, após mostrar os riscos decorrentes da separação pela força, esclareceu que, no caso, era preciso atuar na elaboração dos pensamentos da irmã que tomara a iniciativa da perseguição. Era imprescindível, justificou, dar outro rumo à vontade dela, deslocando-lhe o centro mental e confe­rindo-lhe outros interesses e diferentes aspirações. Para isso, a pre­paração era indispensável. Uma doutrinação pura e simples seria cabí­vel, mas não suficiente. "Nossa intervenção no campo espiritual de Odila – explicou o Ministro – deve ser envolvente e segura para evi­tar choques e contra choques, que repercutiriam desastrosamente sobre a outra. Nem doçura prejudicial, nem energia contundente..." Era neces­sário, segundo o Benfeitor, buscar alguém que já tivesse amealhado na alma bastante amor e entendimento para conversar com o poder criador da renovação. E mencionou que irmã Clara seria a pessoa indicada. Da parte deles, o que seria possível era apenas a dispensação de algum alívio e nada mais. Foram então aplicados passes calmantes, de longo curso, em Zulmira, e esta adormeceu. (Cap. III, págs. 20 a 22)

8. A culpa de Zulmira - A enferma ausentou-se do corpo, mas não des­frutava a paz que se estampara na máscara física. Odila a dominava acusando-a pela morte de Júlio: "Destroçarei tua vida, não me furtarás o afeto de Amaro... Armarei o coração de Evelina contra ti!..." Zul­mira respondia-lhe não ter culpa na morte do menino, mas Odila conhe­cia os seus pensamentos e desejos e se aproveitava disso para afligi-la. Zulmira desembaraçou-se, então, de re­pente, dos braços que a opri­miam e correu para fora, seguida pela ou­tra. Clarêncio comentou que, quando ela conseguia sossegar o corpo, caía em frequentes pesadelos, e propôs ao grupo segui-las, aditando que elas se dirigiam à praia onde se deu a morte do pequenino, visto que Zulmira ainda não se libertara das aflitivas reminiscências de que estava possuída. André estranhava o rumo dos acontecimentos. Ora, se ela não era a autora do crime, por que tamanha provação? De fato, Zul­mira não fora propriamente a autora, mas desejara a morte da criança, chegando mesmo a favorecê-la. O afeto de Amaro pelo filho não tinha sido assimilado pela jovem esposa, que, ralada de despeito, passou a ver em Júlio um adversário de sua felici­dade doméstica. Contra Eve­lina, a madrasta nada sentia, mas o pequeno a excitava, chegando até a provocar-lhe um ódio crescente, a ponto de suspirar pela morte do rapazinho. No instante do afogamento, a criança gritou pedindo-lhe ajuda e ela poderia ter retrocedido alguns passos, sal­vando-a. Vencida, no entanto, pelos sinistros pensamentos que a domi­navam, esperou que o mar concluísse o horrível trabalho e só então clamou por socorro. Amaro acorreu, precipite, mas já era tarde... (Cap. IV, págs. 23 a 25) (Continua no próximo número.)


 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita