WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco
 
Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 125 - 20 de Setembro de 2009

EDUARDO AUGUSTO LOURENÇO
eduardoalourenco@hotmail.com
Americana, São Paulo (Brasil)


A importância do casamento
e da família

 Deus ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne? Assim já não são mais dois, mas
uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o
homem
.”
(Mateus 19:5-6)


 
O homem através da revolução da caça cultivou em si, como em toda humanidade também, um alto grau de cooperação humana, o desabrochar do nobre sentimento chamado amor e a capacidade de repartir; desenvolvendo a inteligência, e possuindo capacidade muito superior do que a das outras espécies.
 

Principalmente os homens paleolíticos que foram se diferenciando sempre mais dos seus antepassados. Eles desenvolveram sua vida em sociedade, suas atitudes e hábitos sociais, como a vida familiar, a vida em grupos, a participação coletiva. Neste período introduziram cerimônias religiosas, aperfeiçoaram a arte, o artesanato, passaram a construir casas e abrigos, a fazer agasalhos, descobriram o fogo e inventaram os meios de comunicação e transporte.  

A organização social se baseava em pequenos grupos humanos, e unidos por laços familiares. Com o passar do tempo a vida em grupo evoluiu e começaram a se organizar socialmente. Havia uma divisão simples do trabalho de acordo com a idade e o sexo, onde as mulheres cuidavam das crianças e, juntamente com elas, eram responsáveis pela coletas de frutos e raízes; os homens caçavam, pescavam e defendiam o território, sempre realizavam as tarefas em grupo. 

A grande verdade é que, desde os primórdios da civilização, os homens se agruparam em torno de algo ou de alguém, construindo uma família, o mecanismo social de origem mais primitiva já reconhecida. Os agrupamentos humanos apresentaram-se no decorrer dos séculos sob diversas formas e com diferentes finalidades. 

Sabemos que num primeiro momento histórico não havia normas que disciplinassem as uniões, inexistindo entre os homens e as mulheres vínculos de exclusividade e responsabilidade; nesta fase primitiva da evolução do homem ainda animalesco, as relações sexuais eram indiscriminadas e praticadas por todos os membros do grupo ou tribo, tendo-se como exemplo a poligamia, onde um homem desposava várias mulheres, e a poliandria, onde uma única mulher possuía mais de um homem, bem como o chamado “matrimônio em grupo”. Os homens e as mulheres viviam de forma nômade e sem regras orientadoras de convivência, sendo muito comum a promiscuidade entre eles. 

As relações entre os homens e as mulheres eram guiadas pela paixão fugaz, sem qualquer freio moral ou social, sem qualquer organização ou ordem preestabelecida. Teriam sido características deste primeiro momento da evolução social: a indisciplina, a irregularidade, a transitoriedade. A força bruta e a resistência física teriam sido primordiais neste primeiro momento. 

Allan Kardec pergunta na questão 701 de “O Livro dos Espíritos” – Qual das duas, a poligamia ou a monogamia, é a mais conforme a lei natural? 

Resposta – “A poligamia é uma lei humana, cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, deve fundar-se na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não há verdadeira afeição: não há mais do que sensualidade. 

Se a poligamia estivesse de acordo com a lei natural, devia ser universal, o que, entretanto, seria materialmente impossível em virtude da igualdade numérica dos sexos”. 

Entretanto, com a evolução e o progresso no campo moral, onde o homem começa a usar a razão e as emoções mais salutares, deixando as paixões e os instintos primários, passa então a exercer e a praticar a natureza monogâmica, tendo como ponto de partida um agrupamento familiar mais nobre e belo, sob os cuidados da mulher e do homem, e passam a vivenciar esta instituição sagrada, que é o meio que nos propaga a reencarnação e a educação pautada nos ensinamentos de Jesus, usando a pedagogia do amor acima de tudo. 

Os homens, que antes eram andarilhos em busca de terra fértil, conseguem estabelecer moradas fixas e viver da agricultura e a mulher passa ser autoridade máxima dentro do núcleo familiar, o que foi chamado de período matriarcal. Neste período, a figura feminina foi praticamente venerada pelos homens que a comparavam com a terra, a geradora da vida e a supridora das necessidades humanas. Ao redor dela foi considerada como figura principal para que pudessem ser geradas as famílias e fossem garantidos os primeiros vínculos de parentesco. Considerando que, na sua origem, a família tem um caráter matriarcal, pois a madre sempre é conhecida e é a partir dela que o filho cresce, se alimenta e se educa. 

Nos primeiros núcleos familiares, a segurança gerada pelos clãs constituídos, ainda que de forma muito primitiva aos seus membros, era muito mais relevante que a consanguinidade. Exercendo uma função de protetora contra as agressões externas, em um momento histórico de fragilidade do Estado, a família começou a se fortalecer. O parentesco somente passou a ser observado nas famílias gregas e nas famílias romanas, identificando-se com o culto aos antepassados. 

Com a perpetuação da própria espécie, pela união da tribo, percorrendo um caminho lento e progressivo, com a transformação deste ser inteligente que aos poucos foi se autoconhecendo, e a criação da família, deu-se o casamento que é uma instituição antiga, nascida dos costumes, incentivada pelo sentimento moral e religioso e na atualidade completamente incorporada ao direito pátrio.

Historicamente, o casamento tinha o objetivo na gerência da estabilidade social, sendo mais importante do que o amor entre os casais. As funções do casamento voltavam-se para a criação dos filhos, a transmissão de valores, servindo como núcleo econômico e organizador das tarefas diárias da vida.  

O casamento aos olhos humanos foge da verdadeira realidade do matrimônio conjugal, muitos interesses pessoais às vezes são colocados em primeiro lugar, principalmente financeiros, esquecendo-se da real essência da união entre homem e mulher.  

A Doutrina Espírita vem nos ensinar que o verdadeiro casamento é a união de almas que se comprometeram antes mesmo de reencarnar, resgatando algumas lições que foram interrompidas por interesses pessoais, paixões avassaladoras, traições e débitos gerados por atos impensados violentamente. Almas que estão algemadas pelo egoísmo, orgulho e vaidade. Por isso nos alerta o Espírito Emmanuel no livro “Sexo e Vida”, dizendo que: “inteligências que traçaram entre si a realização de empresas afetivas ainda no Mundo Espiritual, criaturas que já partilharam experiências no campo sexual em estâncias passadas, corações que se acumpliciaram em delinquência passional, noutras eras, ou almas inesperadamente harmonizadas na complementação magnética, diariamente compartilham as emoções de semelhantes encontros, em todos os lugares da Terra”. 

O casamento é um progresso na marcha da Humanidade, diz a Doutrina dos Espíritos, porque é a criação da instituição denominada família. Diz “O livro dos Espíritos” que: “A união livre e fortuita dos sexos pertence ao estado de natureza. O casamento é um dos primeiros atos do progresso nas sociedades humanas porque estabelece a solidariedade fraterna e se encontra entre todos os povos, embora nas mais diversas condições. A abolição do casamento seria, portanto, o retorno à infância da humanidade e colocaria o homem abaixo mesmo de alguns animais, que lhe dão o exemplo das uniões constantes”.

Sabemos que os verdadeiros elos que unem uma família não são, pois, os da consanguinidade, mas são as afinidades, os pensamentos e os sentimentos que cada um guarda consigo próprio. Diz o livro “O Evangelho segundo o Espiritismo”: “De onde se segue que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito do que se o fossem pelo sangue; podem se atrair, se procurar, dar-se bem juntos, enquanto dois irmãos consanguíneos podem se repelir, como se vê todos os dias; problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências”.  

Esta maravilhosa instituição familiar será, para o futuro ser reencarnante, seu abrigo. O primeiro passo da educação começa no lar, resgatando valores e sentimentos que enobrecem o Espírito, preparando para a vida estas pequenas criaturas que serão os futuros cidadãos, que têm seus deveres e que devem ser educados para servir seu próximo, amando seus semelhantes como a si mesmo, colocando-se sempre no lugar do outro antes mesmo de tomar qualquer atitude.

Nos assuntos que mencionam os complexos conflitos familiares, o Espiritismo nos ensina que através deste núcleo familiar resgatamos débitos e faltas cometidas em vidas pregressas; na grande maioria dos casamentos, é uma forma de solucionarmos nossos problemas em outras existências, pois geralmente nossos desafetos acabam se encontrando em nossa família. Temos então a oportunidade de perdoar, tolerar, compreender e, principalmente, aprender amar. 

A destruição da família, como do casamento, é fruto da intolerância, do egoísmo, da infantilidade espiritual; indivíduos que são influenciados por modismos, comportamentos extremamente sexual, desejos pautados no materialismo, na desvalorização do ser humano, que é transmitida por vários meios de comunicação de massa, induzindo ao consumismo das fantasias sexuais, da beleza passageira, dos padrões extravagantes e bizarros, da autodestruição íntima, esquecendo do verdadeiro sentimento religioso, da fé, da esperança que se perde nos vícios de caráter, diminuindo sensivelmente a nossa capacidade de suportar o sofrimento.



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita