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Estudando as obras de Kardec
Ano 3 - N° 124 – 13 de Setembro de 2009 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1864

Allan Kardec 

(Parte 13)

Damos prosseguimento nesta edição ao estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1864. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado em 26 partes, com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Kardec disse que a data de 1º de maio de 1864 ficaria marcada nos anais do Espiritismo. Por quê?

Ele disse isso porque essa data assinala a decisão da sagrada congregação do Índex concernente à proibição de suas obras. “Se uma coisa causou admiração aos espíritas, é que tal decisão não tenha sido tomada mais cedo”, observou então o Codificador. (Revue Spirite de 1864, pág. 190.) 

B. Um novo conceito foi adotado na Revue por Kardec: “espírita de fato”. Que significa essa expressão?

Kardec usou-a no texto seguinte: “Quem quer que partilhe de nossas convicções relativas à existência e à manifestação dos Espíritos e das consequências morais daí decorrentes é espírita de fato, sem que seja necessário estar inscrito num registro ou matrícula ou receber um diploma”, ideia que alarga de forma clara o conceito de espírita. (Obra citada, pág. 197.)

C. Qual é, na visão de Kardec, a missão do Espiritismo?

A missão do Espiritismo é, conforme palavras textuais do Codificador, combater a incredulidade pela evidência dos fatos e reconduzir a Deus os que o desconhecem. (Obra citada, pág. 198.)

Texto para leitura

150. Querendo convencer-se da verdade contada por Irmã Maria, o abade ordenou ao Espírito sofredor que tomasse o crucifixo da parede e o pusesse sobre o peito da enferma; ele obedeceu imediatamente. Depois, a pedido do abade, ele recolocou o crucifixo na parece e fez mover-se a pia d’água. Chamado à cela, padre Chambon repetiu as ordens e os fenômenos ocorreram outra vez, na presença de outras pessoas, como o Cônego Digoine e o padre Robert. (P. 187)

151. Na seção de variedades, o número de junho faz o seguinte registro: “A data de 1o de maio de 1864 será marcada nos anais do Espiritismo, como a de 9 de outubro de 1861. Ela lembrará a decisão da sagrada congregação do Índex, concernente a nossas obras sobre o Espiritismo. Se uma coisa causou admiração aos espíritas, é que tal decisão não tenha sido tomada mais cedo”. (N.R.: O dia 9 de outubro de 1861, e não 1862, como está na edição publicada pela Edicel, lembra-nos a execução do Auto-de-fé de Barcelona.) (P. 190)

152. Diz a Revue que, logo que a Igreja divulgou sua decisão, a maioria das livrarias apressaram-se em pôr as obras espíritas em evidência. Alguns livreiros mais tímidos, por medo, as tiraram das prateleiras, mas não as vendiam menos dentro do balcão. A medida, do ponto de vista legal, era porém inócua, porque a lei orgânica vigente na França estabelece que nenhuma bula, decreto, mandato ou qualquer expediente da Corte de Roma pode ser recebido, impresso ou executado sem autorização do governo. (P. 190)

153. Sob o título Perseguições militares, o número de junho lembra que, embora contando numerosos representantes no seio do Exército francês, existiam regimentos em que o Espiritismo encontrava adversários declarados, que interditavam formalmente os seus subordinados de dele se ocupar, fora as perseguições de praxe. O conselho de Kardec era que todos se submetessem sem murmúrio à disciplina hierárquica, esperando com paciência dias melhores. “Essas pequenas perseguições são provações para sua fé e servem ao Espiritismo, em vez de o prejudicar”, afirma o Codificador. “Devem julgar-se felizes por sofrer um pouco por uma causa que lhes é cara.” (PP. 190 e 191)

154. Finalizando a edição de junho, a Revue refere que o dia 3 de abril de 1864 foi um momento de grande festa para a comuna de Cempuis, perto de Grandvilliers, Oise. Milhares de pessoas ali estiveram reunidas para uma tocante cerimônia em que o Sr. Prévost, membro da Sociedade Espírita de Paris e fundador da casa de retiro de Cempuis e das sociedades de auxílio mútuo do departamento, foi o modesto herói. Imenso cortejo, precedido da banda de Grandvilliers, o conduziu à Prefeitura, onde recebeu medalha de honra por seu devotamento à causa dos que sofrem. (P. 191)

155. O número de julho da Revue traz, logo na abertura, carta do padre A. Barricand, deão da Faculdade de Teologia de Lyon, na qual ele reclama do modo como seu curso sobre Espiritismo foi fantasiado e desfigurado pelo periódico. Segundo o padre, a Vérité faltou à verdade na reportagem que fez sobre os aludidos cursos. (PP. 193 a 195)

156. Ao comentar a carta, Kardec diz que, até ali, o clero havia procurado exagerar o número dos adeptos do Espiritismo, objetivando com isso assustar os católicos, para que estes o repelissem. “Não fomos nós - esclarece Kardec - que dissemos que havia 20 milhões de espíritas na França nem, como numa obra recente, 600 milhões no mundo inteiro, o que equivaleria a mais da metade da população total do globo.” O padre Barricand seguia, portanto, uma tática contrária, atenuando os progressos do Espiritismo, em vez de os exaltar. (P. 197)

157. Revelando ser impossível naquela época saber o número exato de espíritas, o Codificador afirma que o Espiritismo é uma questão de fé e de crença e não de associação. Havia cidades onde não funcionava nenhuma sociedade espírita, embora existissem espíritas. Basear-se, pois, no número de sociedades para determinar o número de adeptos constituía e constitui ainda um erro. (P. 197)

158. “Quem quer que partilhe de nossas convicções relativas à existência e à manifestação dos Espíritos e das consequências morais daí decorrentes - conclui Kardec - é espírita de fato, sem que seja necessário estar inscrito num registro ou matrícula ou receber um diploma.” (P. 197)

159. Após reafirmar que a missão do Espiritismo é combater a incredulidade pela evidência dos fatos e reconduzir a Deus os que o desconhecem, Kardec indaga por que a Igreja lança anátema sobre aqueles aos quais a doutrina espírita dá essa fé. E adverte que repelir os que creem em Deus é constrangê-los a buscar um refúgio fora da Igreja. (P. 198)

160. Geralmente se pensa que a Igreja admite o fogo do inferno como um fogo moral e não como um fogo material. Essa é, pelo menos, a opinião da maioria dos teólogos e de muitos padres. Contudo, não passa de opinião individual, não abonada pela ortodoxia. Segundo o ensino oficial, o fogo do inferno é milhões de vezes mais intenso que o da Terra, e o inferno é uma vasta e sombria caverna, embora no Evangelho nada exista que dê fundamento a tal crença. (PP. 198 e 199)

161. Ao tratar dessa questão, Kardec assevera que a livre discussão do tema, no âmbito da Igreja, constituía um golpe mortal no princípio absoluto da fé cega. O direito de interpretação e de livre exame nesse assunto era, pois, um primeiro passo cujas consequências seriam incalculáveis. (PP. 201 e 202)  (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita