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Estudando as obras de Kardec
Ano 3 - N° 122 – 30 de Agosto de 2009

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1864

Allan Kardec 

(Parte 11)


Damos prosseguimento nesta edição ao estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1864. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado em 26 partes, com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Como a reencarnação, na época de Kardec, era vista nos Estados Unidos?

A ideia da reencarnação não era ainda aceita nos Estados Unidos de maneira geral, embora o fosse individualmente por alguns, se não como um princípio absoluto, ao menos com certas restrições. Exemplo disso é um artigo publicado no jornal Union, de São Francisco, que foi enviado a Kardec pela confreira Pauline Boulay. O artigo versa sobre a reencarnação e afirma que a alma necessita reencarnar para se aperfeiçoar, porque não pode numa única vida material aprender tudo quanto deve saber para compreender a obra de Deus. (Revue Spirite de 1864, pp. 147 a 150.)

B. Que é que Xenofonte registrou sobre a convicção de Ciro a respeito da imortalidade?

Está dito na Ciropedia, de Xenofonte, que nas instruções que Ciro deu a seus filhos, no momento de sua morte, ele mostrou-se convencido da imortalidade da alma e disse até que é durante o sono que a alma mais se aproxima da Divindade e pode muitas vezes prever o futuro, porque, sem dúvida, encontra-se nesse momento inteiramente livre. (Obra citada, pp. 157 e 158.)

C. Que disse Kardec a respeito do livro de Renan sobre a vida de Jesus?

Sem refutar a obra, tarefa que só seria possível através de um outro livro, Kardec observa: “Admitamos (...) que o Sr. Renan não se tenha em nada afastado da verdade histórica. Isto não implica a justeza de sua apresentação, porque ele fez esse trabalho em vista de uma opinião e com ideias preconcebidas”. Percorrendo a Judeia com o Evangelho na mão, o Sr. Renan concluiu que o Cristo tinha existido, mas não viu o Cristo de outra maneira pela qual o via antes. A obra do Cristo era toda espiritual, mas, como o Sr. Renan não crê na espiritualização do ser, nem num mundo espiritual, naturalmente deveria julgar suas palavras do ponto de vista exclusivamente material e, por isso, enganou-se quanto às suas intenções e o seu caráter. (Obra citada, pp. 161 a 163.)

Texto para leitura

126. Nos Estados Unidos o dogma da reencarnação teria vindo chocar-se contra os preconceitos de cor, profundamente arraigados no país. O essencial era fazer aceitar o princípio fundamental da comunicação dos Espíritos. Ressalve-se, porém, que, se a ideia da reencarnação ainda não é aceita nos Estados Unidos de maneira geral, ela o é individualmente por alguns, se não como um princípio absoluto, ao menos com certas restrições, o que já é alguma coisa. (P. 147)

127. Para comprovar sua assertiva, Kardec transcreve em seguida um artigo publicado no jornal Union, de São Francisco, que lhe foi enviado pela confreira Pauline Boulay. O artigo versa sobre a reencarnação e afirma que a alma necessita reencarnar-se para se aperfeiçoar, porque não pode numa única vida material aprender tudo quanto deve saber para compreender a obra de Deus. (PP. 148 a 150)

128. A Revue publica nota sobre uma série de lições públicas que o padre Barricand, professor da Faculdade de Teologia de Lyon, ministrava contra o magnetismo e o Espiritismo no Petit-Collège, de Lyon. De acordo com reportagem publicada pelo jornal Vérité, o padre Barricand valia-se de suas aulas para denegrir a imagem do Espiritismo, além de acusá-lo de estagnação e mesmo redução do número de seus adeptos. (PP. 150 a 153)

129. Bordeaux - diz a Revue - também tem seu curso público de Espiritismo, isto é, contra o Espiritismo, ministrado pelo padre Delaporte, professor da Faculdade de Teologia da cidade. Comentando o assunto, diz Kardec: “Que sairá daí? Um primeiro resultado inevitável: o exame mais aprofundado da questão em todo o mundo; os que não leram, quererão ler; os que não viram, quererão ver. Um segundo resultado será o de fazê-lo tomar a sério por aqueles que nele ainda não veem senão mistificação, pois que os ilustres teólogos o julgam assunto de séria discussão pública”. Um terceiro resultado, segundo Kardec, seria calar o medo do ridículo que ainda segura tanta gente. “Quando uma coisa é discutida publicamente por homens de valor, pró e contra, não se tem mais receio de dela falar.” (PP. 153 e 154)

130. Os rumores que tinham emocionado a cidade de Poitiers haviam cessado, mas parece que os Espíritos barulhentos transportaram o teatro de suas ações para as cercanias daquela cidade. Eis o que o jornal Pays registrou em fevereiro: “Há alguns dias nossa região está preocupada com a presença, em Bois-de-Doeuil, de Espíritos batedores, que espalham o terror em nossos vilarejos. A casa do Sr. Perroche é seu ponto de encontro: todas as noites, entre onze e meia noite, o Espírito se manifesta por nove, onze ou treze pancadas, marcadas por duas e uma e às seis da manhã, pelo mesmo barulho”. A notícia acrescenta que os golpes eram dados à cabeceira de uma cama onde se deitava uma senhora, semimorta de pavor, que pretendia receber as comunicações de um tio do marido, morto havia um mês. (PP. 154 e 155)

131. Um leitor de São Petersburgo escreve relatando um caso relacionado com a vida de Tasso, referido pelo Sr. Suard e inserto na tradução de Jerusalém Libertada, publicada em 1803. Tasso estava persuadido de que era objeto das perseguições de um Espírito que derramava tudo nele, roubava-lhe o dinheiro e retirava de sobre sua mesa tudo quanto lhe servia. O leitor transcreve um texto em que o próprio Tasso conta as peripécias de seu obsessor. (PP. 156 e 157)

132. A Revue publica breve resumo das instruções que Ciro deu a seus filhos no momento de sua morte, conforme é relatado na Ciropedia, de Xenofonte. No documento, Ciro mostra-se convencido da imortalidade da alma e afirma que é durante o sono que a alma mais se aproxima da Divindade e pode, nesse estado, muitas vezes prever o futuro, porque, sem dúvida, encontra-se nesse momento inteiramente livre. (PP. 157 e 158)

133. Na seção de livros novos, a Revue reporta-se a duas obras recentes: “Cartas aos Ignorantes”, de V. Tournier, que reproduz em versos os princípios fundamentais da doutrina espírita, e “A Guerra ao Diabo e ao Inferno”, de Jean de la Veuze, que examina o argumento clerical de que o Espiritismo é uma concepção do diabo. Traçando um rápido esboço do Espiritismo, desde as manifestações da América, o autor mostra que o diabo errou os cálculos, pois salva as almas perdidas e deixa escaparem as que eram suas. O livro, como se vê, é uma crítica espirituosa e alegre do papel que fazem o diabo representar nos últimos tempos, mas contém também pensamentos sérios e profundos. (P. 159)

134. Uma análise do livro do Sr. Renan sobre a vida de Jesus abre a edição de junho. Sem refutar a obra, tarefa que só seria possível através de um outro livro, Kardec observa: “Admitamos (...) que o Sr. Renan não se tenha em nada afastado da verdade histórica. Isto não implica a justeza de sua apresentação, porque ele fez esse trabalho em vista de uma opinião e com ideias preconcebidas”. (PP. 161 e 162)

135. Percorrendo a Judeia com o Evangelho na mão, o Sr. Renan concluiu que o Cristo tinha existido, mas não viu o Cristo de outra maneira pela qual o via antes. A obra do Cristo era toda espiritual, mas, como o Sr. Renan não crê na espiritualização do ser, nem num mundo espiritual, naturalmente deveria julgar suas palavras do ponto de vista exclusivamente material e, por isso, enganou-se quanto às suas intenções e o seu caráter. (PP. 162 e 163)

136. A mais evidente prova disto se encontra nesta estranha passagem de seu livro: “Jesus não é um espiritualista, desde que tudo para ele conduz a uma realização palpável; ele não tem a menor noção de uma alma separada do corpo. Mas é um idealista completo, pois para ele a matéria não passa de signo da ideia e o real a expressão viva do que não aparece”. (PP. 163 e 164)

137. Vê-se assim que todas as suas apreciações decorrem da ideia de que o Cristo só tinha em vista as coisas terrestres. Várias mulheres – diz o Sr. Renan – proviam as suas necessidades. E ele e os apóstolos eram vivedores, que não desdenhavam as boas mesas. “Joana, a mulher de Cusa, um dos intendentes de Antipas, Suzana e outras, que ficaram desconhecidas, o seguiam sem cessar e o serviam”, afirma o Sr. Renan. “Algumas eram ricas e punham, por sua fortuna, o jovem profeta em posição de viver sem exercer o ofício que tinha exercido até então.” (PP. 164 e 165) (Continua no próximo número.)




 


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