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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 119 - 9 de Agosto de 2009

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)

 

Jesus e o mundo

O mundo agrada, mas destrói; Jesus transforma e liberta

“(...) No mundo tereis aflições”, mas “deixo-vos a paz, a minha paz vos dou: não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” – Jesus (João, 16:33; 14:27).

 
Nestes dias tormentosos em que o escalracho moral medra em quase todos os nichos da atividade humana, criando bolsões de dores e escarcéus, em que o senso de honradez perdeu o endereço de Deus, observamos os quadros deprimentes que imperam, como se a Terra fosse um barco à matroca, vergastado pelas ondas gigantes das aflições que a impulsionam na direção dos arrecifes.  

Sem embargo, Jesus está no leme e os Seus Prepostos, incansáveis, lúcidos e atentos, enviam farta messe de recursos que se multiplicam como bálsamos consoladores, como bússolas que indicam a direção correta e segura em meio às procelas. 

É superlativa a carência de paz e harmonia nos corações humanos, e por isso é sempre útil recapitular os pensamentos norteadores dos Amigos Espirituais de hoje esparzidos nos livros espíritas, que nos estimulam a encontrar os recursos morais para fazer frente aos quadros tenebrosos de misérias do mundo em que vivemos, municiando-nos adequadamente para uma travessia segura nas tredas sendas humanas. 

Dentro da planificação divina para a emancipação das criaturas, a Doutrina Espírita se ergue como farol incomparável, mostrando a melhor maneira de se alcançar o porto seguro da paz e da harmonia. 

Quando Jesus afirmou que “cada dia carrega sua preocupação” (1), Ele estava nos convidando a não permanecermos atolados no passado e tampouco apreensivos com relação ao futuro, lecionando imorredoura confiança no Pai Celestial que nunca nos deixará órfãos de Sua Bondade e Misericórdia incomensuráveis. 

Estes são dias de trevas, em que tudo conspira contra a paz e a harmonia, “(...) dias de rapina e agressividade, repletados de miséria e dor”, conforme assinala Joanna de Ângelis (2), que completa: “(...) A fauce hiante das guerras sucessivas devora os homens e as nações que lhes tombam inermes. Enxameiam o ódio e a traição apequenando as criaturas estigmatizadas pela volúpia das ambições desmedidas, na caça ilusória do prazer e do poder...” 

Mas Jesus é a divina e sempiterna lâmpada acesa a nos mostrar o tempo todo o melhor roteiro a seguir. 

Segundo Joanna de Ângelis (3), “são duas as opções diante do ser humano: O mundo e Jesus! O primeiro agrada, é devorador, envolve e passa rápido. A sua existência é irreal, embora necessária para o desenvolvimento e a evolução do Espírito; o Segundo transforma para melhor, mantém a vida, suaviza-a e permanece. A Sua proposta é libertadora, en­grandece e aprimora para sempre... O mundo é meio, Jesus é a meta. 

A verdadeira sabedoria consiste em eleger o Cristo e melhorar a sociedade mundana, trabalhando os seus valo­res e santificando-os, de forma que o processo existencial se faça enriquecedor e infinito. 

As determinantes do mundo são a ilusão, o corpo, o ego. As de Jesus são a realidade, o ser profundo, a vida em plenitude. 

Ninguém chegará ao Cristo sem a travessia pelo mundo, assim como não sairá do dédalo das humanas pai­xões sem a inspiração e a atração d`Ele. 

Utilizar-se dos recursos do século para amar e ser­vir, lapidando as arestas e sublimando os sentimentos, eis como viver no mundo, sem lhe pertencer.*

O filho disse ao pai (narra o Evangelho): – "Dá-me o que me pertence, pois que desejo gozar, desfrutar a vida enquanto sou jovem". 

E o genitor lhe concedeu. Ele foi, desperdiçou tudo, embriagou-se no prazer, exauriu-se, e para sobreviver foi trabalhar em uma pocilga, alimentando-se com o repasto dos suínos. 

Recordou-se, porém, na aflição superlativa que o tomou, que na casa do pai teria melhor tratamento, mais oportunidade, resolvendo retornar ao lar.  Recebido em festa, provocou ciúme no irmão que se postara em casa, fiel, dedicado, honrando a família. O pai, porém, disse a este, que se queixara da for­ma como fora recebido o extravagante, o perdulário: 

– Teu irmão estava perdido e eu o reencontrei, en­quanto que tu sempre estiveste ao meu lado, bem e salvo, por isso é grande a minha alegria com o retorno dele.  Esta­va perdido e eu o reencontrei. 

Da mesma forma, aquele que elege Jesus e se liber­ta do mundo se alegra e se une à família-amor, que o aguar­da e o acata em júbilo, concedendo-lhe felicidade perene”.

Reconhecendo nossas lutas íntimas e o árido proscênio terrestre onde elas são travadas, Joanna de Ângelis, com sua aguçada percepção psicológica, ensina-nos, incentiva-nos e detecta nossas dificuldades e limitações na vida de relação, deixando-nos o seguinte recado (4): 

“(...) Rememorando tuas lutas, desfilam pela mente em agonia, ardendo em febre de sofrimento íntimo, os in­gratos, os traidores, os caluniadores, os perversos, os perseguidores que agora, de longe, esqueceram do quan­to lhes deste, do carinho com que os honraste sem que o merecessem e experimentas uma angústia tão grande que te faz temer pelo próprio equilíbrio, pela razão. 

Aguarda um pouco mais...  A nuvem plúmbea que obscurece o sol do teu discer­nimento, enquanto sofres, passará. Suporta um pouco mais... 

Não planeies para o futuro, nem penses como vi­verás os dias que virão, a sós, em abandono, sorvendo fel sob chuva de sarcasmo e zombaria dos que ficaram ao teu lado, embora longe de ti.    

Vive o agora, atravessa o hoje fazendo o melhor cada dia; a eternidade é a vitória do tempo sobre o pró­prio tempo... O universo resulta do “milagre” do substrato do átomo... 

Toda a vida física na Terra teve início no gelatinoso protoplasma; no entanto, graças ao segundo-a-segundo, manifestam a glória da Criação.

* 

O ingrato é um doente que enlouqueceu ao fugir do teu aconchego; o traidor que procura esquecer, está enganado, en­ganando-se cada vez mais; o caluniador queixa-se, queimando-se no ácido da infâmia que espalha; o perverso jornadeia em soledade incomparável sob tormentos atrozes; o perseguidor está fugindo de si próprio, enquanto se esconde avinagrando o próximo... 

Infelizes, estão procurando esquecer. Mas lembra­rão; a memória os trairá quando a consciência fizer que releiam as leis de Deus nela insculpidas de maneira inamovível. 

Apiada-te, desde agora, pois que perlustras a senda espinhosa que conduz à plena paz; e eles?... 

Como puderam aqueles ingratos, traidores, calunia­dores, perversos e perseguidores anular na mente o que viram, o que receberam, o que tiveram, o que experi­mentaram ao convívio com o Mestre Divino nos cená­rios incomparáveis da Galileia romântica e nobre ou na áspera Judeia fria e severa?!No entanto, não foram os estranhos, os que apenas foram informados so­bre o Rabi, que traçaram as linhas do martírio do Justo... Os falsos representantes do povo que armaram as ciladas e engendraram a crucificação conheciam-nO, sabiam a verdade. Todavia... 

Jesus, porém, sabia com mais segurança que neles estavam escritas as leis do Pai e que, cada um, a seu turno, retornaria à senda para recuperar o tempo per­dido, libertando-se da crueldade que os malsinava. 

Conforta-te ante a lembrança e evocação d'Ele e esquece-os. Romperam os laços contigo e, mesmo so­frendo, estás livre deles, os trânsfugas, para rumares na direção da Grande Luz. 

(...) Não olvidemos que o Espírito cresce na bigorna do sofrimento, sem reações danosas, sem inquietudes...” 

 

Referências:

(1) Mateus, 6:34.

(2) FRANCO, Divaldo. Otimismo. 6.ed. Salvador: LEAL, 1998, p. 12.

(3) FRANCO, Divaldo. Sendas luminosas. 2.ed., Votuporanga: DIDIER, 2002, cap. 23.

(4) FRANCO, Divaldo. Lampadário espírita. 2.ed., Rio de Janeiro: FEB, 1971, cap. 49, pp. 200-202.          

 

      


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