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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 118 - 2 de Agosto de 2009

JOSÉ ARGEMIRO DA SILVEIRA
joseargemirosilveira@gmail.com
Ribeirão Preto, São Paulo (Brasil)
 

A parábola das dez virgens


Então o reino dos céus é semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. Cinco dentre elas eram néscias, e cinco prudentes. As néscias, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo; mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, juntamente com as lâmpadas. Tardando o noivo, toscanejaram todas e adormeceram. Mas à meia-noite ouviu-se um alarme: Sai ao encontro! Eis o noivo que chega! Então se levantaram todas aquelas virgens e prepararam as suas lâmpadas. E disseram as néscias às prudentes: Dai-nos do vosso azeite porque as nossas lâmpadas se estão apagando. Porém as prudentes retrucaram: Talvez não haja bastante para nós e para vós; ide antes aos que o vendem e comprai-o para vós. Enquanto foram comprá-lo, veio o noivo; e as que estavam apercebidas, entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. Depois vieram as outras virgens e disseram: Senhor, Senhor, abre-nos a porta. Ele respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço. Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora.” 

O termo “virgens” não se refere a corpos, mas simboliza a alma de quem procura se resguardar espiritualmente das corrupções do mundo. As dez virgens numa festa de bodas se explica pelo costume judaico de formarem as amigas da noiva um cortejo, recebendo o noivo à entrada da casa para conduzi-lo até a nubente, no interior. As lâmpadas (tochas, fachos luminosos) eram necessárias para iluminar o caminho, pois as núpcias se realizavam à noite.  

O ensinamento deste conto é claro. Refere-se a esta nossa existência, a qual representa uma das oportunidades que nos são concedidas e preparadas para melhorarmos nosso estado e condições, como aquele banquete nupcial constituiu para as donzelas uma ocasião para elas se banquetearem. As prudentes aproveitaram o ensejo, enquanto que as néscias o perderam, pela sua negligência e descuido. É precisamente o que se passa com todos nós neste meio onde nos encontramos: uns tiram o devido aproveitamento da sua encarnação, outros a malbaratam em vão. Estes são os néscios, aqueles, os prudentes. 

As virgens fátuas foram vítimas do seu descaso e desídia. E de que se descuidaram elas? Do principal que, no caso, era o azeite para o abastecimento das lâmpadas. Elas pretenderam que suas companheiras o fornecessem, porém, estas, judiciosamente, ponderaram que não podiam dispor do seu, pois de tal resultaria faltar para todas; que elas o obtivessem pelo meio natural que, naquela conjuntura, era comprá-lo. 

Significa que não podemos tomar de empréstimo o combustível destinado a alimentar a luz do Espírito. Cada um há de consegui-lo pelo esforço próprio, que é o processo adequado e único de adquiri-lo. Não realizaremos nossa própria evolução espiritual pelos méritos de outrem. Nada conseguiremos apelando para as qualidades e virtudes de terceiros, já que o aperfeiçoamento é obra individual. Temos que trazer as nossas lâmpadas acesas com o nosso azeite se quisermos passar para um mundo melhor quando daqui partirmos, isto é, quando soar a nossa hora, a qual, no dizer de Jesus, não se sabe o momento em que se dará. Portanto, crer no nome do Mestre, no seu sacrifício, na excelência do seu mérito, na efusão do seu sangue não é tudo: é preciso, é indispensável trilhar a rota da vida, rota que o Mestre nos ensina no Evangelho. Quem quiser ser meu discípulo, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Notemos bem – siga-me – isso quer dizer venha comigo, exemplifique-se em mim, aprenda de mim, mas caminhe, avance, prossiga na jornada sem vacilações nem esmorecimento. 

Parece-nos bastante positiva e cheia de evidência a Doutrina de Jesus, no Evangelho. Confundi-la, emaranhá-la amalgamando-a de erronias, de paradoxos, incongruências e paralogismos se nos afigura muito mais difícil que lobrigar a verdade pura que dela esplende. Tratemos, pois, de abastecer as nossas lâmpadas. Conservemos acessa a luz de nossa fé, dessa fé que, no sábio conceito de Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, encara a razão face a face em todas as épocas da humanidade. Tudo por que nos debatemos na vida terrena é acessório: riquezas, glórias, fama, posição, poderio. O essencial é a luz interior, luz que é o sentimento do bem, o espírito de justiça, a sensibilidade moral que nos solidariza com o próximo. 

Se as cinco virgens tolas regressaram com o óleo da experiência adquirida, não teriam elas o direito de serem admitidas ao banquete nupcial do Reino de Deus? Tanto mais que a parábola diz que “o Reino dos Céus é semelhante a dez virgens” e não apenas a cinco. É lícito concluir que as cinco virgens retardatárias tenham entrado no Reino dos Céus em outro ciclo evolutivo, posterior ao das suas colegas. Se é verdade que na casa do Pai celeste há muitas moradas, seria lícito admitir a possibilidade de uma evolução no plano espiritual e em futuras existências.

 

Referências:

Em Busca do Mestre, de Vinicius (Pedro de Camargo).

Parábolas que Jesus contou e valem para sempre, de Terezinha Oliveira.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita