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Estudando a série André Luiz
Ano 3 - N° 118 – 2 de Agosto de 2009

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Libertação

André Luiz

(Parte 29)


Damos continuidade ao estudo da obra
Libertação, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1949 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Dois fatos ocorreram logo que Gúbio terminou a oração. Que fatos foram esses?

R.: Primeiro, uma verdadeira chuva de raios diamantinos começou a jorrar do Alto sobre ele e um halo radioso cobriu-lhe gloriosamente a cabeça veneranda. Em segundo lugar, ocorreu a materialização de Matilde, que já estava a seu lado, invisível a todos, menos ao Instrutor. (Libertação, cap. XVIII, pp. 228 a 230.) 

B. Que palavras Matilde dirigiu inicialmente à assembleia ali reunida?

R.: Depois de endereçar à assembleia um gesto de bênção, Matilde disse que a dádiva do corpo carnal é inapreciável bênção divina e a vida, contínuo processo de aperfeiçoamento. E recomendou que ninguém buscasse a reencarnação tão-somente pela ânsia do esquecimento. "Não basta desejar. É imprescindível orientar o desejo na direção do Bem Infinito", asseverou a benfeitora. (Obra citada, cap. XVIII, pp. 228 a 230.)

C. Como se processa em nós o salto qualitativo?

R.: "A aquisição das virtudes iluminativas" – explicou Matilde – "não constitui serviço instantâneo da alma, suscetível de efetuar-se de momento para outro." "Somos, cada qual de nós, um ímã de elevada potência ou um centro de vida inteligente, atraindo forças que se harmonizam com as nossas e delas constituindo nosso domicílio espiritual." Toda pessoa, encarnada ou não, respira sempre entre os raios de vida superior ou inferior que emite, ao redor dos próprios passos. As energias que exteriorizamos nos definem muito mais que as palavras; por isso, o retorno à carne nada vale sem o conhecimento das obrigações que competem ao Espírito, ante a Justiça Divina. A responsabilidade é a maior força capaz de nos socorrer nos círculos de matéria densa e se traduz em tendência nobre, a persistir conosco. (Obra citada, cap. XVIII, pp. 230 e 231.)

Texto para leitura

118. O problema do ciúme - Ao entardecer, a conformação e o contentamento reinavam em todos os rostos. Gúbio prometera conduzir os companheiros de boa vontade a esfera mais elevada, garantindo-lhes a passagem para uma condição superior, e doce júbilo transparecia de todos os olhares. Nesse momento de fé e confiança, simpática senhora pediu a André permissão para cantar um hino evangélico, ao que o amigo anuiu, prazeroso, tendo dita melodia encantado a todos. A música chegava ao fim quando jovem dama, de triste fisionomia, avançou e disse, em voz súplice: "Meu amigo, de hoje em diante adotarei novo rumo. Sinto, neste cenáculo de fraternidade, que o mal nos afundará invariavelmente nas trevas". E, fixando os olhos lacrimosos nos de André, rogou: "Promete-me, porém, a bênção do olvido na esfera do recomeço!" (Ela aludia a seu retorno à carne, à reencarnação.) Contou então ter sido mãe de dois filhinhos belos e puros como duas estrelas, mas a morte lhe arrebatara cedo ao lar. Seu marido, em seis meses, esqueceu as promessas de muitos anos e entregou os dois anjos a uma madrasta sem entranhas, que os amesquinhava. Fazia vinte meses que ela lutava contra a rival, tomada de revolta incoercível; estava, porém, ente­diada do ódio que lhe constringia o coração; sentia a necessidade de renovar-se para o bem, a fim de ser útil. Aspirava, no entanto, ao esquecimento: "Ajuda-me por piedade!", suplicou. "Prende-me em algum lu­gar, onde minhas recordações amargas possam tranquilamente morrer. Não me deixes, por mais tempo, entregue aos caprichos que me arrastam. Minha inclinação ao bem é insignificante réstia de luz, no seio da noite do mal que me envolve. Compadece-te e ajuda-me! Não sei amar, ainda, sem o ciúme violento e aviltante!" As rogativas daquela mulher acordaram em André a lembrança viva de seu próprio passado. Ele também sofrera intensamente para desvencilhar-se dos laços inferiores da carne. Então, comovido, abraçou-a, como se o fizesse a uma filha, chorando igualmente, e lhe prometeu tudo fazer para auxiliá-la. "Fixa-te em Jesus" – recomendou-lhe o irmão – "e doce esquecimento do per­turbado campo terrestre te balsamizará o espírito, preparando-te para o voo às torres celestes." "Serei teu amigo e desvelado irmão." (Cap. XVII, pp. 223 a 225) 

119. Uma comovente oração - A reunião noturna guardava para todos sur­preendente alegria. Sob a doce claridade lunar, Gúbio assumiu a direção dos trabalhos, congregando-os em largo círculo. Recomendou-lhes o esquecimento dos velhos erros e aconselhou-os atitude interior de su­blimada esperança, emoldurada em otimismo renovador, a fim de que as suas energias mais nobres fossem ali exteriorizadas. Esclareceu que um caso de socorro, quando orientado nos princípios evangélicos, qual su­cedia no problema de Margarida, é sempre suscetível de comunicar alí­vio e iluminação a muita gente, mas, para isso, era imperioso guardar inequívoca posição de superioridade moral, porque o pensamento, em reuniões como aquela, punha em jogo forças individuais de suma impor­tância no êxito ou no fracasso do tentame. De todas as fisionomias transbordavam contentamento e confiança, quando o Instrutor ergueu a voz no cenáculo de fraternidade e rogou, humilde e comovente: "Senhor Jesus, digna-te abençoar-nos, discípulos teus, sequiosos das águas vivas do Reino Celeste! Aqui nos congregamos, aprendizes de boa vontade, à espera de tuas santificadas determinações. Sabemos que nunca nos im­pediste o acesso aos celeiros da graça divina e não ignoramos que a tua luz, quanto a do Sol, cai sobre santos e pecadores, justos e in­justos... Mas nós, Senhor, nos achamos atrofiados pela própria imprevidência. Temos o peito ressecado pelo egoísmo e os pés congelados na indiferença, desconhecendo o próprio rumo. Todavia, Mestre, mais que a surdez que nos toma os ouvidos e mais que a cegueira que nos absorve o olhar, padecemos, por desdita nossa, de extrema petrificação na vai­dade e no orgulho que, através de muitos séculos, elegemos por nossos condutores nos despenhadeiros da sombra e da morte; mas confiamos em Ti, cuja influência santificante regenera e salva sempre..." E Gúbio, tomado de tocante inspiração, prosseguiu: "Poderoso Amigo, tu que abres o seio da Terra pela vontade do Supremo Pai, usando a lava com­burente, liberta-nos o espírito dos velhos cárceres do ‘eu’, ainda que para isso sejamos compelidos a passar pelo vulcão do sofrimento! Não nos relegues aos precipícios do passado. Descerra-nos o futuro e in­clina-nos a alma à atmosfera da bondade e da renúncia. Dentro da ex­tensa noite que improvisamos para nós mesmos, pelo abuso dos benefí­cios que nos emprestaste, possuímos tão-somente a lanterna bruxuleante da boa vontade, que a ventania das paixões pode apagar de um momento para outro. Ó Senhor! livra-nos do mal que amontoamos no santuário de nossa própria alma! Abre-nos, por piedade, o caminho salvador que  nos faça dignos de tua compaixão divina. Revela-nos tua vontade soberana e misericordiosa, a fim de que, executando-a, possamos alcançar, um dia, a glória da ressurreição verdadeira. Distanciados, agora, do corpo de carne, não nos deixes cadaverizados no egoísmo e na discórdia. Envia-nos, magnânimo, os mensageiros de tua bondade infinita, para que pos­samos abandonar o sepulcro de nossas antigas ilusões!". (Cap. XVIII, pp. 226 a 228) 

120. Matilde se materializa - Quando Gúbio terminou a oração, suas lágrimas serenas receberam resposta celestial, porque verdadeira chuva de raios diamantinos começou a jorrar do Alto sobre ele e um halo ra­dioso cobriu-lhe gloriosamente a cabeça veneranda. O Instrutor pediu então que André dirigisse os trabalhos da reunião, enquanto ele forne­ceria recursos necessários à materialização de Matilde. Ela já estava a seu lado, invisível a todos, menos ao Instrutor, e esclarecia haver chegado a noite longamente esperada por seu coração materno. Gúbio re­colheu-se, pois, em profunda meditação, e luz brilhante e doce passou a irradiar-se de seu peito, do semblante e das mãos, em ondas sucessi­vas, semelhando-se a matéria estelar, tenuíssima, porque as irra­diações pairavam em torno, como que formando singulares paradas nos movimentos que lhe eram característicos. Em instantes, aquela massa suave e luminescente adquiriu contornos definidos e, pouco depois, Ma­tilde surgiu diante de todos, venerável e bela. O fenômeno de materia­lização da entidade seguiu processo quase análogo ao que se verifica nos círculos carnais. Ante a benfeitora, diversas mulheres presentes prosternaram-se, dominadas de incoercível emoção. Matilde endereçou à assembleia um gesto de bênção e falou-lhes com voz pausada e emocio­nante, esclarecendo que a dádiva do corpo carnal é inapreciável bênção divina e a vida, contínuo processo de aperfeiçoamento. Recomendou-lhes que ninguém buscasse a reencarnação tão somente pela ânsia do esqueci­mento. "Não basta desejar. É imprescindível orientar o desejo na direção do Bem Infinito", asseverou a benfeitora, que se declarou hu­milde servidora, sem outro crédito perante Deus que não o da boa von­tade. "Meus pés jazem ainda marcados pelo pretérito obscuro e meu coração ainda guarda cicatrizes recentes e profundas de experiências amargosas, que os dias incessantes, até agora, não conseguiram apa­gar", acrescentou Matilde.  (Cap. XVIII, pp. 228 a 230) 

121. As palavras de Matilde - Em sua preleção, Matilde esclareceu como se processa em nós o salto qualitativo. "A aquisição das virtudes ilu­minativas" -- explicou a benfeitora -- "não constitui serviço instan­tâneo da alma, suscetível de efetuar-se de momento para outro." "Somos, cada qual de nós, um ímã de elevada potência ou um centro de vida inteligente, atraindo forças que se harmonizam com as nossas e delas constituindo nosso domicílio espiritual." Matilde informou, então, que toda pessoa, encarnada ou não, respira sempre entre os raios de vida superior ou inferior que emite, ao redor dos próprios passos. As energias que exteriorizamos nos definem muito mais que as palavras; por isso, nada vale o retorno à carne sem conhecimento das obrigações que competem ao Espírito, ante a Justiça Divina. A responsabilidade é a maior força capaz de nos socorrer nos círculos de matéria densa e se traduz em tendência nobre, a persistir conosco. A benfeitora lembrou as dificuldades que apresenta a volta ao corpo carnal, que muitos ne­gligenciam, formulando precipitadas promessas que jamais são cumpridas e agravando os próprios débitos ao repetirem as mesmas faltas de outra época, com absoluta perda de tempo. A benfeitora fez breve pausa e de­pois exclamou: "Rogais o regresso à sombra protetora da carne, no propósito de desfazer os sinais desagradáveis que vos marcam a veste es­piritual. Contudo, já armazenastes suficiente força para esquecer os males que vos foram causados na Crosta da Terra? reconheceis os vossos erros, a ponto de aceitar a necessária retificação? fortalecestes o ânimo, a fim de examinar as necessidades que vos são peculiares, sem aflições alucinatórias? aprendestes a servir com o Cordeiro Divino, até ao sacrifício pessoal na cruz da incompreensão humana, anulando na própria alma as zonas viciadas de sintonia com os poderes das trevas? já auxiliastes os companheiros de caminho evolutivo e salvador com a intensidade e a eficiência que vos justifiquem a rogativa de colabora­ção intercessora? que boas obras já efetuastes a fim de rogardes novos recursos do Céu? com quem contais para vencer nas experiências porvin­douras?" (Cap. XVIII, pp. 230 e 231) (Continua no próximo número.)   

 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita