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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 115 – 12 de Julho de 2009

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniamva@yahoo.com.br 
Londrina, Paraná (Brasil)
 

O que a criança
negligenciada conta?

 
 
A vida com pouca frequência é clara e fácil, mas são as escolhas que fazemos que a tornam válida ou medíocre. Muitas vezes somos tomados por uma sensação de futilidade e falta de alegria, que se mistura à rotina e à cadência de ações repetidas. 

É fato: quanto mais instável o ambiente familiar inicial, mais a pessoa será levada a guiar-se ou pelo script da “boazinha” ou “do contra”, pois seu aprendizado, fundado no medo e na insegurança, ensinou-a a desconfiar de si mesma e das suas aptidões. Em consequência, passa a definir-se, principalmente, em função ou em reação ao outro, seja este “outro” o padrão solicitado pela mãe/pai ou as instituições sociais.  

Não seria inadequado afirmar que muitos dos bloqueios experimentados pelo indivíduo em crise se alimentam da ausência de um diálogo com a sua criança interior.  

E como não temos uma única criança interior, mas sim uma pluralidade delas, ou seja, há em nós um verdadeiro espaço lúdico que acolhe várias crianças - artista, rebelde, ciumenta, raivosa, palhaça, tímida, loquaz, curiosa e até mesmo a criança espontânea em harmonia com o mundo, seria expressivo para nossa saúde psíquica se aceitássemos o convite para avançar em direção a todas elas e, em consequência, ver a vida incircunstancial que nos espera. 

E, sinceramente, a criança multifacetada que temos em nós raramente é chamada ao domínio do escritório, das tarefas domésticas ou do terreno barulhento do mundo exterior. Somos nós que devemos caminhar em direção a ela e ouvi-la.  

Assim, acima de tudo, se quisermos resgatar nosso potencial criativo e o contato com as regiões negligenciadas da alma, teremos de indagar sobre o real desejo da nossa criança saudável. Ainda, teremos de lidar com nossa criança narcisista, ciumenta, ferida, pois todas foram reprimidas ou silenciadas.

Além disso, mesmo que sejamos recompensados pela especialização, pela profissão, pelos relacionamentos íntimos, pelos amigos, porém muitos talentos e interesses foram deixados para trás durante a construção da nossa vida.  

E são eles que reclamam coragem e disposição para lidar com o dilema da aridez de uma vida interior, porque somente desse modo poderemos retomar a nossa trajetória com ânimo, criatividade e esperanças. 

Quando perguntavam a Joseph Campbell como deveríamos viver, ele insistia em responder: “Siga sua bem-aventurança”. Ele entendia como representamos papéis que correspondem mais as necessidades dos nossos pais e da nossa cultura do que às perspectivas que trazemos em latência, mas que foram deixadas para trás juntamente com a nossa melhor parte. 

Um dos significados da “bem-aventurança” está ligado à descoberta do nosso talento e propósito essencial e, por isso, gravita ao redor de tudo aquilo que nos ajudaria a sermos totalmente nós mesmos, impedindo a vida de ser trivial ou provisória. 

Podemos, certamente, cumprir nossos deveres e tarefas externas, mas podemos dedicar um instante em nossas agendas diárias à criança negligenciada. Ela poderia nos impelir às aulas de música, dança, escultura... Uma viagem ao Butão, o curso de fotografia postergado, o plantio de ipês amarelos, ou outra coisa ridícula ao olhar de quem perdeu a vivacidade.  

Pouco importa o resultado. O essencial é somente, ao lado dessa criança multifacetada, e que guarda a fonte da inocência, a redescoberta da brincadeira e do chamado correspondido à nossa natureza verdadeira.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita