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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 115 – 12 de Julho de 2009

CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 

Vaidades e autocrítica


Conforme avançamos no aprendizado das coisas maiores de Deus e da Vida, avulta, espontânea, a capacidade de autocrítica, fiel salvaguarda contra os assomos excessivos e enganadores das vaidades fúteis – como flor em constante estado de alerta, dotada dos espinhos que, a despeito do inebriante perfume que dela possa evolar, equitativa, à sensibilidade de todos, revela também ao mundo as suas defesas naturais. 

Assim, na arena das tarefas associadas ao conhecimento, aprendizado, prática e divulgação daquelas instâncias superiores da existência, cabe-nos, a nós, espiritualistas ou despertos de quaisquer níveis para a vastidão da Vida para além dos limites acanhados da materialidade, o colocar-se de guarda e de prontidão para com nós mesmos, abertos ao amor compartilhado nas suas mais variadas nuances e manifestações de luz – mas imunes aos efeitos nocivos desencadeados por outrem, muita vez ingenuamente, ou mobilizados por ternura sincera, ao dirigir-nos elogios que possam vir a exacerbar vaidades ocultas e indesejáveis. 

Frequentemente, no serviço confraterno, seja ele na Casa espírita, na Loja Branca ou por ocasião da publicação de um texto feliz aos leitores, ocorre-nos receber manifestações sinceras de apreço ou de exaltação entusiástica daquilo que realizamos. 

Lembremo-nos, todavia, e sempre, nesta conjuntura, que, como bem realçou a Espiritualidade através da lúcida Codificação Kardequiana, jamais nos achamos solitários na realização de quaisquer coisas, sobretudo daquelas associadas ao trabalho espiritista e seus afins. 

Somos, a exemplo dos serviços atinentes ao dia-a-dia da vida corpórea, rodeados de seres amigos das dimensões invisíveis, também durante as tarefas ligadas ao esclarecimento e auxílio do espírito humano como ser vivente das múltiplas dimensões que nos rodeiam! 

Assim como diuturnamente, na matéria, dificilmente alguém realiza isolado algo de vulto, assim também o esforço conjunto é o que imprime exuberância e qualidade às realizações da Vida Maior. Na atividade de equipe que mobiliza e desenvolve as incontáveis instâncias da burocracia do trabalho material humano, quanto na produção literária ou artística, reveladora das realidades maiores da existência, sempre há presenças, aqui e além, inspirando, assessorando, assistindo, refletindo e influenciando, despercebidamente. 

Sempre, e em qualquer circunstância, troca e associação de energias afins para um determinado propósito. Sempre o mérito do feito devido a mais de um!

Como nas múltiplas expressões da Natureza terrena, onde nem a mais minúscula e insignificante das criaturas quanto o maior expoente da genialidade humana não prescinde das bênçãos humildes quão, a um só tempo, grandiosas da luz solar para a continuidade da vida diária, assim também, na grande colmeia cósmica em movimento, neste quanto noutros tantos mundos ou dimensões da invisibilidade, não prescindimos dos esforços uns dos outros para o feito bem-sucedido. 

Aqui, não se prescinde do serviço esforçado do carteiro sob a pena da correspondência de teor urgente não alcançar o devido destino, originadas, disso, consequências imprevisíveis! Não há de se depreciar, tampouco, a tarefa de subido valor dos agentes da limpeza pública, sem os quais o próprio ambiente onde convivemos e desenvolvemos, distraídos disso, as nossas atividades se fariam inabitáveis! 

Resguardemo-nos, portanto, dos brilhos enganosos das gloríolas pessoais e inúteis. Até por reverterem puro engodo! Os de fato grandes em espírito de há muito conheceram que nenhum avanço significativo fora ainda individualmente realizado enquanto, a par da intenção correta no caminho da luz, palavras, pensamentos e atitudes ainda não a acompanharem, em essência. 

De nada, pois, nos adiantará a susceptibilidade a elogios extemporâneos ao pouco que vimos realizando, enquanto, contraditoriamente, ainda supusermos demasiado acerca de nós mesmos e das nossas capacidades. Inútil a vaidade do trabalho espiritualista, se não suportamos com verve o revés cotidiano que, em momentos de distração traiçoeira, nos surpreende na reclamação incontida de que só nós fazemos, ou que fazemos melhor ou mais que outros. Porque é bem aí que se revela, funesta aos nossos melhores propósitos, a germinação da semeadura ingrata da vaidade inútil!  

É neste momento que emerge, lastimável, a medida exata da nossa própria cegueira, arrastando-nos ao esquecimento deplorável de que, se algo sofremos e realizamos, inúmeros outros, incontáveis e anônimos, próximos ou mais distanciados, sofrem e realizam incomparavelmente mais, em silêncio, e, no mais das vezes, sem queixumes e recordando, acima de tudo, de louvar e agradecer a Deus pelo dom eterno e maravilhoso da Vida, com todas as suas oportunidades renovadas, como rio caudaloso e pródigo, a cada um dos segundos! 

Atribuamos, desta forma, os eventuais elogios do próximo aos nossos atos modestos perante a grandiosidade da Vida à generosidade e aos impulsos sinceros de gratidão de nossos irmãos em jornada. De nossa parte, por outra, resguardemo-nos dentro da autocrítica justa para com nós mesmos e para com as nossas conquistas íntimas, e ainda restritas realizações, que, se algumas já foram efetivadas, imprescindível a consciência clara de que toda uma eternidade de aperfeiçoamento nos aguarda frente às maravilhas indizíveis de coisas e de seres outros do infinito, no qual prosseguimos em marcha ascensa, destinados, todos, a grande herança de felicidade – jamais, contudo, a uma felicidade cujo mérito seja atribuído aos feitos de apenas um pequeno e acanhado aspecto da Criação!


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita