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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 114 - 5 de Julho de 2009

MILTON  R. MEDRAN MOREIRA 
medran@via-rs.net
Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Brasil)
 

Um momento singular

 

“...é preciso que a moralidade vença numericamente”

(Allan Kardec, “As Aristocracias”, em “Obras Póstumas”)

 


O Brasil vem assistindo a uma torrente de escândalos que acontecem em sua mais alta Casa Legislativa. O Senado Federal, instituição que, no ideal republicano, deveria abrigar homens probos, experientes, voltados à defesa das prerrogativas dos Estados que os elegeram, tem se mostrado um dispensador de privilégios inconfessáveis. Por meio de uma excrescência jurídica, os “atos secretos”, nomearam-se cargos em comissão, concederam-se vantagens, pagaram-se mordomias, remuneraram-se prestadores de serviços particulares com verbas públicas, desbaratam-se, enfim, milhões de reais dos cofres públicos.
 

Nossa incipiente democracia tem sido, frequentemente, violada por escândalos dessa ordem. Seria ingênuo supor seja isso novidade. Quanto mais recuarmos no tempo, mais identificaremos a presença de sanguessugas do erário. Por milênios, os mais fortes e os mais hábeis, ora valendo-se da força bruta, ora invocando pretensos direitos divinos, ou de sangue, ou de raça, ou de corporação, assenhorearam-se dos bens comuns e espezinharam os direitos inerentes a todos.


O postulado de que “todo o poder emana do povo e em seu nome será exercido” é uma conquista recente da sociedade que está longe de ser inteiramente praticada. É verdade, já somos capazes de exercitar com plenitude a cidadania na hora de eleger nossos representantes. Mas estamos distantes de poder fiscalizá-los convenientemente e nos sentimos impotentes de lhes evitar os desmandos.


O momento é singular. A plena democracia permitiu-nos fortalecer os organismos políticos. Com os poderes que lhe concedemos, a classe política criou uma formidável estrutura corporativista. Disso decorre que os honestos e bem-intencionados que lá chegam deparam-se com um forte mecanismo protecionista que nem sempre lhes possibilita agir em favor da moralização.


Em contrapartida, talvez nunca, como hoje, a sociedade civil esteve tão mobilizada. Nunca a imprensa apontou tão cruamente as mazelas do poder político. Também, inegavelmente, acentua-se o senso ético na consciência do povo. Está começando uma revolução em prol da transparência, da moralidade e da punibilidade dos malversadores do interesse público. O povo se sente traído e compreende que as raízes dessa traição se nutrem no lodaçal de uma imoralidade cultivada e tolerada por muito tempo e que precisa ser contida.


Entretanto, toda a corrupção pública, mesmo a que se institucionaliza e assume ares de legalidade, é gestada na consciência do ser humano. Vale dizer, produze-a o espírito imperfeito, aquele que, segundo os mensageiros da espiritualidade, é ainda dominado pelo orgulho e o egoísmo. Mais do que nunca, a quem, como nós, foi possível a compreensão das leis da vida fundadas na imortalidade e na evolução do espírito cabe investir no processo de educação integral do ser humano.


Resgatar a essencialidade espiritual do homem implica também demonstrar que há um único caminho para a felicidade, em qualquer plano e estágio: o do esforço pela transformação ética e moral. Não se atingem patamares de justiça, estabilidade política e social, correta administração da coisa pública, sem que esses valores se encontrem ancorados na consciência moral de cada cidadão: de eleitores e eleitos, de governantes e governados.


Convém, enfim, ter presente sempre que o bem e o mal são escolhas do ser humano. Que valores públicos gestados pelos ideais republicanos exigem de cada indivíduo um assentimento e uma participação que não se esgotam no voto e reclamam a ação concreta em favor do bem comum. Viver é, sobretudo, conviver, aprendendo a fazer da convivência um ideário de justiça, solidariedade e fraternidade. Seja qual for nossa posição no contexto social.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita