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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 113 - 28 de Junho de 2009

MARCOS PICKINA
marcospickina@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

Nossa costumeira conduta
e o silêncio


O humano (demasiado humano, na lembrança de Nietzsche) tem a tendência de enaltecer determinados conteúdos negativos, posturas que abordam sintomas e não virtudes (basta lembrar a conduta costumeira de tachar aquele que sofre de determinada doença como pagador de erros, criminoso do passado, que fez isso ou aquilo). 

Muito há a se considerar e o assunto demandaria longas páginas. Mas três pontos podem resolver a problemática: (1) Pouco sabemos de nossas próprias vidas – a caminhada é revelada aos poucos –, como podemos então falar sobre o outro? Não sabemos se é prova, resgate ou pedido. (2) Quem aqui está que nunca errou? (3) A Justiça Divina opera-se – segundo uma ordem justa e misericordiosa – com base na reparação e não no “pagamento de crimes ou pecados”. Todas estas questões levam ao silêncio. 

Considero de extremo valor a passagem de Paulo no Capítulo Bem-Aventurados os Misericordiosos quando trata do Perdão das Ofensas. Chama a atenção daquele que diz ter sido ofendido, levando-o à profunda autorreflexão(*), fazendo-o questionar se não tem parte na ofensa e, mesmo quando assim nada tenha a reprovar em sua conduta, maior será o seu mérito se se mostrar indulgente. E o que isso revela? Qual deve ser a nossa postura diária com aquele que nos agride, que invade a nossa intimidade, que ultrapassa os seus limites e avança sobre o direito alheio? 

Penso que não é possível exigir-se do humano, ainda em construção, condutas militares com relação às suas reações (pratique o Evangelho, ou...). Uma melhor leitura trará a lembrança de que os Espíritos Superiores possuem uma seriedade amorosa, conduzem seus ensinos com base na compreensão e no amor. E tudo isso é realizado de forma gradativa. A postura deve ser gradativamente readequada, do contrário, não é apreendida, não é introjetada, e volta-se, depois, com mais ênfase no problema do que na solução. 

O amor – sentimento que pulsa por trás do perdão do outro e de nós mesmos – não se impõe. Amor não se mistura a controle, repressão, obrigação. 

Sim, precisamos pensar o Evangelho no cotidiano. Mas a prática deve ser consciente. A necessidade de repensarmos nossas atitudes, a forma como lidamos com o outro em nossas vidas devem ser trazidas à luz das lições deixadas no principal livro do Espiritismo e isso deve ser feito com base numa vontade interior, que deseja sublimar aquilo que em nós hoje ainda não é virtude. 

Por ora, convoco a importância do silêncio. O silenciar sobre o outro impede-nos do julgamento e da sintonia com frequências negativas. O silêncio sobre nós mesmos impele-nos à meditação e à reflexão interior, caminhos essenciais para quem busca se melhorar e se compreender.
 

(*) “Quem sabe se, mergulhando em vós mesmos, não descobrireis que fostes o agressor? Quem sabe se, nessa luta que começa por um simples aborrecimento e acaba pela desavença, não fostes vós a dar o primeiro golpe? Se não vos escapou uma palavra ferina? Se usastes de toda a moderação necessária? Sem dúvida o vosso adversário está errado ao se mostrar tão suscetível, mas essa é ainda uma razão para serdes indulgentes, e para não merecer ele a vossa reprovação. Admitamos que fôsseis realmente o ofendido, em certa circunstância. Quem sabe se não envenenastes o caso com represálias, fazendo degenerar numa disputa grave aquilo que facilmente poderia cair no esquecimento? Se dependeu de vós impedir as consequências, e não o fizestes, sois realmente culpado. Admitamos ainda que nada tendes a reprovar na vossa conduta, e, nesse caso, maior o vosso mérito, se vos mostrardes clemente.” [in. O Evangelho segundo o Espiritismo, trad. Herculano Pires. 14 ed. São Paulo: Edições FEESP, 1998. P. 133]

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita