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Estudando a série André Luiz
Ano 3 - N° 108 – 24 de Maio de 2009

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Libertação

André Luiz

(Parte 19)

Damos continuidade ao estudo da obra Libertação, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1949 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Que fato ocorreu com o instrutor Gúbio quando ele orou a favor dos familiares de Saldanha?

R.: Gúbio transformou-se, gradualmente. As vibrações rigorosas da oração expulsaram as partículas obscuras de que se havia tocado quando penetrara a colônia penal em que conhe­cera Gregório, e sublimada luz brilhava-lhe agora no semblante que o pranto de amor e compunção irisava com intraduzível beleza. De seu peito e fronte despediam-se raios luminosos de intenso azul, ao mesmo tempo que formoso fio de claridade incompreensível o ligava ao Alto, perante o aturdido olhar dos companheiros.  (Libertação, cap. XII, pp. 155 e 156.)

B. Que efeito teve a prece sobre Jorge, filho de Saldanha?

R.: Jorge arregalou os olhos, parecendo acordar de pesadelo angustioso. Inquietação e tristeza desapareceram-lhe do rosto, rapidamente. Num impulso maquinal, o filho de Saldanha, obedecendo à ordem recebida de Gúbio, ergueu-se com absoluto controle do racio­cínio, porquanto a interferência de Gúbio quebrara os elos que o pren­diam às parentas desencarnadas, liberando-lhe a economia psíquica. Vendo o que ocorria, Saldanha gritou, em lágrimas: "Meu filho! meu filho!..." Jorge não registrou as exclamações paternas, mas buscou o leito singelo, onde se aquietou com inesperada serenidade. (Obra citada, cap. XII, pp. 157 e 158.)

C. A esposa de Saldanha também despertou ao ser ajudada por Gúbio?

R.: Sim. Iracema voltou a si, gemendo: "Onde estou?!..." A pobre mu­lher notou, desde logo, a presença de Saldanha e, desvairada de emoção, chamando-o por carinhoso apelido de família, bradou: "Socorre-me! onde está nosso filho? nosso filho?" O diretor da falange que obsi­diava Margarida derramava então abundantes lágrimas e buscava, instin­tivamente, o olhar de Gúbio, rogando-lhe, em expressiva mudez, medidas socorristas. "Em que mau sonho me demorei?" -- indagava a pobre mu­lher, chorando convulsivamente -- "que cela imunda é esta? Será ver­dade que já atravessamos o túmulo?"  E, em crise de desespero, dizia temer o demônio, rogando a Deus a salvasse... O Instrutor dirigiu-lhe palavras encorajadoras e indicou-lhe o filho, que descansava ali ao lado. (Obra citada, cap. XII, pp. 157 e 158.)

Texto para leitura

78. Gúbio assiste os três enfermos - O Instrutor interveio dizendo que elas se encontravam em profunda hipnose: "Nossas irmãs não consegui­ram, por enquanto, ultrapassar o pesadelo do sofrimento, no transe da morte, qual acontece ao viajante que inicia a travessia de vasta cor­rente de águas turvas, sem recursos para alcançar a outra margem". Saldanha contou que, por mais que ele se esforçasse por re­tirá-las dali, ansioso por infundir-lhes vida nova, via baldado todo o seu es­forço, porquanto elas regressavam para Jorge, de repente, num impulso análogo ao das agulhas que um ímã recolhe a distância. Gúbio explicou que as duas entidades estavam temporariamente esmagadas de pavor, de­sânimo e sofrimento: "Pela ausência de trabalho mental contí­nuo e bem coordenado, não expeliram as ‘forças coagulantes' do desa­lento, que elas mesmas produziram, inconformadas, ante os imperativos da luta normal na Terra e entregaram-se, com indiferença, a deplorável torpor, dentro do qual se alimentam das energias do enfermo". E Jorge, drenado incessantemente nas reservas psíquicas, hipnotizado por ambas, vivia entre alucinações e desesperos, incompreensíveis para quantos o rodea­vam. Com sincera disposição de servir, Gúbio sentou-se no piso cimen­tado e, num gesto de extrema bondade, acomodou no regaço paternal as cabeças das três personagens daquela cena comovente de dor. Em se­guida, olhando para Saldanha, pediu-lhe permissão para algo fazer em benefício dos três enfermos. A fisionomia do perseguidor modificou-se. O gesto espontâneo de Gúbio desarmava-lhe o coração, emocionando-o nas fibras mais íntimas: "Como não? – disse Saldanha. – É o que procuro realizar inutilmente". Impressionado com os acontecimentos, André con­templou a paisagem ao redor, onde os obstáculos eram muito difíceis de vencer. O cubículo transbordava imundície. Nas celas vizinhas, entida­des de aspecto repugnante se arrastavam a esmo, mostrando algumas ca­racterísticas animalescas de pasmar. A atmosfera para André se fizera sufocante, saturada de nuvens de substâncias escuras, formadas pelos pensamentos em desequilíbrio de encarnados e desencarnados que peram­bulavam no local. Contudo, apesar de todas as dificuldades, ver-se-ia na sequência a demonstração viva do preceito evangélico: "Ama o teu inimigo, ora por aqueles que te perseguem e caluniam, perdoa setenta vezes sete". (Cap. XII, pp. 150 a 152)

79. A prece – Gúbio afagou a fronte dos três enfermos, parecendo liberar cada um dos fluidos pesados que os entorpeciam. Após meia hora de operação magnética de auxílio, olhou novamente para Saldanha e pergun­tou: "Saldanha, não te agastarias se eu orasse em voz alta?" A per­gunta obteve os efeitos de um choque. Saldanha respondeu com uma indagação: "Acreditas em semelhante panaceia?", mas, sentindo a boa von­tade dos amigos, aduziu, confundido: "Sim... sim... se querem..."  O Instrutor, valendo-se daquele minuto de simpatia, alçou o pensamento ao Alto e rogou, humilde, a ajuda de Jesus. A prece começou assim: "Senhor Jesus! Nosso Divino Amigo... Há sempre quem peça pelos perse­guidos, mas raros se lembram de auxiliar os perseguidores!" Em sua oração, tão bela, Gúbio aludiu aos fracos e aos fortes, aos que obede­cem e aos que administram, lembrando que o Mestre não julga pelo padrão de nossos desejos caprichosos, porque o seu amor é perfeito e in­finito... Recordou, então, que Jesus, quando esteve entre nós, não se preocupara apenas com as vítimas do mal, mas buscara, igualmente, os pecadores, os infiéis e os injustos. E, por fim, rogou ao Mestre: "Acende em nós a claridade dum entendimento novo. Auxilia-nos a inter­pretar as dores do próximo por nossas próprias dores. Acrescenta-nos a fé vacilante, descortina-nos as raízes comuns da vida, a fim de com­preendermos, finalmente, que somos irmãos uns dos outros. Ensina-nos que não existe outra lei, fora do sacrifício, que nos possa facultar o anelado crescimento para os mundos divinos. Impele-nos à compreensão do drama redentor a que nos achamos vinculados. Ajuda-nos a converter o ódio em amor, porque não sabemos, em nossa condição de inferiori­dade, senão transformar o amor em ódio..." (Cap. XII, pp. 152 a 155)

80. Os efeitos da prece - Gúbio imprimira tocante inflexão aos últimos lances da rogativa. Elói e André tinham os olhos turvos de lágrimas, tanto quanto Saldanha, que recuou, aterrado, para um dos ângulos escu­ros do cubículo triste. O Instrutor transformara-se, gradualmente. As vibrações rigorosas daquela oração expulsaram as partículas obscuras de que se havia tocado, quando penetrara a colônia penal em que conhe­cera Gregório, e sublimada luz brilhava-lhe agora no semblante que o pranto de amor e compunção irisava com intraduzível beleza. De seu peito e fronte despediam-se raios luminosos de intenso azul, ao mesmo tempo que formoso fio de claridade incompreensível o ligava ao Alto, perante o aturdido olhar dos companheiros. Findo ligeiro intervalo, fez incidir toda a luminosidade que o envolvia sobre as três criaturas que asilava no regaço, e exorou: "É para eles, Senhor, para os que repousam aqui em densas sombras, que te suplicamos a bênção! Desata-os, Mestre da caridade e da compaixão, liberta-os para que se equili­brem e se reconheçam... Ajuda-os a se aprimorarem nas emoções do amor santificante, olvidando as paixões inferiores para sempre. Possam eles sentir-te o desvelado carinho, porque também te amam e te buscam, in­conscientemente, embora permaneçam supliciados no vale fundo de senti­mentos escuros e degradantes..."  Nesse ponto, Gúbio interrompeu-se. Intensos jorros de luz projetavam-se em torno dele, atirados por mãos invisíveis aos demais. Com perceptível emotividade, Gúbio aplicou pas­ses magnéticos em cada um dos três infelizes, e, em seguida, falou ao rapaz encarnado: "Jorge, levanta-te! Estás livre para o necessário re­ajustamento". (Cap. XII, pp. 155 e 156)

81. O despertar dos três enfermos - Jorge arregalou os olhos, parecendo acordar de pesadelo angustioso. Inquietação e tristeza desapareceram-lhe do rosto, rapidamente. Num impulso maquinal, o filho de Saldanha obedeceu à ordem recebida, erguendo-se com absoluto controle do racio­cínio, porquanto a interferência de Gúbio quebrara os elos que o pren­diam às parentas desencarnadas, liberando-lhe a economia psíquica. Vendo o que ocorria, Saldanha gritou, em lágrimas: "Meu filho! meu filho!..." Jorge não registrou as exclamações paternas, mas buscou o leito singelo, onde se aquietou com inesperada serenidade. Em seguida, sua mãe, Iracema, voltou a si, gemendo: "Onde estou?!..." A pobre mu­lher notou, desde logo, a presença de Saldanha e, desvairada de emoção, chamando-o por carinhoso apelido de família, bradou: "Socorre-me! onde está nosso filho? nosso filho?" O diretor da falange que obsi­diava Margarida derramava então abundantes lágrimas e buscava, instin­tivamente, o olhar de Gúbio, rogando-lhe, em expressiva mudez, medidas socorristas. "Em que mau sonho me demorei?" -- indagava a pobre mu­lher, chorando convulsivamente -- "que cela imunda é esta? Será ver­dade que já atravessamos o túmulo?"  E, em crise de desespero, dizia temer o demônio, rogando a Deus a salvasse... O Instrutor dirigiu-lhe palavras encorajadoras e indicou-lhe o filho, que descansava ali ao lado. Recompondo-se gradualmente, a mulher perguntou a Saldanha por que emudecera, faltando à palavra amorosa e confiante de outro tempo, ao que o verdugo de Margarida respondeu, significativamente: "Iracema, eu ainda não aprendi a ser útil... Não sei confortar ninguém". A es­posa de Saldanha, nesse ponto, percebeu, embora com dificuldade, que a companheira a seu lado, que fazia a mão direita movimentar-se sobre a garganta, era Irene, sua nora. Gúbio interveio no sentido de ajudar esta última a despertar, distribuindo vigorosas energias aos centros cerebrais da criatura, que continuava abatida. Decorridos alguns ins­tantes, a nora de Iracema ergueu-se, num grito terrível. Com dificul­dade de falar, sufocava-se, ruidosamente, presa de angústia infinita. Gúbio segurou-lhe ambas as mãos com sua destra, e com a mão esquerda ministrou-lhe recursos magnético-balsâmicos sobre a glote, especial­mente ao longo das papilas gustativas, acalmando-a, de alguma sorte. (Cap. XII, pp. 157 e 158) (Continua no próximo número.)   


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita