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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 106 - 10 de Maio de 2009
ARÍSIO ANTONIO FONSECA JUNIOR
arisiojunior@yahoo.com.br
Juiz de Fora, Minas Gerais (Brasil)

 

Intimidade com Deus


 
O assunto pode trazer desconforto para alguns. Mas não será por essa razão que deixaremos de trazer à baila o debate.
 

Temos percebido no meio espírita, notadamente em Juiz de Fora, cidade onde realizamos nossos trabalhos, o resgate de um contato mais próximo a Deus. Em verdade, temos notado a vontade de se recuperar a intimidade com o Criador. A extrema racionalidade que tem marcado os estudos, palestras e exposições referentes à Doutrina Espírita, vem cedendo espaço para o sentimento, a sensibilidade, a emoção, que também são conquistas do espírito humano. 

Há muito pouco tempo, escutávamos algumas pessoas se colocarem distantes de Deus, chegando a dizer, para si e para os outros, que não oravam ao Pai Celeste, mas aos Espíritos Superiores, porque estes sim atenderiam à oração, visto estarem mais perto delas. Cada um pode pensar o que quiser, entretanto cabe um esclarecimento evangélico-doutrinário sobre a intimidade do homem com Deus. 

No capítulo II do livro A Gênese, Allan Kardec discorre sobre Deus: Sua natureza, a Providência e a Sua visão. Nada mais natural o Codificador iniciar seu estudo sobre a origem das coisas com a Causa Incausada. Assim como em O Livro dos Espíritos, Kardec dedica-se, em primeiro lugar, ao conhecimento da “causa primária de todas as coisas”. Entre outras belezas do raciocínio kardequiano, encontramos a seguinte passagem, que é útil para a nossa proposta: 

Achamo-nos então, constantemente, em presença da Divindade; nenhuma das nossas ações lhe podemos subtrair ao olhar; o nosso pensamento está em contacto ininterrupto com o seu pensamento, havendo, pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração. (1) 

Se estamos sempre na presença de Deus, Ele nos vê e nos ouve em todos os momentos. Nossos pensamentos estão em contato ininterrupto; o diálogo da criatura com o Criador é constante. 

Um membro se agita: o Espírito o sente; uma criatura pensa: Deus o sabe. (...) As diferentes criações, as diferentes criaturas se agitam, pensam, agem diversamente: Deus sabe o que se passa e assina a cada um o que lhe diz respeito. (2) 

Podemos ver, então, que o contato com Deus ocorre sem cessar; queiramos ou não, o Pai do Céu percebe nossa existência, ouve-nos e pode falar conosco. O amor de Deus não é barrado pela visão turva do Espírito que se acha pequeno demais, nem pelo mal que a criatura possa fazer. 

Sendo Deus a essência divina por excelência, unicamente os Espíritos que atingiram o mais alto grau de desmaterialização o podem perceber. Pelo fato de não o verem, não se segue que os Espíritos imperfeitos estejam mais distantes dele do que os outros; esses Espíritos, como os demais, como todos os seres da Natureza, se encontram mergulhados no fluido divino, do mesmo modo que nós o estamos na luz. O que há é que as imperfeições daqueles Espíritos são vapores que os impedem de vê-lo. Quando o nevoeiro se dissipar, vê-lo-ão resplandecer. Para isso, não lhes é preciso subir, nem procurá-lo nas profundezas do infinito. Desimpedida a visão espiritual das belidas que a obscureciam, eles o verão de todo lugar onde se achem, mesmo da Terra, porquanto Deus está em toda parte. (3) 

Sabemos, agora, que Deus nos vê em qualquer lugar em que estivermos. Se como Jesus disse, e Kardec lembrou, nós estamos Nele como Ele está em nós, o que fazer, então, para termos intimidade com o Pai? 

Tiago, apóstolo de Jesus, em sua única epístola que a nós chegou, nos dá a indicação: 

Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração. (4) 

Como Tiago é feliz nessa orientação! Chegar a Deus, purificar as mãos e limpar o coração. Maravilha de ensinamento! Entretanto, como ainda somos tardios em aprender os ensinos divinos (5), precisamos reprisar a lição. Assim, a Doutrina Espírita vem nos indicar a direção do encontro com Deus, da intimidade do filho com o Pai. 

O Espiritismo, como não pode dizer nada contrário ao que o Cristo veio nos ensinar, também fornece a bússola para irmos ao encontro de Deus. Em O Livro dos Espíritos, na Lei de Adoração, os Mandatários dos Céus nos informam o seguinte. 

Em que consiste a adoração? 

“Na elevação do pensamento a Deus. Deste, pela adoração, aproxima o homem sua alma.” (6) 

Tem Deus preferência pelos que O adoram desta ou daquela maneira? 

“Deus prefere os que O adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que julgam honrá-Lo com cerimônias que os não tornam melhores para com os seus semelhantes. Todos os homens são irmãos e filhos de Deus. Ele atrai a Si todos os que lhe obedecem às leis, qualquer que seja a forma sob que as exprimam. (...)” (7) 

Qual o caráter geral da prece? 

“A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar Nele; é aproximar-se Dele; é pôr-se em comunicação com Ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer.” (8) 

Como se percebe, Deus está disponível para nós. Cabe, então, buscarmos essa intimidade com Ele. Procurar, pedir, bater para que encontremos, obtenhamos, se abra para nós a porta que nos faz conhecer o Pai. 

Dessa forma, concluímos que neste exato momento podemos orar e ouvir Deus. Devemos, pois, buscar essa vida íntima com o Pai, através da prece e das boas obras, porque somos filhos Dele, fruto do Seu amor.

Tomara que consigamos, aos poucos, mediante a fé, a oração, as obras e a pureza de coração, conseguidas dia-a-dia por meio de nossos esforços e nossa transformação moral, poder dizer como o bíblico Jó pôde dizer ao Senhor: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem” (9).
 

Referências: 

(1) A Gênese, capítulo II, item 24.

(2) A Gênese, capítulo II, item 27.

(3) A Gênese, capítulo II, item 35.

(4) Tiago, capítulo 4, versículo 8.

(5) “A esse respeito temos muitas coisas que dizer e difíceis de explicar, porquanto vos tendes tornado tardios em ouvir. Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido”. Hebreus, capítulo 5, versículos 11 e 12.

(6) O Livro dos Espíritos, questão 649.

(7) O Livro dos Espíritos, questão 654.

(8) O Livro dos Espíritos, questão 659.

(9) O Livro dos Espíritos, questão 659.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita