WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco
 
Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 105 – 3 de Maio de 2009

CHRISTINA NUNES
cfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 

Você, de novo?!...
 

Parece brincadeira... mas exatamente esta cena, entre cômica e dramática, poderia acontecer entre inimigos de vidas passadas que, no presente, se reconhecessem de uma hora para outra, com consequências imprevisíveis.

Muita gente se pergunta, e me pergunta sempre sobre isso. Ainda esta semana um amigo comentava esta questão. Mas a realidade é que a própria atividade mediúnica nos ensina, enquanto ainda por aqui, na vida material, a parte prática - os inconvenientes sérios disso nas mais variadas situações, o que vem mais uma vez provar que as Leis regentes dos nossos destinos através da eternidade são sábias.

 
Imaginemos a cena, hipoteticamente: um clima de guerra familiar, onde dois irmãos de sangue jamais se entenderam - de graça! Pois ambos foram criados dentro dos mesmos critérios e referências de valores pelos pais, sob os mesmos princípios de orientação para a vida... Nada obstante, a desavença é eterna. Discordam agressivamente em tudo, apesar de toda a diretriz de harmonia e concórdia exemplificada no âmbito doméstico; a antipatia, o impulso de se molestarem mutuamente vencem, irresistivelmente, todo o esforço dos pais para harmonizá-los, superando as diferenças mútuas. Nada parece funcionar, de fato...

 
Até que um dia, sem mais nem menos, um deles se recorda, de abrupto, daquele irmão num contexto de vidas anteriores, como um seu inimigo ferrenho, que, de quebra, ainda lhe tirara a vida em circunstâncias trágicas...

 
Olha para o outro, que, a esta altura, de dentro da mais absoluta inocência e ignorância do fenômeno insólito que se passa no íntimo daquele irmão difícil, nem imagina a nuvem de tempestade a se armar, feroz, sobre a sua cabeça. E desfecha, encolerizado, furioso diante do seu estarrecimento mudo, as palavras do título deste artigo:

 
– Você??!! De novo??!!...Outra vez perto de mim, desgraçado, depois de ter me tirado a vida e saído impune?!!...

 
Seria inevitável! Malograria todo o esforço atual de entendimento entre estes graves desafetos do passado que, com o benefício do esquecimento das vidas anteriores, e convivendo no presente como irmãos, ao menos ensaiariam um esforço de compreensão mútua, de afeto, sob a orientação madura dos pais e o respaldo da consanguinidade, que lhes ensejaria a chance de um mínimo de aproximação que fosse...

 
Talvez mesmo que, com esta recordação abrupta e extemporânea, os problemas entre os dois, gerados pelos sucessos críticos de suas diferenças, viessem a se agravar, já que todo o episódio regressivo implica na retomada inevitável da bagagem emocional intensa das épocas esquecidas, que reflui, impetuosa, para a tona da nossa sensibilidade – já que somos um e o mesmo ser em qualquer século, tendentes a conservar as mesmas bases emotivas no terreno dos relacionamentos.

 
De fato, se amamos ou odiamos alguém, ainda que se passem três décadas – e se continuidade de convivência não houve por um ou outro motivo, propiciadora das transformações naturais da passagem dos dias que, infalivelmente, modificam pontos de vista e opiniões arraigadas sobre os alvos de nossa afetividade amigável ou avessa –, em casos assim, em nada se modificará o nosso sentimento quanto aos personagens do nosso passado distante, ainda mesmo que nos esqueçamos deles por dilatado intervalo de tempo!

 
O que vem explicar, também, a situação inversa, mas de efeitos idênticos: que dor talvez não nos dilaceraria o lembrarmo-nos, de repente, de um profundo amor nosso do passado, ao dar com ele, atualmente, envolvido com outras vivências, e, amorosamente, com outras pessoas, cumprindo o traçado de seu aprendizado rápido nas paisagens materiais conforme o planejamento necessário, antes da reencarnação?!

 
Saberíamos compreender com a devida sabedoria?! Saberíamos nos manter isentos, desapegados, já que o amor, sendo verdadeiro, não se apaga do nosso coração, a qualquer tempo? Estaríamos aptos a olhar para a situação do alvo do nosso amor sob o prisma mais amplo, com o alcance de consciência devido que nos privasse da ainda tão arraigada escravidão da posse e do ciúme nos nossos Espíritos, quanto a estes que assim amamos?!...

 
É tema propício à reflexão, já que a própria sequência dos dias nos oferece fartura de situações que nos demonstram, na prática, enigmas de solução aparentemente inexistente, passíveis de nos atormentar e consumir o coração se nos atermos à lógica confinada ao imediatismo desta nossa curta passagem pelo mundo.

 
Tentemos encarar sob esta ótica as próximas ocasiões em que nos depararmos com antipatias grandes e gratuitas no nosso círculo de convivências; ou, repentinamente, com aquele alguém que você sente instantaneamente, no mais profundo da sua alma, tratar-se de um grande amor, estranhamente distanciado de seus dias de um modo aparentemente arbitrário; recordemo-nos de que nada se dá sem razão no equilíbrio perfeito com que o universo foi criado; da fugacidade de nossos dias por aqui perante a eternidade, e de que todo amor autêntico de fato é eterno, ninguém nos arrebata; e que inimizades grandes, estas não o precisam ser para sempre, também, já que tudo e todos mudam sempre!...


 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita