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Estudando a série André Luiz
Ano 3 - N° 104 – 26 de Abril de 2009

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Libertação

André Luiz

(Parte 15)

 
Damos continuidade ao estudo da obra
Libertação, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1949 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Qual é, em essência, o objetivo da existência corpórea?

R.: Seu objetivo é o aprimoramento do indivíduo, porque é nos atritos da marcha que o ser se desenvolve, se apura e se ilumina. A tendência dos crentes em geral é, no entanto, a de fugir aos conflitos da senda. Há pessoas que depois de servirem ao ideal religioso durante dois anos pretendem o repouso de vinte séculos. (Libertação, cap. IX, pp. 121 e 122.)

B. O celebrante do culto pode interferir negativamente no atendimento prestado aos fiéis?

R.: Sim. Foi o que se viu na missa descrita por André Luiz, cujo celebrante, apesar de consagrado para o culto, era ateu, gozador dos sentidos e não se esforçava por sua própria sublimação. Sua mente pairava longe do altar, pois se achava interessado em terminar a ce­rimônia com brevidade, de modo a não perder uma alegre excursão em perspectiva. Resultado: intensa luminosidade fluía do sacrário, envolvendo todo o material do culto, mas, quando o sacer­dote ergueu a oferta sublime, apagou a luz que a revestia com os raios cinzento-escuros que ele próprio expedia em todas as direções. (Obra citada, cap. IX, pp. 122 e 123.)

C. Por que Saldanha liderava o assédio obsessivo a Margarida?

R.: Ele assim agia por vingança, visto que culpava o pai de Margarida, juiz de Direito, pela condenação de seu filho Jorge, inocente do crime pelo qual foi julgado. A condenação do rapaz levou a esposa ao suicídio e a mãe à indigência. Mais tarde, o próprio Jorge se perturbou mentalmente e esse conjunto de tragédias não permitia a Saldanha nutrir qualquer ideia de perdão. (Obra citada, cap. X, pp. 126 e 127.)

Texto para leitura

61. A missa - Gúbio continuou a falar sobre o objetivo da existência corpórea, que se destina, de maneira fundamental, ao aprimoramento do indivíduo. É nos atritos da marcha que o ser se desenvolve, se apura e se ilumina, mas a tendência dos crentes, em geral, é a de fugir aos conflitos da senda. Existem pessoas que depois de servirem ao ideal religioso durante dois anos pretendem o repouso de vinte séculos. Em todas as casas de fé, os mensageiros do Senhor distribuem favores e bênçãos compatíveis com as necessidades de cada um; entretanto, é pre­ciso preparar o coração nas linhas do mérito, para recolhê-los. Preva­lecem nesse processo o imperativo da sintonia, a necessidade do es­forço. Aludindo à cena verificada na igreja, Gúbio asseverou: "Em ver­dade, a missa é um ato religioso tão venerável quanto qualquer outro em que os corações procuram identificar-se com a Proteção Divina; no entanto, raros são aqueles que trazem até aqui o espírito efetivamente inclinado à assimilação do auxílio celestial". Explicou, então, que para a formação de semelhante clima interior cada crente, além de pu­rificar seus sentimentos, necessita combater a influência dispersiva e perturbadora que procede das entidades desencarnadas. Na fase final da missa, as vozes do coro pareciam projetar vibrações harmoniosas e lú­cidas ao longo da nave radiosa. Viu-se então que muitos Espíritos su­blimes penetraram o recinto, de semblante glorificado, rumando para o altar, onde o celebrante elevava o cálice, após abençoar a hóstia. (Cap. IX, pp. 121 e 122)

62. Sacerdote ateu e gozador - Intensa luminosidade fluía do sacrário, envolvendo todo o material do culto, mas André reparou que o sacer­dote, ao erguer a oferta sublime, apagou a luz que a revestia com os raios cinzento-escuros que ele próprio expedia em todas as direções. Depois, quando ele se preparou para distribuir o alimento eucarístico entre os 11 comungantes que se prosternavam, viu-se que as hóstias eram autênticas flores de farinha, coroadas de doce esplendor. Irra­diavam luz com tanta força que o magnetismo obscuro das mãos do minis­tro não conseguira inutilizá-las; contudo, à frente da boca que se dis­punha a receber o pão simbólico, enegreciam como por encanto. So­mente uma senhora, ainda jovem, cuja contrição era irrepreensível, re­colheu a flor divina com a pureza desejável. Nesta, André viu a hós­tia, qual foco de fluidos luminescentes, atravessar a faringe, alojando-se-lhe a claridade em pleno coração. Gúbio explicou a cena: "Aprendeste a lição? O celebrante, apesar de consagrado para o culto, é ateu e gozador dos sentidos, sem esforço interior de sublimação pró­pria. A mente dele paira longe do altar. Acha-se sumamente interessado em terminar a ce­rimônia com brevidade, de modo a não perder uma alegre excursão em perspectiva". O Instrutor disse ainda que os próprios co­mungantes, cheios de sentimentos rasteiros e sombrios, incumbiam-se, eles mesmos, de anular as dádivas celestes, antes que lhes trouxessem benefícios imerecidos. "Temos aqui -- declarou Gúbio -- grande quanti­dade de crentes titulares, mas muito poucos amigos do Cristo e servi­dores do bem". Finda a missa, Margarida e seu esposo retornaram ao lar, cerca­dos pelo mesmo séquito de entidades infelizes. (Cap. IX, pp. 122 e 123)

63. O caso Saldanha - De volta a casa, a jovem senhora continuou a re­ceber a mesma influência perturbadora de antes. Um dos perseguidores presentes lhe aplicou energias torturantes ao longo dos olhos, que passaram a denunciar fenômenos alucinatórios. André viu como é fácil aos seres perversos hipnotizar suas vítimas, impondo-lhes os tormentos psíquicos que desejam. Grossas lágrimas banhavam o rosto da enferma. Sua mente aflita e sofredora imprimia graves alterações em todo o cos­mos orgânico. Dos olhos, o magnetizador passou a cuidar das células auditivas, carregando-as de substância escura, como se estivesse do­ando combustível a um motor. Margarida, mesmo que desejasse, não con­seguiria agora erguer-se. Finda essa intervenção, Saldanha dispensou os terríveis colaboradores, mantendo ali apenas a dupla de hipnotiza­dores, alegando que havia serviço em outros lugares da cidade. Segundo sua avaliação, a enferma já recebera material de prostração para trinta horas consecutivas. A sós com Saldanha, Gúbio procurou sondar-lhe o íntimo, discretamente: "Que razões teriam conduzido Gregório a confe­rir-lhe tão delicada missão?" Saldanha lhe respondeu: "O ódio, meu amigo, o ódio!"  "À senhora?", perguntou Gúbio. "Não propriamente a ela", informou Saldanha, "mas ao pai, juiz sem alma que me devastou o lar. Faz onze anos, precisamente, que a sentença cruel de um magis­trado caiu sobre os meus descendentes, exterminando-os..." Saldanha narrou, então, que logo que abandonou o corpo físico, minado por uma tuberculose galopante, e revoltado com a pobreza que o lançara a ex­trema penúria, não pôde afastar-se do ambiente doméstico, onde viviam sua infortunada mulher, Iracema, e Jorge, um filho querido, a quem não pudera legar qualquer recurso apreciável. (Cap. X, pp. 124 a 126)

64. Raízes do ódio - Iracema e Jorge passaram a enfrentar, desde então, dificuldades e aflições que Saldanha não podia relembrar sem imensa angústia. Operário braçal, seu filho não conseguia sustentar digna­mente a casa, e sua mãe definhava-se em padecimentos continuados, so­fridos em silêncio. Mesmo assim, Jorge contraiu núpcias, muito cedo, com uma colega de trabalho, que lhe deu uma filhinha atormentada e so­fredora. A vida corria assim desesperadamente para o lar subalimentado e desprotegido, quando certo crime, constituído de roubo e assassínio, aconteceu na empresa em que o rapaz trabalhava, e toda a culpa, em face de circunstâncias inextricáveis, recaiu sobre ele. Jorge foi ime­recidamente preso e levado a interrogatórios, como se fora homicida vulgar. Saldanha a tudo acompanhou, com a alma em aflição. Visitou chefias e repartições, autoridades e guardas, tentando encontrar al­guém que o auxiliasse a salvar o filho inocente. Identificou o verda­deiro crimi­noso, que desfrutava posição social invejável, e tudo fez, sem resultado, por clarear o processo humilhante. Jorge sofrera todo o gê­nero de atrocidades morais e físicas por parte dos carrascos poli­ciais que tentaram obter dele confissão de algo que não cometera. Sal­danha resolveu, então, influenciar o juiz da causa, na esperança de que ele fosse justo e piedoso, mas o magistrado preferiu ouvir parece­res de amigos influentes na política dominante, que se interessavam vivamente pela indébita condenação, na ânsia de livrar o verdadeiro criminoso. Jorge recebeu dolorosa pena. Irene, sua mulher, conturbada pela neces­sidade e pelo infortúnio, suicidou-se. Iracema, mãe de Jorge, tortu­rada pelos sucessos aflitivos, desencarnou num catre de indigência, e sua neta, agora menina-moça, trabalhava naquela mesma casa, onde um tresloucado irmão de Margarida procurava arrastá-la su­tilmente a grave desvio moral. O juiz era o pai da enferma, e foi ele quem, recebendo-lhe em sonho as promessas de vingança, buscou empregar a moça na casa de sua filha, empenhado em reparar de algum modo o seu crime. (Cap. X, pp. 126 e 127)

65. Jorge vai para o hospício - Gúbio ouviu todo o caso em silên­cio, murmurando apenas: "Realmente, a sementeira de dor é das que mais nos afligem..."  Encorajado pelo tom amigo daquela frase, Saldanha con­tou que muita gente o convidara à transformação espiritual, conci­tando-o ao perdão estéril. Ele, porém, não podia aceitar semelhante alvitre. Seu filho Jorge, sob a pressão mental de Irene e de Iracema, que, de­sencarnadas, passaram a assediá-lo no cárcere, não resistiu e pertur­bou-se. Enlouque­cendo na cela, foi transferido de quarto úmido para misérrimo hospí­cio, onde mais se assemelhava a um animal encurralado. Como poderia seu cérebro dispor de recursos para pensar em compaixão que não rece­bera de pessoa alguma? "Enquanto esses quadros permanece­rem sob meus olhos, não abrirei minhalma às sugestões religiosas", afirmou Sal­danha. "A sepultura apenas derruba o muro da carne, por­quanto nossas dores continuam tão vivas e tão contundentes quanto em outra época, quando suportávamos a caixa dos ossos."  Foi assim, em semelhante es­tado, que Gregório o encontrara. O sacerdote necessitava de alguém, de alma suficientemente endurecida, para presidir à reti­rada técnica de Margarida, que ele desejava arrebatar, devagarinho, à vida terrestre. Eis a razão de lhe ter sido confiada a tarefa. "Todos aqui pagarão. To­dos...", acentuou, colérico, o diretor da falange es­piritual. Gúbio continuou calado. Dentro em pouco, o médico incumbido do caso penetrou o recinto, acompanhado do esposo. Faltavam quinze mi­nutos para o meio-dia. Para o especialista, Margarida estava sob o im­pério de uma epi­lepsia secundária e talvez fosse preciso submetê-la a uma cirurgia. Logo em seguida, uma entidade espiritual, evidentemente bem intencio­nada, compareceu e percebeu a posição de Gúbio e seus pu­pilos, sem di­zer palavra. (Cap. X, pp. 128 e 129)  (Continua no próximo número.)   


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita